quarta-feira, janeiro 25, 2017

GRÉCIA DIZ NÃO TER ACUSADO PORTUGAL DE DISCRIMINAÇÃO POSITIVA A FAVOR DOS REFUGIADOS IAZIDIS

Atenas garante que não fez referência específica a Portugal, na sequência de uma notícia divulgada pela agência Associated Press de que as autoridades gregas teriam rejeitado o pedido de Portugal para acolher refugiados da comunidade yazidi.
Depois de o ministro das migrações, Ioannis Mouzalas, ter dito à AP que “um Governo não pode discriminar tendo em conta a raça”, o gabinete deste membro do Governo grego sublinhou, em resposta oficial à Renascença, que “a declaração foi generalista e não fez referência a qualquer país em específico”.
“As relações entre os dois lados [Portugal e Grécia] foram reflectidas na visita do primeiro-ministro português a Atenas, na qual os ambos falaram e na qual o senhor Mouzalas acompanhou o primeiro-ministro numa visita ao campo de Elaionas”, lê-se na breve nota de Atenas.
Segundo a Associated Press, a Grécia rejeitou uma proposta de acolhimento de refugiados yazidi por parte de Portugal, defendendo que não é possível discriminar a favor desta minoria discriminada.
O ministro adjunto Eduardo Cabrita afirmou, entretanto, à Renascençaque espera que a questão “se trate de um mal-entendido”.
Portugal assumiu o “compromisso de receber cerca de cinco mil pessoas” e manifestou “disponibilidade para receber cerca de quatro centenas de pessoas da comunidade yazidi, a partir da Grécia”, frisou Eduardo Cabrita.
MNE: "Portugal não dirigiu nenhum pedido à Grécia”
O ministro dos Negócios Estrangeiros garante que não pediu à Grécia para privilegiar a comunidade yazidi. Augusto Santos Silva diz ainda desconhecer qualquer intenção de Atenas de bloquear a transferência destes refugiados para Portugal.
"Portugal não dirigiu nenhum pedido à Grécia para privilegiar, fosse a que título fosse, um conjunto étnico dentro do contingente de refugiados que Portugal se disponibilizou a acolher", disse, por seu lado, Augusto Santos Silva.
O governante referiu que já esta manhã contactou o embaixador português em Atenas e que não há "nenhuma informação da parte das autoridades gregas".
"Não confirmo que haja qualquer declaração das autoridades gregas no sentido de impedir, de qualquer forma, a vinda de cerca de 38 yazidis de que estamos à espera nos próximos tempos", assegurou o chefe da diplomacia.
Portugal, garantiu, "acolhe todos os refugiados, independentemente de etnia, de raça, de cor, de qualificação, de género ou de orientação" e já recebeu "mais de 700 refugiados", não praticando nem pedindo para praticar "nenhuma espécie de discriminação, restrição ou diferenciação".
Bruxelas: “Nenhum país da União Europeia pode escolher quem quer acolher”
Bruxelas diz que Portugal não pode definir preferências quanto aos refugiados que decide acolher. A Comissão Europeia lembra que é o actual programa de recolocação de migrantes que não permite, aos Estados membros, fazerem escolhas em função da religião ou da raça.
Natasha Bertaud, porta-voz do presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, reagiu à notícia relembrando as regras do sistema de recolocação.
“Um dos princípios fundamentais do esquema de recolocação é que nenhum país da União Europeia pode escolher quem quer acolher. Não se pode dizer: ‘eu prefiro mulheres, ou cristãos ou muçulmanos’. São pessoas elegíveis e que precisam de protecção e não se pode escolher entre elas”, recordou Natasha Bertaud.
Questionada se isso significa que a Grécia tem razão ao considerar discriminatório o alegado pedido de Portugal, a porta-voz clarificou: “Não disse isso e não quero entrar em nenhum conflito entre os dois países, mas foi assim que a União Europeia e todos os seus estados-membros desenharam o esquema”.
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Fonte: http://rr.sapo.pt/noticia/74340/refugiados_yazidi_atenas_garante_que_nao_acusou_portugal_de_discriminacao_positiva?utm_source=cxultimas
Agradecimentos a quem aqui trouxe notícia relacionada com o caso.

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É preciso dizer que a eurodeputada Ana Gomes queria de facto que Portugal recebesse prioritariamente os Iazidis - e, nisto, está coberta de razão. Torna-se óbvio que numa situação desta natureza há que salvaguardar os mais frágeis e os mais vulneráveis. De entre todos Povos do Médio Oriente, os Iazidis são os mais odiados pelos vizinhos, mercê da sua diferença religiosa profunda relativamente aos demais, uma vez que os acusam de «adorar o diabo», e isto, num contexto de domínio muçulmano, um «convite» à desgraça. Por esse motivo os Iazidis foram e continuam a ser vítimas de actos genocidas. As suas mulheres e crianças do sexo feminino estão particularmente ameaçadas, não apenas porque no Islão radical se considera que as fêmeas dos infiéis podem ser livremente tomadas, mas também porque o seu aspecto físico - são frequentemente de tipo físico «nórdico», ou pelo menos de cabelo, pele e olhos claros - as faz serem cobiçadas pelos esclavagistas muçulmanos, tanto que algumas delas foram de facto vendidas em «leilão» aos combatentes do califado da Síria e do Iraque.
Bruxelas, desta vez, não tem razão nenhuma. E é sintomático que num caso trágico como este não se permita a chamada «discriminação positiva»... fica registado para uma próxima vez em que se queiram privilegiar certas minorias étnicas a viver no Ocidente...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Porque Portugal não envia aviões para pegar estas pessoas?para quê dar explicações? As autoridades da Grécia deveria tomar vergonha na cara no sentido de dar abrigo a criaturas que destroem seu pais como os árabes e não querem dar abrigo a iazidis que são seus parentes distantes,uma total inversão de valores.

26 de janeiro de 2017 às 15:22:00 WET  

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