segunda-feira, janeiro 16, 2017

OBSERVAÇÃO DE TENDÊNCIA PRÓ-ISLÂMICA NO SEIO DA CRISTANDADE

Há uma propensão cada vez mais preocupante na Itália e na Europa como um todo.
Pela primeira vez em mais de 700 anos, canções islâmicas ressoaram na Catedral de Florença, Igreja de Santa Maria del Fiore. Sob a famosa Cúpula de Brunelleschi, melodias islâmicas acompanhavam as cristãs. A "iniciativa inter-religiosa" foi promovida uma semana depois do massacre bárbaro cometido por terroristas islamistas em Paris contra a redacção da revistaCharlie Hebdo, incluindo "Alcorão é Justiça" e outros "cânticos" dessa natureza.
Em seguida, um padre no sul de Itália enfureceu paroquianos por ter vestido a Virgem Maria com uma burca muçulmana no presépio de Natal da sua igreja. O pastor da paróquia dos Santos Joaquim e Ana em Potenza, Padre Franco Corbo, disse que tinha construído o presépio especial "em nome do diálogo entre as religiões". Estas iniciativas inter-religiosas baseiam-se na eliminação gradual da herança ocidental-cristã em favor do Islão.
Outro padre em Itália também acabou com o presépio de Natal no cemitério local porque isso "podia ofender os muçulmanos". O Padre Sante Braggiè disse que não haveria manjedoura no cemitério no norte da cidade de Cremona porque isso podia irritar as pessoas de outras religiões ou aqueles cujos parentes não estão enterrados naquele local:
"Um cantinho do cemitério está reservado para as sepulturas muçulmanas. Uma manjedoura posicionada no campo de visão daquelas sepulturas poderia ser visto como falta de respeito para com os seguidores de outras religiões, ferir as susceptibilidade dos muçulmanos, assim como dos indianos e até mesmo dos ateus".
Em Rebbio, a paróquia italiana de S. Martin estava-se a preparar para o final da missa quando de repente Nour Fayad, uma mulher a usar véu, subiu ao púlpito e começou a ler os versos do Alcorão que anunciam o nascimento de Cristo. A iniciativa de Dão Giusto della Valle tinha o propósito de mostrar "um gesto para o diálogo".
Logo depois, em Rozano, perto de Milão, o Director Marco Parma cancelou o concerto de Natal da escola: decidiu proibir as tradicionais festividades na escola Garofani, "para não ofender ninguém".
Em Julho, pela primeira vez durante uma missa em Itália, um verso do Alcorão foi recitado no altar. Isto aconteceu na Igreja de Santa Maria em Trastevere, Roma, na cerimónia em memória do Padre Jacques Hamel que foi assassinado por terroristas do ISIS em França. Enquanto os católicos recitavam o Credo, um representante da mesquita de al Azhar do Cairo repetia discretamente uma "oração islâmica para a paz".
Provavelmente o clero católico está desorientado por causa do próprio Papa Francisco, que foi o primeiro a permitir a leitura de orações islâmicas e leituras do Alcorão nas dependências mais importantes do mundo católico. Isto aconteceu quando o Papa Francisco se reuniu com o já falecido presidente israelense Shimon Peres e o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas na Cidade do Vaticano, um encontro concebido "para rezar pela paz no Médio Oriente".
Desde que foi eleito Pontífice, o Papa Francisco passou muito tempo em mesquitas. Visitou inúmeros lugares de culto islâmico no exterior, como por exemplo na Turquia e na República Centro-Africana, além disso também desejava ser o primeiro Papa a visitar a Grande Mesquita de Roma.
Quando se trata de Islão, o Papa abraça o relativismo religioso. Tem vindo a reiterar que a violência islamista é obra de "um pequeno grupo de fundamentalistas" que, segundo ele, não têm nada a ver com o Islão. Quando questionado sobre o porquê de não se pronunciar em relação à violência islâmica, o Papa respondeu: "se eu falasse sobre a violência islâmica, teria de falar sobre a violência católica", ainda que seria extremamente difícil neste momento encontrar sacerdotes, freiras ou outros católicos a pôr bombas em nome de Jesus Cristo.
