LUCÁRIA - LIMPEZA SAGRADA DA FLORESTA
Dias 19 e 21 de Julho são datas da celebração, talvez nocturna, da Lucaria, ou festa realizada num bosque sagrado, Leucaria, sito entre a Via Salária e o rio Tibre, perto de Roma. O termo «Lucaria» deriva de «Lucus», ou bosque, e tem um teor religioso; «Lucéria» é uma variante do nome do festival.
Este elemento religioso da cultura romana parece ser um dos pontos em comum entre Celtas e Latinos, pois que os primeiros sacralizavam particularmente as matas.
Na Galiza, a cidade de Lugo deriva a sua designação ou do teónimo céltico Lugus (o maior Deus do Ocidente Céltico, amplamente adorado na Gália e na Irlanda, e, provavelmente, igualmente venerado na Ibéria céltica) ou do Latim «Lucus». Ora tendo havido no noroeste hispânico uma antiga povoação de nome Nemetóbriga, em que «Nem-» constitui raiz céltica para expressar «sagrado» e «briga» designa povoação em lugar alto e fortificado, é provável que tal sacralização do bosque esteja ligada ao actual topónimo galego.
Entre os Romanos esta festa tinha um significado mais propriamente histórico. Depois da derrota de Roma perante a horda invasora gaulesa, em 363 a.u.c. («ab urbe condita», isto é, «desde a fundação da cidade» - datação romana pagã), ou 390 a.e.c.(antes da era comum ou cristã), os romanos sobreviventes esconderam-se nos bosques (lucus), razão pela qual este dia é consagrado à Lucaria. Os ditos sobreviventes reuniram-se em seguida e, num ataque surpresa, exerceram vingança sobre os Gauleses, os quais entretanto estavam já a abandonar o Lácio. Esta lenda pode ser mais simbólica do que propriamente histórica e não é impossível que tenha surgido para explicar uma arcaica adoração das ou nas florestas, traço religioso que, como se disse acima, os mais antigos Latinos partilhavam com os seus parentes Celtas.
Na celebração, nenhum Deus era referido pelo nome, usando-se, na purificação da floresta, a invocação Si Deus Si Dea, significando «Sejas Deus ou sejas Deusa», o que traduz uma concepção de Sagrado abstracto e imanente na mata, algo de numinoso, Potência Nua, sem personalidade, pura Divindade.
Este elemento religioso da cultura romana parece ser um dos pontos em comum entre Celtas e Latinos, pois que os primeiros sacralizavam particularmente as matas.
Na Galiza, a cidade de Lugo deriva a sua designação ou do teónimo céltico Lugus (o maior Deus do Ocidente Céltico, amplamente adorado na Gália e na Irlanda, e, provavelmente, igualmente venerado na Ibéria céltica) ou do Latim «Lucus». Ora tendo havido no noroeste hispânico uma antiga povoação de nome Nemetóbriga, em que «Nem-» constitui raiz céltica para expressar «sagrado» e «briga» designa povoação em lugar alto e fortificado, é provável que tal sacralização do bosque esteja ligada ao actual topónimo galego.
Entre os Romanos esta festa tinha um significado mais propriamente histórico. Depois da derrota de Roma perante a horda invasora gaulesa, em 363 a.u.c. («ab urbe condita», isto é, «desde a fundação da cidade» - datação romana pagã), ou 390 a.e.c.(antes da era comum ou cristã), os romanos sobreviventes esconderam-se nos bosques (lucus), razão pela qual este dia é consagrado à Lucaria. Os ditos sobreviventes reuniram-se em seguida e, num ataque surpresa, exerceram vingança sobre os Gauleses, os quais entretanto estavam já a abandonar o Lácio. Esta lenda pode ser mais simbólica do que propriamente histórica e não é impossível que tenha surgido para explicar uma arcaica adoração das ou nas florestas, traço religioso que, como se disse acima, os mais antigos Latinos partilhavam com os seus parentes Celtas.
Na celebração, nenhum Deus era referido pelo nome, usando-se, na purificação da floresta, a invocação Si Deus Si Dea, significando «Sejas Deus ou sejas Deusa», o que traduz uma concepção de Sagrado abstracto e imanente na mata, algo de numinoso, Potência Nua, sem personalidade, pura Divindade.
O académico espanhol Garcia Quintela associa a Lucária ao cerimonial céltico irlandês de Taltiu, mãe de Lugh (versão irlandesa do nome Lugus), e ao festejo, na Galiza, de santos locais no final de Julho ( http://webspersoais.usc.es/export/sites/default/persoais/marco.garcia.quintela/_configuration/pdfs/GarciaQuintela_2006_SolarCycleLandscape.pdf ).
É já agora curioso que a palavra portuguesa «mata» para designar «floresta» seja de origem obscura, ou derive talvez do latim «matta», que significa «esteira de junco»; coincidentemente, o termo «mat» é em Irlandês (língua céltica) actual sinónimo de «vegetação», segundo aqui se lê: http://www.focloir.ie/en/dictionary/ei/mat
É já agora curioso que a palavra portuguesa «mata» para designar «floresta» seja de origem obscura, ou derive talvez do latim «matta», que significa «esteira de junco»; coincidentemente, o termo «mat» é em Irlandês (língua céltica) actual sinónimo de «vegetação», segundo aqui se lê: http://www.focloir.ie/en/dictionary/ei/mat
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