«HÉRCULES» MAS NÃO MUITO
O «Hércules» que está agora no cinema é mais do mesmo no que respeita ao típico cinema de acção e espectaculidade norte-americano. Os lugar-comuns do costume, a cena final com a coincidência da trovoada a emoldurar os «bons» da fita, essa então constitui o estereótipo do próprio lugar-comum, o que já não é dizer pouco. Terá melhores actores e uma história menos infantilizante do que o outro filme sobre Hércules que andou pelos cinemas há uns meses, e tem entretanto o mérito, pela primeira vez no entretenimento actual, pelo menos que eu saiba, abordar o episódio da morte da família de Hércules alegadamente pelas mãos deste, por outro lado a amiga guerreira deste Hércules é uma amazona cita toda gira,
mas as vantagens do «Hércules» de agora relativamente ao anterior neste ano ficam-se por aí. Um samoano-afro-americano dificilmente pode interpretar um herói europeu em condições e nem é impossível que haja aí o dedo porco, e palerma, da politiquice correcta anti-racista das quotas. Quanto à intenção do realizador referente à ausência de quaisquer Divindades, mutilando assim a saga clássica, não beneficia nada a integridade da obra. O próprio «obreiro» o declarou, já não sei onde o li, que queria mesmo fazer uma coisa totalmente desprovida de qualquer elemento sobrenatural, o que na prática se constitui como exercício de ateísmo barato pretensamente iconoclasta, veiculando um primarismo anti-religioso evidente, pois que não lhe basta ser simplesmente desprovido de Divindades, tem ainda de lançar umas bocas «desmistificadoras» sobre qualquer ligação à religião, notória por exemplo na ridicularização «simpática» da figura do místico Anfiaraus que alegadamente antevê o futuro mas depois engana-se «comicamente» a respeito da sua própria morte, que não chega a acontecer e ficam todos porreiros no fim. A película mete nisso quase tanto nojo como o «Tróia».
Esperem que a coisa algum dia passe na televisão, caros leitores, é escusado ir dar dinheiro àquilo.
Esperem que a coisa algum dia passe na televisão, caros leitores, é escusado ir dar dinheiro àquilo.
9 Comments:
«Esperem que a coisa algum dia passe na televisão, caros leitores, é escusado ir dar dinheiro àquilo.»
Eu não sei como é que ainda consegues ir ao cinema, meu caro. Hoje em dia, a qualidade dos filmes com que Hollywood nos presenteia é tão má que mesmo quando os vejo na televisão fico irritado por ter perdido o meu tempo com semelhante porcaria.
Longe vai o tempo em que os filmes tinham mensagens transcendentes que nos deixavam a pensar durante dias. Hoje em dia, um indivíduo precisa de ver dezenas de filmes para apanhar um que se aproveite.
E da propaganda universalista é impossível fugir, às vezes até dá a sensação que é um pré-requisito para se poder fazer um filme lá nos "states"...
Eu fui ver os Guardiões da Galáxia, e gostei, apesar do dedo anti-racista estar omnipresente no filme.
Só vejo filmes na pirataria, não dou meu dinheiro para judeus.
E esse aí nem na pirataria tenho paciência de ver.
« apesar do dedo anti-racista estar omnipresente no filme.»
Em que sentido?
"Em que sentido?"
Começando nos actores principais, em quem meteram actores não-brancos a fazer o papel de personagens de fenótipo baseado no europeu. E acabando no facto que não faltam no filme actores secundários pretos.
Exemplos do dedo anti-racista no filme:
http://comicicons.files.wordpress.com/2013/07/gamora_zoe_saldana.jpg
http://www.critiques4geeks.com/wp-content/uploads/2013/03/drax-bautista-guardians-of-the-galaxy.jpg
No caso do Drax não achei muito, no da Gamora isso é verdade, se bem que ou muito me engano ou a cara da actriz foi alterada, dado que parece menos negróide do que habitualmente. De qualquer modo o aspecto geral do grupo não é racialmente mestiço, o que até se torna estranho, dada a influência politicamente correcta em Hollywood. E de resto só há uma personagem negra mesmo negra, que acaba por ser relativamente pouco importante e facilmente abatido. Os dirigentes de tudo e mais alguma coisa são quase todos brancos.
Para mim, está à vista que o Drax na BD é uma personagem europeizada, mas no filme é representado por alguém não-europeu, sendo portanto o seu fenótipo não-europeu. Podiam ter bem posto um actor branco a fazer a personagem de Drax. E ainda existe o facto de que Xandar ser um paraíso multicultural, onde existem pretos (na polícia), brancos e todo o tipo de alienígenas a viverem em harmonia, que é exactamente o que o anti-racismo defende.
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