Esta propensão vai muito além de Itália. No Reino Unido o Bispo Harries sugeriu que a coroação do Príncipe Charles deveria ser aberta com uma leitura do Alcorão. Nos Estados Unidos mais de 50 igrejas, incluindo a Catedral Nacional de Washington, realizam leituras do Alcorão. O Presidente da Igreja Evangélica da Alemanha Bispo Heinrich Bedford-Strohmtambém pediu que o Islão fosse lecionado nas escolas estaduais. Há leituras da liturgia cristã nas mesquitas?
Esses shows inter-religiosos também parecem cegar-nos frente às leituras mais preocupantes do Alcorão nas igrejas cristãs, como as que ocorreram recentemente na Hagia Sophia de Istambul: pela primeira vez em 85 anos, muçulmanos turcos leram um texto islâmico dentro da igreja oriental mais linda da Cristandade. O objectivo disto, conforme atestam os projectos de lei enviados ao parlamento da Turquia, é claro: islamizar a igreja que tinha vindo a ser usada como museu desde 1935.
O silêncio dos cristãos não é tão claro assim: como é possível que um número tão ínfimo de líderes cristãos tenha levantado a voz diante desse ataque sem precedentes contra um monumento cristão? Será que organizaram tantas leituras do Alcorão nas suas próprias igrejas que agora vêem como algo normal converter uma igreja numa mesquita?
Depois do ataque terrorista ocorrido numa igreja na Normandia em Julho passado, o clero cristão abriu as portas das suas igrejas aos muçulmanos. Este gesto foi recebido como um divisor de águas no relacionamento das duas religiões. Contudo, de uma população de seis milhões de muçulmanos que residem em França, somente algumas centenas de muçulmanos participaram. Será que esse comparecimento é realmente representativo da opinião pública islâmica?
Estes gestos de boa vontade podem parecer um benefício inter-religioso, mas na realidade são uma perda ecuménica. Não seria melhor para os dirigentes da Igreja Católica dar início a um diálogo sincero com as comunidades islâmicas, com base em princípios como reciprocidade (se vocês construírem mesquitas na Europa, nós construiremos igrejas no Médio Oriente), protecção das minorias cristãs do Crescente e repúdio à teologia da jihad contra os "infiéis"?
Para o clero católico que abriu a porta da Catedral de Florença ao Islão, os muçulmanos irão proximamente preconizar a remoção de uma pintura na basílica: "Dante e a Divina Comédia" de Domenico di Michelino. Para extremistas muçulmanos, Dante é culpado de "blasfémia": ele incluiu Maomé em seu Inferno poético. O Estado Islâmico não faz nenhum segredo sobre a sua disposição de atacar o túmulo de Dante na Itália. Outros lugares que estão na lista do ISIS são: a Basílica de São Marcos em Veneza e a Basílica de São Petrônio em Bolonha, ambas retratam cenas da Divina Comédia.
Fantasia? De modo algum. A organização italiana de direitos humanos Gherush92 que aconselha órgãos das Nações Unidas sobre os direitos humanos, já pediu a remoção de Dante do currículo escolar, porque teoricamente ele é "islamofóbico".
Nessa nova "correcção" inter-religiosa, somente o Islão ganha. Os cristãos têm tudo a perder.
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Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/9740/clero-cristao-isla 

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A mentalidade cristã inclina a receber o alógeno, mesmo que seja inimigo. Junta-se a isso o facto de a existência de Jesus como profeta ser reconhecida no Islão. A partir daqui, parece que cada vez mais cristãos se prestam a uma certa maleabilidade pró-islâmica, até porque nas fileiras muçulmanas há um fervor religioso e uma agressividade totalitária abraâmica que muito agrada a certos cristãos tradicionalistas saudosos da Idade Média.
Com tudo isto a Europa só ficaria a perder se fosse cristã...