PNR DENUNCIA EXISTÊNCIA DE NOVOS DESENVOLVIMENTOS DO ABORTO ORTOGRÁFICO BRASUCO-TUGA
A quem tenha analisado o “acordo”, não terá passado despercebido o desdém com que somos tratados (Anexo II, 4.2, d), nem a imposição de regras apenas conformes à prolação brasileira e embrenhadas numa série de erros técnicos, facultatividades e incongruências (Anexos I e II). Já sabíamos pois que o dito “acordo” é apenas um meio de abrasileirar a língua portuguesa, ferindo-a de morte na dignidade e no ser.
Que os prejuízos causados pelo dito «acordo» são materiais (os milhões que têm sido gastos com a negociata; o aumento do desemprego entre os tradutores, já que a mão-de-obra lá é mais barata (e os resultados são o que se vê); o aumento do desemprego do pessoal que trabalha nas editoras (veja-se a Leya, que no espaço de 3 meses despediu cerca de 100 pessoas em Portugal e abriu o mesmo número de vagas no Brasil); etc.) e imateriais, que passam ainda pelo distanciamento das restantes línguas europeias, pelo caos ortográfico, pelas dificuldades de aprendizagem acrescidas com o desnortemento, etc., também já o sabíamos.
Mas esta negociata a que chamam «acordo ortográfico de 1990» e que apenas beneficia as estratégias geopolíticas do Brasil e o bolso de alguns portugueses, embora a muitos deslumbre, foi apenas o primeiro dos passos dum rol de meios para a utilização de Portugal como meio de atingir os fins do Brasil. Avizinham-se pois mais alterações, tal como já informaram o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e a ABL (ou seja, mais confusão e imposições), estando já em cima da mesa não só outras mutilações ortográficas mas também a imposição da nomenclatura da gramática normativa brasileira. Apesar disso, os portugueses deslumbrados continuam a gastar dinheiro em livros e programas informático “atualizados”, e nas escolas, as crianças continuam a ser massacradas com o rol de regras incongruentes que nem os professores dominam.
A negociata teve continuidade no passado dia 27, nesse palco de espectáculos da pior qualidade que é a Assembleia da República portuguesa, onde discursaram mais dois “artistas” vindos do Brasil (ficheiro áudio disponível). O que não se suspeitava era que as vontades e a «argumentação» básica desses dois “artistas” pudessem vir a ser aproveitadas pelos outros para acelerar as coisas.
Esperemos que, ao invés, toda a gente mal intencionada e quase analfabeta envolvida neste escândalo crie uma confusão tal, que os analfabetos negociadores dum e doutro lado do Atlântico resolvam que cada país deve seguir o seu próprio caminho.
O PNR repudia o “Acordo Ortográfico” e diz NÃO a este atentado contra Portugal e os Portugueses.
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