CIENTISTA PORTUGUESA DESCOBRE MÉTODO QUE PODE REVOLUCIONAR A ENERGIA A NÍVEL MUNDIAL
Já imaginou um mundo que não gira em torno da questão de combustíveis fósseis e dos problemas que eles criam para a humanidade? A tecnologia elaborada por Helena Braga pode dar essa hipótese ao nosso planeta.
A fórmula que pode revolucionar o consumo de energia do mundo há anos que estava no centro das pesquisas cientificas internacionais. E agora é descoberta pela física portuguesa Helena Braga. Esta tecnologia promete multiplicar a capacidade de armazenar energia em baterias.
"Sim, sem dúvida que poderemos abandonar a energia obtida com combustíveis fósseis", declara Helena Braga à Sputnik Brasil, acrescentando que não se lembra em Portugal de um mês em que as energias renováveis não tenham correspondido a pelo menos 50% do consumo.
Hoje em dia Helena Braga se encontra nos Estados Unidos, na Universidade de Austin, Texas, onde é coordenada pelo famoso professor John Goodenough que chefia a pesquisa revolucionária. Foi John Goodenough que participou na década de 80 da criação de baterias de íons de lítio, aqueles que "alimentam" os telemóveis, laptops e até carros eléctricos.
Agora trata-se de um passo muito maior: o novo tipo de acumulador é cinco vezes mais potente que todas as baterias. Entre outras vantagens, o acumulador não está sujeito a curtos-circuitos e pode-se recarregar em alguns minutos.
Sem dizer nomes, a doutora Braga revela que já mais de 80 companhias internacionais manifestaram interesse na sua tecnologia. O conceito elaborado pela sua equipa será desenvolvido pela indústria de acordo com as necessidades próprias da mesma e planeia-se que seja licenciado em diferentes partes do mundo.
Então, em que consiste a tecnologia promissora? Em termos básicos, os cientistas substituíram o electrólito líquido que se usa na maioria dos acumuladores de íons de lítio por electrólito de vidro. O uso deste vidro melhorou significativamente o avanço na pesquisa.
Surge a questão sobre a segurança de uso das matérias envolvidas na tecnologia, mas "os materiais não são tóxicos", assegura a cientista.
"No entanto, o lítio e o sódio têm que ser manuseados em ambiente seco ou entram em combustão. Por isso, usamos uma caixa de luvas com uma atmosfera de árgon", explicou.
Apesar de já se tratar de um passo significativo, Helena Braga afirma que a sua equipa não lhe vê o fim e um ponto final à sua frente.
"Neste momento, estamos a trabalhar em 3 arquitecturas de baterias diferentes, com o mesmo electrólito de vidro, mas com diferentes eléctrodos. Prevemos que cada uma tenha aplicações diferentes", conta a física à Sputnik Brasil.
Além do papel importantíssimo que a tecnologia pode desempenhar na preservação do meio ambiente, tem certas vantagens económicas. Em particular, com uma bateria que armazena mais energia será possível percorrer mais quilómetros antes de ter de a recarregar. Por outro lado, sendo mais barata, torna o carro eléctrico acessível a todos.
Mesmo assim, até que a tecnologia seja produzida em massa, já hoje podemos contribuir para a independência dos combustíveis fósseis: o armazenamento de energia na rede e em áreas remotas a partir de painéis solares também nos pode ajudar a economizar os fósseis e preservar o meio ambiente.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/201707268959911-energia-sustentavel-universidade-austin-helena-braga/
1 Comments:
Muito bem!
Muito frequentemente, portugueses descobrem, inventam ou inovam coisas na área científica. É pena é esta descoberta, tão urgente num mundo tão dependente dos combustíveis fósseis e já muito poluído, ser muito provavelmente posta de parte porque os senhores do petróleo assim o desejam.
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