terça-feira, janeiro 02, 2018

HONRAR A MEMÓRIA DA RECONQUISTA DE GRANADA, CULMINAR DA RECONQUISTA IBÉRICA CONTRA A MOIRAMA


A dois de Janeiro de 1492 as forças hispânicas tomaram Granada aos Mouros, o que constituiu o corolário da gesta europeia que foi a Reconquista, vasto e longo movimento de resistência ao inimigo externo no seio do qual se forjaram, a ferro, fogo e sangue, os actuais países ibéricos.
É uma memória de grandeza para toda a Hispânia, Portugal incluído, dado que também houve forças militares portuguesas a participar neste derradeiro embate em solo ibérico. Um dia que urge celebrar, não apenas por uma questão do mais elementar brio nacional, europeu, mas também para avivar a consciência do valor que teve o combate para livrar solo europeu de presença inimiga alógena. Merecia bem um feriado europeu, a data, ou pelo menos ibérico.


Alguns pormenores da efeméride podem ser lidos aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomada_de_Granada
As negociações com o último rei mouro de Granada, Boabdil, começam no Outubro de 1491. Na véspera do dia 1 de Janeiro de 1492 Boabdil envia cerca de 400 mouros como reféns, carregados de presentes para os reis, enquanto um grupo de oficiais toma a colina do Alhambra, a fim de ocupar pontos estratégicos. Na manhã do dia 2, segue Fernando de Aragão e a sua Corte, seguidos por Isabel com o príncipe João e as suas irmãs e, atrás, as tropas, ao encontro do rei mouro. Boabdil entrega as chaves da cidade diante de 100 000 espectadores muçulmanos, judeus, cristãos, castelhanos e estrangeiros e é içada, pela primeira, a bandeira dos reis de Espanha na mais alta torre do Alhambra.
Não houve pilhagem nem saque; a vitória era celebrada por vários dias de festejos e por isto outorgava-lhes o Papa Alexandre VI o título de «Reis Católicos».
Boabdil estava obrigado a aceitar as condições dos vencedores, como a liberdade de culto, a segurança das pessoas, e a liberdade de emigrar levando ou vendendo os bens. Esta opção rapidamente se mostrou inevitável, provavelmente devido às situações constrangedoras em que se veriam os muçulmanos no seguimento da derrota. As pressões acumulam-se — a Inquisição representava uma forte ameaça ao islamismo e os impostos eram insuportáveis — e grande parte dos vencidos decide retirar-se no Outono de 1492, à semelhança de Boabdil.
Rebentam as revoltas, pois as promessas dos Reis Católicos não estavam a ser cumpridas, e a Espanha vê-se vítima de represálias conduzidas a partir do Magrebe em algumas aldeias costeiras. A emigração assume agora um carácter de expulsão — que se coloca em paralelo com a dos judeus — e, com a recente descoberta da América (Índias Ocidentais).