segunda-feira, novembro 13, 2017

SOROS - UM TROTSKY CAPITALISTA...

O Knesset, parlamento israelita, está a analisar um projecto de lei que os média locais denominam como “lei de Soros”. O colunista da Sputnik Vladimir Ardaev explica porque há cada vez mais países que reconhecem a actividade da fundação de Soros como indesejável.
A adopção da lei impedirá os fluxos financeiros às organizações não governamentais a partir da fundação Sociedade Aberta ("Open Society", em Inglês) criada pelo financista norte-americano George Soros com o objectivo de "liberalizar" os regimes por todo o mundo.
Interessa ressaltar que, com a passagem do tempo, há cada vez mais países que consideram a actividade da fundação como indesejável.
O autor do documento é o deputado do partido Likud Miki Zohar, segundo o qual a adopção do documento impedirá que "os patrocinadores anti-semitas, provocadores e inimigos de Israel" ajudem os seus aliados no país. Há várias organizações deste tipo, e cada uma delas recebe doações da fundação de Soros.
"Tenciono promover esta lei importante com o apoio do chefe do governo para defender a democracia israelita das tentativas inimigas de a prejudicar", afirmou o deputado.
De acordo com o cientista político israelita Avigdor Eskin, o bilionário norte-americano, que ocupa a 29ª posição na lista de Forbes, já há muito que se tornou numa figura muito indesejável para o país, apesar da sua origem judaica e da biografia de pessoa que sobreviveu ao Holocausto.
"Soros sempre foi um inimigo sistemático de Israel. A sua Sociedade Aberta apoiou e continua a apoiar as estruturas que minam a política do Estado. E trata-se não apenas do financiamento de marchas abertamente anti-semitas, mas também de tentativas de intervenção directa nos processos políticos do país", assegura Eskin.
No ano passado, na Internet foram vazados vários e-mails dos servidores da Open Society, segundo os quais o financista terá alocado biliões de dólares à luta contra o Estado israelita sob o lema de defender os direitos das minorias étnicas no país.
A démarche contra Soros em Israel foi uma continuação do escândalo ocorrido nesta Primavera na Hungria, onde foi adoptada uma nova Lei da Educação, que possibilitou o encerramento da Universidade da Europa Central, fundada e financiada por Soros. Os média têm frisado que a adopção desta lei foi resultado da confrontação contínua entre George Soros e o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán.
O chefe do governo húngaro tem acusado dezenas de organizações não governamentais financiadas por Soros de tentar influenciar de forma oculta a linha política do seu país, em primeiro lugar a sua resistência ao programa migratório da União Europeia. Estas organizações foram várias vezes acusadas de prestar assistência aos imigrantes ilegais que tentam entrar na Hungria com o fim de obter o status de refugiado. Orbán, por sua vez, disse abertamente que os burocratas de Bruxelas e Soros "atacaram a Hungria", planeando substituir a sua população por imigrantes.
Mas a luta entre Orbán e Soros não acabou aqui. Logo após a acusação feita pelo financista em relação à política migratória da Hungria, o país foi sacudido por protestos contra a intervenção nos seus assuntos internos.
Durante as manifestações, em cuja organização o primeiro-ministro teve alguma influência, as ruas da cidade encheram-se de cartazes com imagens de Soros e exigências de "não se meter" na política húngara.
Ademais, a situação foi aproveitada por agrupamentos radicais e extremistas: parte dos cartazes tinha um carácter abertamente anti-semita e até neonazi, com alusões à origem judia do bilionário norte-americano. Isto já provocou protestos tanto por parte da comunidade judaica da Hungria quanto da chancelaria de Israel.
Na sequência, outros países da Europa de Leste também aderiram à luta contra o filantropo ocidental. As autoridades polacas, por exemplo, afirmaram a esse respeito que, embora Soros proclame oficialmente a "promoção da democracia parlamentar", na verdade lança um ataque contra os valores católicos tradicionais, apoiados tanto pela maioria da população quanto pelo governo.
O presidente checo, Milos Zeman, também acusou a organização de Soros de tentar intervir nos assuntos internos do país.
