quarta-feira, abril 19, 2017

EM FRANÇA - PRÉMIOS NOBEL DA ECONOMIA CRITICAM POLITICAMENTE CANDIDATA PRESIDENCIAL NACIONALISTA

Vinte e cinco Prémios Nobel da Economia manifestaram-se contra as políticas anti-europeias defendidas por Marine Le Pen e acusaram os candidatos ao Palácio do Eliseu de “instrumentalizar o seu pensamento económico” no âmbito da campanha eleitoral francesa, num artigo publicado esta terça-feira no jornal “Le Monde”.
Joseph Stiglitz, Jean Tirole, Bengt Holmström ou Chris Pissarides são alguns dos laureados que escreveram um texto conjunto a condenar as políticas propostas pela líder da Frente Nacional e candidata da Extrema-Direita às eleições presidenciais francesas, que decorrem no próximo domingo.
“Os programas anti-europeus desestabilizam a França e colocam em causa a cooperação entre países europeus, que garante hoje a estabilidade económica e política na Europa”, pode ler-se no texto conjunto.
Os economistas criticam a intenção de Marine Le Pen em expulsar estrangeiros do país, deixar o espaço Schengen e retomar a circulação do franco, após França deixar a zona euro. “Há uma grande diferença entre escolher não aderir ao euro e sair depois de o ter adoptado”, sublinha o painel.
As políticas isolacionistas e proteccionistas são “meios perigosos” para gerar crescimento, sustentam os Prémios Nobel, frisando que “contêm medidas de represália e guerras comerciais, que no final se revelam prejudiciais à França, bem como aos seus parceiros comerciais.”
Em defesa da Europa e da moeda única, os economistas alertam para os riscos do regresso ao proteccionismo económico e para a limitação de imigrantes. “Quando são bem integrados no mercado de trabalho, os imigrantes podem constituir uma oportunidade económica para o seu país de acolhimento. Vários dos países mais prósperos do mundo conseguiram acolher e integrar os imigrantes”, recordam.
Alertam ainda para a necessidade de França renovar os compromissos de justiça social, em linha com os valores da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. “Enquanto a Europa e o mundo estão a enfrentar dificuldades sem precedentes, precisamos de mais solidariedade e não de menos. Os problemas são demasiado sérios para serem deixados para políticos que causam rupturas”, conclui o texto.
A cinco dias da primeira volta, as sondagens apontam para a vitória de Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia do executivo de François Hollande, na segunda volta agendada para 7 de Maio.
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Fonte: http://expresso.sapo.pt/internacional/2017-04-18-25-Nobel-da-Economia-contra-Marine-Le-Pen

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Claro que alguns dos mais típicos representantes da elite político-cultural reinante tinham de vir a terreno, em coro, a poucos dias das eleições, para atacarem a candidata contra esta mesma elite reinante. É primariamente previsível. Só gente desta é que poderia ter o atrevimento de dizer que Marine Le Pen não deve ser eleita porque «os problemas são demasiado sérios para serem deixados para políticos que causam rupturas» - é descaramento abjecto a mais, dito por quem quer continuar a aplicar as mesmas medidas comprovadamente falhadas aos mais sérios problemas que o País e o resto da Europa enfrentam, nomeadamente, o risco de iminvasão, violência terrorista e social, islamização e diluição identitária, isto é, substituição etno-civilizacional. Não «é a economia, estúpido» - é muito mais do que isso, invertebrado e vendido de merda. A passagem em que garantem que a integração dos imigrantes tem resultado muita bem é outra tirada obscenamente desonesta. A sorte deste pessoal, no caso, é que em França não se podem fazer estatísticas raciais; um pouco mais a norte, contudo, o que se passa na Holanda, terra de comparativamente maior liberdade de expressão, permite lançar outra luz sobre o tema... o Partido da Liberdade (PVV) conseguiu chapar nas ventas da cambada reinante os números: enquanto a imigração ocidental beneficia o País, pelo menos económica, a imigração do terceiro-mundo, pelo contrário, é-lhe altamente prejudicial. A França não é a Holanda e eventualmente os imigrantes terceiro-mundistas em solo francês são de um planeta diferente do dos imigrantes terceiro-mundistas em solo holandês, devem ser sim, mas pronto, fica a «dica»...
Confirma-se, mais uma vez, mais outra, mais outra ainda: no grande combate político do nosso tempo, o da mundialização contra o Nacionalismo, o Povo está de um lado, a elite reinante está doutro.