quarta-feira, janeiro 17, 2018

EURODEPUTADO DO UKIP DÁ GRAÇAS A DEUS PELA EXISTÊNCIA DA IMPRENSA RUSSA QUE DIVULGA NOTÍCIAS ALEGADAMENTE ABAFADAS NO OCIDENTE

A influência da propaganda russa, este um dos tópicos debatidos esta quarta-feira no parlamento europeu em Estrasburgo. O debate coincide com suspeitas e alegações de interferência russa no processo político europeu.
"Temos que fazer mais para que os jornalistas possam trabalhar de forma independente". 
Rebecca Harms
Verdes, Alemanha
Para uma eurodeputada alemã, a solução passa por criar condições para um jornalismo independente.
"Se queremos que as nossas sociedades resistam a estas campanhas de propaganda, então há que fortalecer os cidadãos nas nossas sociedade. Temos também que fazer mais para criar situações estáveis nos nossos setores de comunicação de forma a que os jornalista possam trabalhar de forma independente", afirma a eurodeputada alemã Rebecca Harms dos Verdes.
O debate no plenário incluiu a participação de um deputado do partido da independência britânico, UKIP, que rejeitou as alegações de propaganda russa.
Para David Coburn trata-se de uma questão de pluralidade.
"Estou mais preocupado com a propaganda da União Europeia do que com a desajeitada versão russa.
O canal RT deu voz ao UKIP numa altura em que a BBC nos ignorava. Por isso, talvez eles estejam a defender a liberdade, uma liberdade que vocês todos querem ver abafada. Por isso, graças a Deus que existem", afirmou no seu discurso.
Na Lues passada teve lugar em Bruxelas o primeiro encontro de peritos europeus de alto nível que debateram formas de luta contra a desinformação.
Em Dezembro, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, anunciou um pacote de mais de um milhão de euros destinados a enfrentar a ameaça das campanhas de notícias falsas.
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://pt.euronews.com/video/2018/01/17/parlamento-europeu-debate-propaganda-russa   -   Registo áudio

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Não é que a Rússia seja particularmente democrática ou pareça valorizar especialmente a liberdade de expressão, sucede simplesmente que a imprensa russa eventualmente revela factos que a imprensa ocidental quer esconder. É como diz o povo, zangam-se as «comadres», sabem-se as verdades... 
É assim que a Democracia possível funciona: nenhum poder político é omnipotente, tampouco tem o monopólio da divulgação de notícias. Assim, todos se vigiam a todos. O preço da liberdade é este, o da eterna vigilância.