ÚLTIMA VITÓRIA DA RECONQUISTA EM PORTUGAL
Azulejo, no Pátio dos Canhões do Museu Militar, que representa a tomada de Faro aos Mouros a 27 de Março de 1249 por Peres Correia durante o reinado de Afonso III. Acabou-se assim a Reconquista portuguesa.
Foi por estas e por outras que se conseguiu atirar com a Moirama para o outro lado do mar, honrando o trabalho que Hércules tinha tido uns tempos antes ao separar África da Europa... cada qual no seu lugar é que está bem...
9 Comments:
Representação de uma vitória católica em defesa de Portugal.
E o que me dizes sobre isto, Caturo?
https://www.publico.pt/2017/03/26/local/noticia/tenho-uma-vida-miseravel-1766418
Culminando a Reconquista, D. Afonso III viria a ter filhos de Madragana Ben Aloandro (baptizada Mor Afonso), filha de Aloandro Ben Bakr, alcaide e governador militar do castelo de Faro, parte integrante do Reino Muçulmano do Algarve (Gharb al-Ândalus). Ou seja, como em tudo na vida eles até poderiam ser todos mouros, mas já nessa altura havia uns que o eram menos que os outros.
Por via das relações de Madragana com o rei Afonso III de Portugal, de quem teve cinco filhos, resultou uma numerosa família que se tornou antecessora de quase todas as famílias reais e aristocráticas da Europa. Será por aqui que se explica o famigerado fenótipo da Queen Charlotte of England ?! Who knows…
«https://www.publico.pt/2017/03/26/local/noticia/tenho-uma-vida-miseravel-1766418»
Não posso ler agora, que já excedi o número de visualizações possíveis no mês, mas já se sabe como é o país - os mais desfavorecidos não têm protecção, que se aguentem, e qualquer projecto pró-alógeno lhes passa por cima.
«Representação de uma vitória católica em defesa de Portugal.»
Pois, nessa altura havia imensa escolha, os portugueses podiam não ser católicos se quisessem, então não podiam...
"Pois, nessa altura havia imensa escolha, os portugueses podiam não ser católicos se quisessem, então não podiam..."
Mas eram católicos na sua grande maioria.
É pior do que dizer que os Russos eram todos comunistas no tempo da União Soviética...
“Em nome de Deus e por sua graça. Saibam todos os que esta carta virem que eu, Afonso, pela graça de deus Rei de Portugal e do Algarve, com minha mulher a Rainha D. Beatriz, filha do ilustre Rei de Leão e Castela e com os nossos filhos e filhas os Infantes D. Dinis, D. Afonso, D. Fernando, D. Branca e D. Sancha, faço carta de foro e segurança a vós, Mouros que sois forros em Silves, Tavira Loulé e Santa Maria de Faro.
Mando que nenhum [meu] cristão ou judeu tenha poder de fazer-vos mal ou vos forcem, mas só quem for o vosso alcaide vos julgue. E isto faço para que vós me deis em cada ano cinco morabitinos pagos por cinco notáveis vossos no tempo em que apanhardes os vossos frutos. E me dareis alfitra e azaqui1, e a dízima de todo o vosso trabalho. E trabalhareis para sempre as minhas vinhas e lagares e fareis estritamente o meu vinho tal como o fazem os meus mouros forros de Lisboa; e em todas as outras coisas deveis fazer e usar como usam e fazem os meus mouros forros de Lisboa. Assim, esta carta tenha sempre segurança e ninguém a ouse violar nem os vossos foros. E eu sobredito rei Afonso, com a minha mulher e meus filhos e filhas supraditos, que mandei fazer esta carta, assino-a e confirmo-a; e para maior clareza disto fiz a presente carta ser autenticada com o meu selo de chumbo. Feita em Lisboa, aos doze dias de junho. Era de mil trezentos e sete [1269 da era de Cristo].
