domingo, setembro 27, 2015

TRÊS CURDAS QUE VIVIAM NA TURQUIA FORAM JUNTAR-SE AOS COMBATENTES CURDOS CONTRA O CALIFADO PARA VINGAR AS MULHERES IAZIDIS E COMBATER PELA DEMOCRACIA



Três mulheres curdas, entre os 22 e os 29 anos, decidiram mudar de vida, deixaram a Turquia e agora estão no Curdistão, no norte do Iraque, a combater o Estado Islâmico (EI). O objectivo que as move é impedir que os fundamentalistas continuem a matar os homens e a violar e vender as mulheres da minoria yazidi.
"Quando soubemos que os jihadistas tinham chegado a Sinjar e tinham escravizado e matado as mulheres yazidis, decidimos vir para parar a crise humanitária", contou Roza, a mais nova das três, ao Daily Mail.
Em Agosto de 2014, o EI chegou ao Monte Sinjar e começou a executar uma limpeza étnica, tendo como alvo a minoria cristã e a yazidi. Saquearam o que puderam, obrigaram os homens a renunciar ao cristianismo e a converter-se ao islamismo e mataram os que se recusaram.
Para as mulheres e raparigas o destino foi diferente, a maioria foi levada para cidades por eles controladas como Mosul (no Iraque) e Raqqa (na Síria) para ser usadas como escravas sexuais. A violação foi usada pelo EI como "arma de guerra".
As três mulheres, depois de tomarem conhecimento do que se passava e de que o Governo Regional do Curdistão e as suas tropas tinham saído do Monte Sinjar e que havia crianças a morrer na montanha, assim como milhares de refugiados encurralados, partiram da Turquia a 5 de Agosto do ano passado.
Já no Iraque, juntaram-se às forças do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). Vestidas de camuflado e armadas de Ak-47 e granadas, não hesitaram em ir para o campo de batalha combater o EI e como recorda Raparin no início da libertação do Sinjar, "havia dias em que matávamos dez".
Os ataques aéreos americanos ajudaram as forças curdas a abrir um corredor para fazer com que os refugiados yazidis fugissem para a Síria. "Somos ‘um’ com os yazidis e lutaremos contra o EI para vingarmos o que fizeram às suas mulheres", diz Deijly, a mais velha das três.
Agora que a situação naquela zona está mais estável, as mulheres já falam de um outro objectivo mais lato: "proporcionar democracia e liberdade para as mulheres", a começar pelas do Curdistão.

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Fonte: http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/tres_mulheres_juraram_vingar_se_do_estado_islamico.html