terça-feira, dezembro 10, 2013

DETENÇÃO DE TERRORISTAS ISLÂMICOS NA RÚSSIA DESTAPA A PONTA DO ICEBERGUE DA AMEAÇA ISLAMISTA NO PAÍS

Moscovo, 27 Nov (Lusa) -- O Ministério do Interior da Rússia anunciou hoje a detenção na noite de terça-feira de 14 elementos da organização extremista islâmica Takfir Wal Hijra aos quais foram apreendidas armas e explosivos na capital do país.
"No decorrer da operação foram encontrados três explosivos de fabrico caseiro, um dos quais preso a um cinto, componentes de explosivos, detonadores, pistolas, granadas e munições e literatura extremista", referiu o gabinete de imprensa do mesmo Ministério.
O grupo extremista, acrescentou o Ministério, financiava-se em delitos comuns.

Os especialistas em terrorismo avisam todavia, conforme aqui se lê, http://indrus.in/society/2013/12/01/experts_urge_all-out_struggle_against_radical_islam_in_russia_31279.html, ser necessário fortalecer a luta contra grupos religiosos militantes. De acordo com a mesma fonte, um dos motivos pelos quais as fileiras do terrorismo islamista se precipitarão agora com mais ferocidade contra a pátria do urso eslavo será o apoio que este tem dado ao regime de Bashar al-Assad na Síria.

Os catorze elementos detidos do grupo que acima se refere, Takfir Wal Hijra, são oriundos de repúblicas do norte do Cáucaso, tais como a Tchetchénia, o Daguestão e a Inguchétia, e também do Turquemenistão, ou seja, de países maioritariamente islâmicos. Informações policiais indicam entretanto que entre os novos membros entretanto recrutados se encontram eslavos, posteriormente convertidos ao Islão. Pelo menos um dos membros da organização foi para Moscovo depois de ter tido um longo estudo do Islão num Estado árabe. Na capital russa este membro estabeleceu uma organização subterrânea - jamaat - e recrutou nativos do norte do Cáucaso, da Transcaucásia, da Ásia Central - e recrutou até russos étnicos.
Esta não é a primeira detenção de islamistas em Moscovo, recentemente. Outro integrante da Takfir Wal Hijra foi detido a 5 de Novembro, depois de ter recrutado várias mulheres.
A At-Takfir Wal-Hijra foi fundada no Egipto em 1970 e preconiza o rompimento com a actual sociedade moderna muçulmana, considerada pelo grupo como herética. Os seus membros estão proibidos de ter relações com infiéis. Em Setembro de 2010 o Supremo Tribunal da Rússia considerou a Takfir Wal Hijra como extremista e proibiu as suas operações no país.
O director do Instituto do Médio Oriente, Yevgeny Satanovsky, comentou que tal tipo de organizações constitui «uma plataforma para o terrorismo» e que a radicalização do Islão na Rússia «já foi extremamente longe, embora não tanto como na Europa, que tem de lidar com extremistas do Paquistão, dos países árabes e da África.» Yelena Suponina, directora do Centro da Ásia e do Médio Oriente no Instituto Russo de Estudos Estratégicos, fez por seu turno notar que «há dez anos dificilmente se ouvia falar da Takfir Wal Hijra no território da antiga URSS, mas desde há cerca de um lustro têm havido relatórios (sobre a organização) em vários países da Comunidade de Estados Independentes (CEI)». Outro especialista, Semyon Bagdasarov, advertiu a respeito do perigo que pode originar-se a partir de cem ou duzentos militantes islamistas, isto enquanto «promovem activamente o Islão não apenas entre muçulmanos mas também no seio da população não muçulmana.» Os especialistas afirmam ainda que «há já uma ideologia salafista que serve como base do takfirismo - a mais extrema forma de salafismo. Estes grupos têm de ser combatidos agora. Caso contrário irão crescer e disseminar-se amanhã.» Bagdarov adianta que «pelas estimativas mais conservadoras, dos setenta ou oitenta mil militantes a lutar contra o governo sírio, trinta ou quarenta mil são terroristas islâmicos, incluindo takifiris, entre os quais alguns russos e cidadãos doutros países da CEI.» E acrescenta: «eles vão voltar, já estão a voltar. Não levámos a cabo nenhum trabalho ideológico contra o Islão radical ao longo das duas últimas décadas. Só reagimos às consequências dos ataques terroristas. Agora estamos a colher o que semeámos.»


Quando o relativismo ou até o nihilismo se tornam dominantes, seja por perda de convicções ou por indiferença para com os valores inimigos, depois o resultado é o que se vê...