domingo, janeiro 04, 2015

ESCARAMUÇAS ENTRE ÍNDIA E PAQUISTÃO


Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/news/2015_01_03/Conflitos-entre-indianos-e-paquistaneses-deixam-mortos-na-Caxemira-6211/
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Os confrontos entre Índia e Paquistão na fronteira da dividida região da Caxemira causaram neste sábado (3) a morte de quatro pessoas e deixaram outras oito feridas, informaram fontes oficiais.
O fogo cruzado entre militares dos dois países vizinhos começou na madrugada nos distritos indianos de Samba e Kathua e ambas as partes se acusaram de provocar o incidente, o segundo com vítimas mortais na última semana.
O serviço de comunicação do Exército do Paquistão (ISPR) informou em comunicado que uma menina de 13 anos morreu por conta de disparos "não provocados" por parte de militares indianos e que uma criança de oito anos ficou ferida no choque.
"Os soldados paquistaneses responderam de forma apropriada ao fogo indiano", indicou a nota.
Por sua vez, o delegado da polícia indiana Anil Magotra disse à imprensa que uma mulher de 45 anos morreu na cidade de Mangu Chak pelo impacto de um morteiro e que oito civis ficaram feridos em consequência da "agressão" paquistanesa que começou na noite desta sexta-feira (2) e continuou na manhã deste sábado.
Além disso, dois soldados morreram por conta do incêndio provocado no bunker no qual estavam causado por vários morteiros no distrito de Kupwara, disse uma fonte policial à agência local Ians, que indicou que dois militares ficaram feridos.
De acordo com a agência indiana Ians, dúzias de famílias que vivem perto da fronteira fugiram a zonas seguras devido ao fogo paquistanês.
Este novo incidente ocorre após um soldado indiano e quatro paquistaneses morrerem na quarta-feira (31) por tiroteios entre militares de ambos países ao longo da fronteira que divide os territórios da Caxemira.
Estes choques são os mais importantes desde Outubro, quando a troca de tiros e morteiros através da fronteira na Caxemira deixou oito indianos mortos e cerca de 60 feridos, enquanto em solo paquistanês 12 civis morreram e 43 ficaram feridos.
A Índia acusa o Paquistão de apoiar actividades terroristas em seu solo, como o atentado na metrópole de Mumbai de 2008 que deixou 166 mortos, e de apoiar a insurgência na Caxemira.
Aos pés do Himalaia, a Caxemira é a única região da Índia com maioria muçulmana, e o Paquistão reivindica sua completa soberania desde a partilha do subcontinente, realizada em 1947 com critérios religiosos.
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Já se sabe como é a gente do Islão: dá-se-lhe uma mão, exige logo o braço - e não descansa enquanto não toma o corpo todo. As fronteiras entre o mundo muçulmano e o mundo não muçulmano são sangrentas, já dizia Samuel Huntington. Ou por outra, quem tenha do outro lado da fronteira um país islâmico dificilmente dorme descansado a menos que esse outro lado esteja muito militarmente inferiorizado e político-culturalmente ocidentalizado. Mas tais condições de pacificação pecam quase sempre por meramente circunstanciais ou muito superficiais. Por isso a aliança entre países não muçulmanos deve ser sempre levada em conta como necessidade que em certos casos pode revelar-se vital. E, no caso do Hindustão, a parte formalmente não muçulmana, a Índia, pode e deve ser acolhida pelo Ocidente como aliada de eleição, fundamentalmente devido à comum raiz étnica entre Ocidentais e Hindus, mas também devido à ameaça que sempre pesou sobre ambas as partes desde que as tropas de Maomé começaram a expandir-se para fora da Arábia.