segunda-feira, novembro 30, 2015

MINISTRO SÍRIO ACUSA A TURQUIA DE QUERER LIDERAR NOVO CALIFADO

Por que é que o Ocidente está irritado com as acções da Rússia na Síria? Por que é que os caças turcos abateram o avião russo Su-24 no espaço aéreo da Síria? O que querem realmente da Síria o Ocidente e alguns países árabes?

Tudo isto é abordado na entrevista do ministro da Informação da Síria, Omran al-Zoubi à agência russa RIA Novosti.

Sputnik: Senhor ministro, como é sabido, caças turcos abateram um avião Su-24 das Forças Aeroespaciais russas. Qual foi, na sua opinião, o verdadeiro objectivo destas acções?

Omran al-Zoubi: Como você sabe, a Turquia e uma série de outros países estão irritados com a operação da Força Aérea russa na Síria. O que é facto é que o projecto americano, a que eles chamam "guerra ao terror", na verdade não é nenhuma luta contra o terrorismo como tal. São acções que visam definir o papel do Estado Islâmico e dos territórios que eles querem controlar. Pelo contrário, o objectivo da Rússia é a destruição do EI. Estes dois objectivos são opostos em termos de objectivos colocados e sua implementação.
A Turquia está irritada com as acções da Rússia porque o Estado islâmico tem estreitas relações com o governo da Turquia, relações estreitas e económicas. Há muitas provas disso. A primeira é que a maioria dos combatentes estrangeiros que chegou à Síria para lutar ao lado do Estado Islâmico veio do território turco e é impossível acreditar que tão grande número de militantes foi capaz de cruzar a fronteira sem a assistência das autoridades turcas. Em segundo lugar, a maioria das armas dos jihadistas também foi fornecida através da Turquia. Em terceiro, a Turquia roubou as fábricas em Aleppo — equipamentos, produção e relíquias históricas de Aleppo. Ajudou a capturar Palmira, rouba e continua a roubar o petróleo sírio, centenas de camiões-cisterna. Todo o petróleo é fornecido por uma empresa pertencente a Radzhep Erdogan, filho do presidente. Por isso, a Turquia começou a ficar nervosa quando a Rússia começou a atacar as infra-estruturas do Estado islâmico e destruiu mais de 500 camiões-cisterna com petróleo. Isto enervou fortemente Erdogan e a sua empresa…
Voltando ao assunto concreto do avião abatido. O ataque contra a aeronave no espaço aéreo sírio, sem aviso prévio de acordo com o piloto russo sobrevivente, confirma mais uma vez que a Turquia está faltando à verdade. No início eles disseram que tinham feito 10 advertências, em seguida, disseram que a aeronave voou sobre o território da Turquia durante 17 segundos. Você não pode enviar 10 avisos durante 17 segundos — isto não é tecnicamente possível.

S.: Pensa que as acções da Turquia foram concertadas com os seus aliados?
O.Z.: Os objectivos da Turquia e dos Estados Unidos diferem na região. Os EUA tentam dividir os países desta zona e controlar os pequenos emirados em que cada país se vai dividindo. A melhor ferramenta para a implementação do projecto norte-americano são os islamitas radicais. É por isso que apostam no estado Islâmico e na Frente al Nusra — estes grupos têm relações estreitas com os EUA. O Estado Islâmico foi criado pela inteligência dos EUA no Iraque. Este grupo continua a ter relações fortes com os serviços secretos dos EUA. […]
O objectivo da Turquia é restabelecer o Império Otomano, que como antes era dividido em províncias. Havia a província de Damasco, Mosul, Aleppo, Jerusalém, Beirute e assim por diante. Este objectivo leva ao desejo de dividir a Síria e o Iraque em emirados ou províncias, que serão um protectorado do Império e respeitarão os seus interesses. Tais ambições estão a causar divergências com os Estados Unidos.

S.: Depois do início da operação aérea da Rússia na Síria, ou antes, era fornecido armamento russo à Síria? Que armamento?
O.Z.: Claro (a Rússia fornece armas para a Síria — Ed.), tudo o que foi entregue pela Rússia foi no âmbito dos acordos e contratos anteriormente celebrados. Não houve nada de excepcional. Temos uma longa relação, forte e profunda. A Síria está perante uma agressão que não é simples. As acções da Rússia são naturais e lógicas.
Primeiro, a Rússia compreende que o islamismo radical é uma ameaça não apenas para a Síria, mas também para o mundo como um todo e ameaça a Rússia, o seu espaço vital, que tem lugar a existir fora das fronteiras da Rússia. Aqueles que estão lutando agora na Síria, de acordo com a lógica das coisas, mais cedo ou mais tarde regressarão ao seu país.

S.: Se estão planeados fornecimentos de armas num futuro próximo, o que pretende receber a Síria?
O.Z.: Não tenho informação [sobre tipos e prazos de fornecimento de armas] – é segredo militar. Mas direi que a presença da Rússia aqui na resistência ao terrorismo é uma posição conscienciosa e honesta da parte das autoridades russas e do povo. Além disso, esta posição prova a compreensão do perigo do terrorismo.

S.: O que espera o senhor ministro dos encontros em Viena no contexto dos últimos acontecimentos?
O.Z.: Posso pressupor que, com as suas acções, a Turquia mostrou que não quer nenhuma solução política. Os turcos não têm interesse em solução política. A Turquia quer criar o caos na Síria e mostrar a República Árabe da Síria como um Estado falhado. Eles pensam que a vizinhança com a Síria, a grande fronteira e a longa história dão-lhes o direito de ditar as suas regras. Ao mesmo tempo, mostram cada vez mais a sua essência bárbara.  

S.: Como avalia o ano cessante de 2015 e o que espera dos últimos dias dele?
O.Z.: Em 2015 a administração da Síria, com o actual apoio da Rússia sob a chefia do presidente Vladimir Putin, conseguiu revelar a política e os objectivos do Ocidente, que, sob os lemas de regulação pacífica, quer destruir a Síria. Tudo sobre o que o governo sírio tinha advertido durante os anos passados aconteceu em 2015.
Advertimos que o terrorismo iria sair dos limites da Síria e isto aconteceu. A tensão que os terroristas criaram no mundo deve persuadir todos que a luta contra o terrorismo exige esforços coordenados e conjuntos.

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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://br.sputniknews.com/mundo/20151127/2904014/turquia-siria-politica-terrorismo-estado-islamico.html#ixzz3sp1nKip5

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Obs: Tento moderar minhas críticas em relação ao cristianismo, pois conheço companheiros no meio racialista branco e nacional socialista que são cristãos, mas tem coisas que me irritam nessa religião é essa uma delas.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/cristaos-e-muculmanos-sao-irmaos-afirma-papa-em-mesquita-de-bangui.html

30 de novembro de 2015 às 14:50:00 WET  

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