Afonso III não era parvo como vcs
Ele não era mas é burro como tu. Pôs mouros a trabalhar para ele. «Mouros forros» faziam exactamente isso. Outra coisa que o «teu» Afonso III fez foi expropriar mouros à tripa-forra:
«Nomeados são alguns senhores fugidos do território algarvio, em função da apreensão dos respectivos bens pela Coroa. A memória dessas personagens revela-se, ainda, suficientemente presente para definir o património confiscado. É o caso, de Aben Falila, senhor de Tavira à data da sua conquista pelos cristãos9, cujas “casas” e “horta” se destacam suficientemente para merecer uma referência especial no foral de Tavira10. Das primeiras, o monarca abdica, em 1272 em favor da Ordem de Santiago, numa composição que as refere como casas de morada na referida cidade, “que foram de Abenfalira”, e cujas confrontações delimitavam com outras “casas” do bispo de Silves11. A zona palatina da urbe encontrava-se, pois, devidamente dividida entre os poderes monárquico e eclesiástico, aproveitando-se os edifícios de prestígio do período muçulmano. Do mesmo modo se verifica, em 1250, a doação a Estêvão Anes, de todos os bens que haviam sido de Abozaale (Abū Ṣāliḥ), mouro, e de sua mulher, Zaforona (Zuhrūna), mais sugeridos do que propriamente descritos12, mas que deveriam constituir, no seu conjunto, um fundo apreciável para serem objecto de doação ao próprio chanceler do reino.»
Eventualmente, o «teu» D. Afonso III nem sequer queria misturas e punha a moirama fora da cidade: «em 1270, Afonso III faz doação de um campo sito entre a estrada que sai pela Porta Nova “et vadit per ad balnea” e a que se dirige para Badajoz, para aí fazer casas, contra o pagamento de 30 soldos de terrádigo14. O objectivo deveria ser, como se regista noutros casos da Península Ibérica, o de concentrar os muçulmanos no exterior das muralhas da cidade, num paralelismo evidente com o que se verifica, por exemplo, em Tudela ou em Tortosa. Em ambas as circunstâncias é dado um período de um ano, especificando-se, no último diploma, que esse constituiria o tempo necessário para a construção de um bairro extra-muros e para a consequente mudança de todos os muçulmanos para fora da cidade1»
https://books.openedition.org/cidehus/247
De resto, os reis posteriores reforçaram esta separação, e de que maneira, como é disso exemplo o fundador da chamada «ínclita geração», a segunda dinastia, D. João I:
«resolução tomada por D. João I, de que todos os mouros forros do reino vivessem em mourarias separadas, sem comunicação ou contato com os cristãos, reiteravam as disposições vigentes desde o século XIV relativas ao horário em que as portas das mourarias deveriam ser fechadas, e a proibição de que mouros entrassem nas residências de mulheres cristãs. Consta também no livro V um título específico dedicado ao caso de judeus ou mouros que se vestiam como cristãos para ter com mulheres cristãs 65. Sabemos que, nestes casos, o rigor das penas efetivava-se na prática. Em carta régia datada de 12/05/1473, Afonso V determinou que Jufez Cigarró, da mouraria de Évora, fosse condenado à pena corporal e tivesse os bens confiscados porque foi provado que dormira com uma moça cristã chamada Guiomar, moradora da mesma cidade»
https://journals.openedition.org/cem/9852?lang=en
Claro que, entretanto, o povo também tinha as suas exigências, este «povinho» racista, que se atrevia a ser racista muito antes do Hitler nascer:
«atendendo ao pedido dos moradores de Santarém, em 2/10/1385 D. João I proibiu que judeus e mouros ocupassem qualquer cargo naquela vila, e determinou que judeus e mouros encontrados fora de suas respectivas judiarias ou mourarias depois do toque de recolher pagassem pesada multa.»
Não era nada parvo, o «povinho», não era não, antes pelo contrário...
Enviar um comentário
<< Home