Agradecimentos a quem aqui trouxe este artigo: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/o-pesadelo-europeu
Numa Europa a 27, há cidadãos que se sentem mais europeus do que outros. Husby é um subúrbio de Estocolmo que em nada se assemelha a um gueto. As ruas albergam prédios de fachadas limpas, espaços verdes para as crianças e escolas onde o lema é a integração. Foi neste cenário idílico, onde 80 por cento da população é estrangeira, que jovens desocupados incendiaram carros e escolas em reacção à morte pela polícia local de um português, de 68 anos, casado com uma finlandesa e residente na Suécia há mais de três décadas. A família da mulher garante que Lenine Relvas Martins, que também tinha passaporte sueco, não era violento.
Na mesma semana, em Londres, cidade multicultural "aberta ao Mundo", um cidadão britânico, de origem nigeriana, pediu para ser filmado com uma faca e um cutelo nas mãos ensanguentadas, justificando em nome do Islão o assassinato na via pública de um soldado que serviu no Afeganistão. A réplica surgiu dias depois, quando Alexandre, um jovem gaulês de 22 anos, filho de franceses e convertido ao islamismo, esfaqueou um soldado no metro de Paris. As respostas não se fizeram esperar, e enquanto os suecos reagem nas urnas, em Londres e Paris explodem na rua as manifestações de extrema-direita.
Desemprego, crise de identidade e economia em queda formam o rastilho que pode incendiar o Velho Continente e despoletar a nova onda de xenofobia e nacionalismos que muitos temem venha a matar o projecto europeu. A culpa, diz Ana Gomes, eurodeputada pelo PS, é de uma "liderança fraca da União Europeia". Nuno Melo, eurodeputado pelo CDS-PP, diz que a solução passa por um "sistema que aceite as diferenças dos povos, criando fluxos de mercado no qual todos produzam riqueza e emprego, e não a proclamação política de grandes projectos federais em que uns tiram muito e outros pouco".
Se "os tumultos são normais numa zona povoada de imigrantes", como admite Catarina Coutinho Ferreira, de 36 anos, funcionária da embaixada portuguesa em Estocolmo, menos normal é que o partido Democratas Suecos, de direita radical, ganhe espaço e que no Parlamento Europeu a "Suécia fale primeiro de si".
"Nacionalismos há em todo o lado, basta ver as últimas eleições, mas aqui é óbvio que existe uma saturação", explica a portuguesa licenciada em História, que encontrou solução para a crise mais a Norte. Sobre o país para onde emigrou em 2009, nota que "há uma saturação. A Suécia está a receber emigrantes desde a década de 1970, começou com os chilenos que fugiam de Pinochet, depois vieram do Iraque, da Bósnia, e desde sempre tem a política das portas abertas a refugiados, que chegam com família" e durante sete anos recebem apoios sociais, casa e transportes pagos, rendimento mínimo e ensino gratuito da língua.
Para os portugueses, a integração é fácil, garante Catarina, que começou por ser colocada numa escola pelo centro de emprego local e já possui dupla nacionalidade. "As pessoas são simpáticas, todos falam inglês, mesmo os mais velhos de 90 anos, mas o desemprego também é muito elevado, houve cortes nos apoios sociais e surgem diferenças de tratamento."
Em Londres o caso é diferente. A brutalidade do crime praticado por Michael Adebolajo, de 28 anos, que matou o soldado britânico Lee Rigby, de 25 anos, não surpreendeu uma sociedade "habituada a ter gente de todo o lado há muitos, muitos anos". Apesar de tudo, "este acontecimento não é novo", admite Tina Marques, de 58 anos, que chegou a Londres em finais da década de 1980 para melhorar a cultura e a situação económica.
"Aquilo foi um ato isolado, terrorismo", diz a funcionária numa escola, garantindo que a comunidade portuguesa, que cresce diariamente, não sofre represálias. "Há racismo, mas depende das situações. Existe o estigma de ser estrangeiro, nota-se quando tratamos de papéis, e os ingleses com mais de 50 anos não querem cá estrangeiros, porque eles próprios estão sem trabalho, há muitos jovens desempregados, mas outra parte da sociedade acha maravilhoso ter tantas culturas aqui. Londres é uma cidade onde toda a gente convive."
A NÃO INTEGRAÇÃO
Na Europa do século XXI, a violência tem um bode expiatório: a não integração. Ainda que as ações de Estocolmo "sejam diferentes" das de Londres e Paris na sua expressão e nos fundamentos, são basicamente explicadas porque "a integração foi deficiente", afirma José Manuel Anes, presidente do Conselho Consultivo do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT). "Os motins da Suécia são os das grandes cidades, como houve em França, em 2010, e denotam insatisfação clara pelas condições de marginalização das comunidades, que se sentem esquecidas pelo governo sueco, ao passo que nos casos de Londres e Paris temos um discurso ideológico e religioso muito forte que se sobrepõe", diz. "É terrorismo. É a terceira geração da Jihad, espontânea e sem líder. E numa Europa que está um caos, nascem fatores de radicalização e conflito nos dois lados, em que é muito difícil o diálogo e a negociação", adianta.
