terça-feira, abril 07, 2015

PONTE VASCO DA GAMA TEM SIDO MAIS UMA ROUBALHEIRA CRIPTOPLUTOCRATA AO POVO PORTUGUÊS


Março de 1998. É inaugurada a Ponte Vasco da Gama, há precisamente 17 anos.
A Ponte Vasco da Gama é um dos mais ruinosos contratos que o Estado português alguma vez celebrou. Quem negociou em nome do Estado (e tanto nos prejudicou) foi o ministro das Obras Públicas dos governos de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral. O grande beneficiário desta verdadeira "mina" é hoje um grupo privado, a Lusoponte. Cujo presidente é... Joaquim Ferreira do Amaral.


A participação privada na nova travessia do Tejo nasceu de um embuste, a tese de que o estado não teria dinheiro para construir a infra-estrutura e recorria ao apoio dos privados, a quem mais tarde pagaria determinadas rendas. Nada mais errado! Até porque os privados entraram com apenas um quarto dos 897 milhões de euros em que orçava o investimento. O restante foi garantido pelo estado português, através do Fundo de Coesão da União Europeia (36%), da cedência da receita das portagens da Ponte 25 de Abril (6,0%), e por um empréstimo do Banco Europeu de Investimentos (33%). O verdadeiro investidor foi o estado português, que assim garantiu a privados uma tença milionária ao longo de anos. Só em 2010, as receitas das portagens atingiram quase 75 milhões de euros.
Ao mesmo tempo, os privados eliminavam a concorrência, pois garantiam que ninguém poderia construir uma nova travessia no estuário do Tejo sem lhes pagar o respectivo dízimo.
Para piorar a situação, o estado negociou, ao longo de anos, sucessivos acordos para "a reposição de reequilíbrio financeiro", através dos quais se foram concedendo mais vantagens aos concessionários. Ainda antes da assinatura do contrato de concessão, já o estado atribuía uma verba de 42 milhões de euros à Lusoponte para a compensar por um aumento de taxas de juro. Mas os benefícios de taxas mais baratas, esses reverteram sempre e apenas para a Lusoponte. Sem razão aparente, o estado prolongou ainda a concessão por sete anos, provocando perdas que foram superiores a mil milhões. E muito mais… um poço sem fundo de prejuízos decorrentes de favorecimentos à Lusoponte.
Aqui chegados, só há agora uma solução justa: a expropriação da Ponte Vasco da Gama, devolvendo aos privados o que lá investiram. As portagens chegam e sobram para tal. Não se pode é continuar a permitir que, por pouco mais de duzentos milhões de euros, uns tantos senhores feudais se tornem donos de uma ponte que não pagaram, cativem as receitas da "25 de Abril" e sejam donos do estuário do Tejo por toda uma geração.

*
Fonte: http://portugalglorioso.blogspot.pt/2015/03/ponte-vasco-da-gama-um-dos-mais.html#

1 Comments:

Blogger pvnam said...

Por muitos mestres-em-economia que existam por aí... quem paga não pode deixar de ter uma palavra a dizer!!!
.
Ora, de facto, foram mestres anti-austeridade [com o silêncio cúmplice de (muitos outros) mestres/elite-em-economia] que enfiaram ao contribuinte autoestradas 'olha lá vem um', estádios de futebol vazios, nacionalização do BPN, etc, etc, etc...
.
.
-» Votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco... isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa/endividamento poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a 'coisa' terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
---> Leia-se: deve existir o DIREITO AO VETO de quem paga!!!
[ver blog 'fim-da-cidadania-infantil']
.
.
.
P.S.
Uma opinião um tanto ou quanto semelhante à minha:
Banalidades - jornal Correio da Manhã:
- o presidente da TAP disse: "caímos numa situação que é o acompanhar do dia a dia da operação e reportar qualquer coisinha que aconteça".
- comentário do Banalidades: "é pena que, por exemplo, não tenha acontecido o mesmo no BES".

7 de abril de 2015 às 10:27:00 WEST  

Enviar um comentário

<< Home