Por sua vez, o líder do Partido Socialista romeno, Liviu Dragnea, disse o seguinte: "Eu tenho perguntas sérias a fazer ao senhor Soros. As suas fundações e estruturas na Roménia financiam cerca de 90 organizações que se ocupam de actividades políticas duvidosas e organizam protestos". Ao mesmo tempo, altos funcionários búlgaros, sérvios e eslovacos fizeram declarações semelhantes.
Nos EUA, George Soros faz tradicionalmente lobby pelos interesses do Partido Democrata, mais próximo dele do ponto de vista ideológico.
Em 2004, gastou US$ 27 milhões (cerca de R$ 81 milhões) na luta contra o candidato republicano, George W. Bush, cuja política, na opinião do financista, era perigosa para o país e todo o mundo.
Nas últimas presidenciais norte-americanos, apoiou a candidatura de Hillary Clinton e tornou-se num dos maiores críticos do presidente eleito Donald Trump.
Nos finais do Verão, o site da Casa Branca publicou uma petição exigindo colocar Soros fora da lei e confiscar os seus activos, acusando-o de terrorismo.
O autor do documento afirma que o financista é culpado de "desestabilização e actos de rebelião contra os Estados Unidos, influência inapropriada e inadequada" no Partido Democrata e de financiar "dezenas, ou talvez até centenas" de organizações que visam levar a administração actual ao "colapso". A petição apela a qualificar as actividades de Soros como uma forma especial de terrorismo que "vem do interior" do país, tendo sido assinada por 150 mil norte-americanos.
Acredita-se que o Reino Unido é o país que mais sofreu com a actividade de Soros. Ainda em 1992, ele ganhou mais de um bilião de dólares num dia após efectuar uma grande operação no mercado de divisas.
Isto, por sua vez, provocou a desvalorização imediata da moeda britânica, após o que Soros passou a ser chamado "pessoa que fez cair o Banco da Inglaterra".
Embora muitos acreditem que o papel pessoal do bilionário na desvalorização da libra esterlina tenha sido exagerado, uma coisa está clara: a actividade de Soros foi observada por outros actores, que seguiram o seu exemplo, começaram a vender a moeda britânica e a comprar moedas estrangeiras, o que provocou um cataclismo financeiro.
Este cataclismo, por sua vez, levou a uma crise económica, crescimento dos preços, aumento do desemprego, consequências que o país teve que ultrapassar ao longo dos anos.
Há pouco, ocorreu um novo ataque contra o Reino Unido. Desta vez, o alvo foi o Palácio de Buckingham. O Consórcio Internacional de Investigações Jornalísticas publicou documentos que revelam os investimentos offshore da família real britânica. Embora estas acções, de facto, não contradigam a lei, pois as receitas da rainha não são tributadas, isto desferiu um golpe duro no prestígio da família real. Ao mesmo tempo, não há dúvidas de que o ataque foi articulado por Soros, pois a sua fundação é um dos maiores patrocinadores da entidade jornalística.
Na Rússia, as actividades da Open Society foram qualificadas como indesejáveis e cessaram em 2015. O auge da sua actividade deu-se na década de 90, quando o país tomou o caminho de reformas liberais e democráticas. Sergei Stankevich, cientista político e na época um político conhecido, lembra-se perfeitamente daquele período e chama a Soros "Trotsky do século XXI": "Leon Trotsky queria uma revolução global, acreditava que tinha chegado a hora de unir a humanidade com valores, ideias e governo comuns. Os Estados nacionais, para ele, eram obsoletos. George Soros é movido por ideias semelhantes", resume o especialista.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/americas/201711129820287-george-soros-conspiracao-financiamento-open-society/

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Torna-se sintomático que nos grandessíssimos mé(r)dia tugas não se diga uma palavra sobre isto excepto quando é altura de falar mal do governo húngaro e, nisso, Soros aparece sempre como uma espécie de vítima... Não surpreende: o que Soros advoga, que se lê no último parágrafo do texto acima, é precisamente a essência da pensamento ideológico e até da sensibilidade - que é o mais importante... - das elites político-culturais reinantes no Ocidente. Soros destes metem-se pelas veias adentro da estrutura governativa dos países e levam consigo o veneno da dissolução... contra isto, só o Nacionalismo politicamente organizado se ergue.