segunda-feira, janeiro 16, 2017

AUTORIDADES CURDAS (MUÇULMANAS?) FECHAM INSTITUIÇÃO DE APOIO AOS IAZIDIS

As autoridades curdas fecharam, sem aviso prévio, uma instituição de apoio social que auxiliava mulheres e crianças da minoria Yazidi, vítimas de escravidão sexual às mãos do auto-proclamado Estado Islâmico (Daesh).
O encerramento da Yazda, deixa mais de 1200 mulheres e crianças da minoria curda sem apoio material, psicológico ou social, alertam os funcionários da instituição e diversos defensores dos direitos humanos.
Mas não só. Milhares de outros refugiados Yazidi, um dos grupos minoritários mais vulneráveis da região, ficam abandonados à sua sorte, sem educação ou assistência médica.
Segundo o “Guardian”, o governo regional acusa a Yazda de ter cometido delitos como incentivar cidadãos Yazidi a deixar o Iraque, envolver-se em assuntos políticos e não ter renovado a sua licença - algo que a associação nega, tendo fornecido uma cópia de uma licença para operar válida até Novembro de 2017.
Conta o jornal britânico que as forças de segurança locais irromperam pelas instalações da Yazda no dia 2 de Janeiro, obrigando toda a gente a sair, antes de fecharem os portões dos escritórios. Todos os projectos em curso tiveram de ser encerrados, o que põe em risco nomeadamente um programa destinado a levar para o Canadá algumas das mulheres e meninas mais vulneráveis, garantindo-lhes protecção.
Fonte da associação diz estarem a ser desenvolvidos esforços junto do governo para ultrapassar as questões levantadas e possibilitar o regresso ao trabalho, ajudando os sobreviventes até aqui apoiados.
Os yazidis têm sido perseguidos ao longo dos milénios, vítimas de genocídios e do ódio, tanto de cristãos como de muçulmanos. Ameaçados de extermínio pelo Daesh, centenas de milhares foram expulsos das suas casas em 2014, quando os jiadistas invadiram a região de Sinjar. Milhares foram mortos, muitos enterrados em valas comuns, e estima-se que outros milhares tenham sido vendidos para escravidão sexual.
Em defesa da Yazda, a organização não governamental Human Rights Watch descreveu o apoio da instituição como “vital”, não só para aqueles que escaparam, como para os que vivem em cativeiro na vizinha Mossul, na esperança de serem libertados.
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Fonte: http://expresso.sapo.pt/internacional/2017-01-12-Encerrada-abruptamente-instituicao-que-apoiava-sobreviventes-Yazidi-vitimas-do-Daesh