FRANÇA A FERRO E FOGO
Em França a situação é tensa. Yves Bertoncini, secretário-geral do centro de pesquisa Notre Europe (Nossa Europa), admite que o aumento de xenofobia e do extremismo se deve a uma "crise de identidade, económica e cultural", apesar de reconhecer que a Europa precisa de imigração devido à sua população envelhecida. No entanto, no país em que um dos ídolos, o futebolista Zinedine Zidane, tem origem argelina, e o antigo primeiro-ministro Nicolas Sarkozy era filho de um emigrante húngaro, a chegada de estrangeiros qualificados reacende a polémica.
Inês Folgosa, de 28 anos, reside em Paris desde janeiro e sente que os franceses "estão a de-senvolver um preconceito, que já deviam ter, em relação às nacionalidades". A trabalhar na Câmara de Comércio de Paris, num estágio patrocinado pelo AICEP, pago pelo Governo português, a economista reconhece que nas ruas "aparecem radicais, pessoas mais velhas e outras bastante jovens, quase os dois extremos da população ativa", o que afeta "também a comunidade portuguesa". "Em França, a situação económica não está positiva e as pessoas estão a fechar-se. Em termos de emprego, há preconceito com a entrada de emigrantes, e sobretudo de Portugal, porque já não são os menos qualificados dos anos 1960 e 70, hoje são os mais qualificados que podem ficar com bons empregos."
"Os nacionalismos em França estão sempre vivos, e têm aqui quem se ocupe bem deles", admite António de Oliveira, de 69 anos, reformado e diretor de um jornal de língua portuguesa. Jogos de futebol do Paris Saint-Germain ou manifestações contra o casamento homossexual são pretexto para a xenofobia e locais onde "aparece sempre a extrema-direita com os slogans ‘França aos franceses’ e ‘franceses em primeiro lugar’".
Nem sempre foi assim. A experiência de 40 anos fora do país de origem leva António de Oliveira a elogiar a adesão de Portugal à União Europeia. "Garantiu direitos que foram logo aproveitados pela comunidade portuguesa. Antigamente, trabalhávamos apenas nas limpezas e na construção civil, nem sequer havia direito a ter negócios, só com nome emprestado, hoje, metade dos cafés em França são de portugueses. E são mais de 40 mil as empresas de portugueses. As famílias investiram nos filhos, que são licenciados, depois vêm os netos e já não querem voltar", garante.
Rosa Silva, de 62 anos, faz vida na Suécia, país que a acolheu quando em 1970 fugiu à política opressiva de Portugal. O sistema social sueco financiou a licenciatura de três dos quatro filhos, todos com passaporte local e garante que a experiência naquele país nórdico "tem sido a melhor possível". Sebastião Corte, de 65 anos, tem uma pastelaria em Londres, cidade que "continua a ser escolhida para quem se sente mal no seu país de origem". Como fez há 40 anos.
NOVO DESENHO EUROPEU
O que mudou desde então foi o próprio desenho do projeto, admite José Reis, professor de Economia da Universidade de Coimbra. "A Europa e o projeto europeu atravessam uma fase negra que substitui aquela em que havia um projeto positivo, de integração, de paz, coesão e abertura entre os diferentes países, era um projeto comum." E a razão principal desta fase "é de índole social, económica e política", diz o catedrático. "As questões económicas são muito fortes, porque a Europa assentou esse projeto, que surgiu depois da II Guerra Mundial, no desenvolvimento das suas economias, no bem-estar. Hoje, isso tudo está dramaticamente posto em causa. Numa Europa que já não é robusta em termos económicos, nem sociais, políticos e culturais, é provável que surjam conflitos entre nações."
Certo é que à medida que crescem as tensões, também o discurso se agudiza. A criação do Espaço Schengen permitiu a livre circulação de pessoas e bens, "quem entra por uma fronteira pode andar pela Europa", mas, "no caso dos romenos, a França valeu-se de uma moratória para limitar o acesso", lembra Nuno Melo.
"Estamos a assistir a um período de grande crise na Europa, que não é só financeira, é política, e quanto mais se arrastam esses aspetos políticos, mais casos violentos e desagregadores se replicam", alerta Ana Gomes. Segundo a eurodeputada, "essa conflitualidade não está apenas diretamente ligada aos incidentes terroristas e às reações de xenofobia e islamofobia, mas também a tensões que estão a viver-se em muitos países europeus e são reflexo de uma péssima liderança política, que se nota na incapacidade de tirar a Europa da crise".
Para Nuno Melo, o ressurgimento dos nacionalismos deve-se à conjugação de diversos fatores, "desemprego, insegurança, emigração e quebra da economia". E destaca "o caso particularmente preocupante da Hungria, onde o partido Jobbik conseguiu eleger três deputados e tem milícias na rua, um discurso xenófobo e antissemita, repescando palavras de ordem do nacional socialismo alemão. A situação é tanto mais preocupante quando se percebe que são partidos organizados".
Sobre este problema, