SONDAGENS DÃO FRENTE NACIONAL COMO A FORÇA MAIS VOTADA EM FRANÇA
Fonte: http://vozpopuli.com/actualidad/56772-un-sondeo-situa-al-frente-nacional-de-marine-le-pen-como-la-fuerza-mas-votada-en-francia
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Duas sondagens recentes realizadas em França colocaram Marine Le Pen, da Frente Nacional, no topo da corrida às presidenciais de 2017 e terão alarmado a ala mais à esquerda da classe política francesa. No entanto, alguns especialistas põem água na fervura e desvalorizam o avanço da extrema-direita nestas previsões.
Nas duas sondagens realizadas, Le Pen perde a segunda volta – com qualquer um dos quatro adversários testados (François Hollande, Manuel Valls, Nicolas Sarkozy e Alain Juppé) -, mas, ainda assim, surge como vencedora da primeira volta com uma percentagem que ronda os 30%. Razão suficiente para alguns falarem numa viragem à direita e razão para a própria Marine Le Pen apelar a uma mobilização geral para as Presidenciais.
Os atentados em Paris, que provocaram 17 mortos, realizados por fundamentalistas islâmicos, e a posição firme de Le Pen contra o terrorismo e a favor de uma reforma das próprias políticas de imigração terão contribuído para uma tendência de viragem à direita dos cidadãos franceses.
Numa altura em que muito se tem falado das escolhas extremadas na União Europeia, após a vitória do partido de esquerda radical Syriza na Grécia, as sondagens em França parecem reafirmar o extremo, só que no sentido oposto, à direita.
No entanto, muitos especialistas põem em causa os números que estarão a alarmar os franceses.
Desde logo porque o país ainda vive um período de choque após os ataques que começaram com a chacina ao «Charlie Hebdo». Muitos consideram que qualquer sondagem realizada neste momento não poderá ser descontextualizada de um rescaldo dos acontecimentos.
Os peritos fazem notar ainda que a escolha para as presidenciais de 2017 terá em conta o estado económico e social na altura e tendo em conta as próprias ameaças ou constrangimentos que se vierem a verificar.
No fundo, a mensagem que muitos querem passar é a de que estas sondagens têm de ser analisadas com cuidado e vistas à luz do enquadramento em que se inserem.
A Frente Nacional conseguiu vencer as eleições europeias de Maio de 2014 e o maior número de deputados eleitos para o Parlamento Europeu. Estudos realizados após os ataques de Paris revelaram que a popularidade de Le Pen nas redes sociais tinha aumentado exponencialmente nos dias imediatamente a seguir a tragédia. Agora, também as Presidenciais parecem mais próximas.
O aumento da popularidade do partido parece ser uma tendência. Resta saber se até 2017 será o suficiente para Le Pen chegar ao Eliseu.
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Claro que os números podem sempre variar e em Democracia nada é garantido, mas os argumentos acima aduzidos para desvalorizar a ascensão da FN afiguram-se mais pífios do que é costume da parte dos analistas do sistema, tresandando a irritação e desespero - só por desonestidade e/ou mau perder é que se pode querer fazer crer que a notória e já há muito incontornável popularidade do partido nacionalista francês se deve a um episódio recente, é realmente estar muito convencido da alegada falta de memória popular, partindo daí para ignorar que já desde o ano passado se constatava a supremacia desta formação política no cenário político do país. Vícios antigos morrem tarde e continua a haver entre os «especialistas» opinadores uma pontinha de tendência para rotular qualquer sucesso da Extrema-Direita como um «voto de protesto» ou algum outro tipo de decisão circunstancial da população, porque a esta malta que dita bitaites na comunicação social custa muito admitir que a Democracia dá mesmo, mas mesmo, cada vez mais força ao Nacionalismo. Não é um voto de protesto nem uma raiva colectiva num determinado contexto, é mesmo a tendência natural de qualquer população ainda etnicamente viva - a preferência pelos representantes políticos cuja mensagem seja «Nós, tribo, em primeiro lugar.»
3 Comments:
O Ocidente é uma anedota.
A dívida russa em lixo? Ó então a americana!
http://remoques.blogspot.pt/2015/01/a-divida-russa-em-lixo-o-entao-americana.html
O ataque de Washington à Rússia ultrapassou a fronteira do absurdo e entrou no âmago da insânia.
http://resistir.info/russia/roberts_26jan15.html
A sorte da esquerdalha francesa é a França não ter um sistema paralmentarista como a maioria dos países europeus.
Infelizmente, de pouco adianta a FN ter mais votos numa primeira volta de eleições presidenciais se depois perde na segunda...
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