«NÃO PODEMOS TER EM PORTUGAL CASAS VAZIAS ENQUANTO HÁ REFUGIADOS A DORMIR NA RUA NA ALEMANHA», DIZ UM REPRESENTANTE DE UM PARTIDO DA «DIREITA» PAR(A)LAMENTAR

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa aprovou um relatório da Comissão das Migrações, elaborado pelo  deputado social-democrata Duarte Marques, em que prevê a abertura de corredores humanitários para refugiados e a criação de centros de registo fora da Europa.

Duarte Marques afirma, em declarações na SIC Notícias que, “há condições para que as instituições que operam neste sector possam usar esta posição do Conselho da Europa para promover as reformas que é preciso fazer”.

O deputado responsável pelo relatório tem consciência que há medidas que não agradam àqueles que querem abrir as portas, e também há medidas que não satisfazem aqueles que querem “construir muros”, mas vê a proposta como uma forma de entender onde estão as fragilidades do processo para quando for urgente salvar pessoas existirem soluções rápidas e proteger as pessoas que fogem do conflito para a Europa.

Duarte Marques fala na vantagem dos corredores, explicando que é uma melhor solução do que “deixar os refugiados [que fogem da guerra na Síria] cair nas mãos dos traficantes e morram no Mediterrâneo a atravessar”, alertando no entanto para a necessidade de criação de ‘hotspots’ fora da Europa para avaliar quem preenche os requisitos de entrada, ao invés de permitir que as pessoas façam uma perigosa travessia sem confirmação de que possam ficar. Esses espaços fora da Europa são possíveis em países que não são da União Europeia, mas fazem parte do Conselho da Europa, por exemplo, o Líbano ou a Jordânia.

No lado ‘de cá’, há também muito trabalho a fazer no campo da integração, aponta o relatório. Duarte explica que não podemos proibir os refugiados que foram autorizados a entrar na Europa de circularem dentro dela mas, há um problema que tem de ser resolvido ainda, diz.

“Portugal já recebeu mais de 1300 pessoas e criou condições para que estas pessoas se integrassem”, condições essas que vão desde habitação a educação, mas as pessoas estão no seu livre direito de ir embora no dia seguinte e procurar as mesmas ‘ofertas’ noutro país o que, em termos reais, é um problema. “É preciso que exista alguma previsibilidade”, diz o deputado “as pessoas têm de se comprometer a ficar pelo menos os 18 meses do apoio europeu”.

“Nós não podemos ter em Portugal ou Espanha casas vazias com condições para os refugiados e na Alemanha pessoas a dormir na rua”, conclui.

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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/nao-podemos-ter-em-portugal-ou-espanha-casas-vazias-com-condicoes-para-os-refugiados-e-na-alemanha-pessoas-a-dormir-na-rua-180675

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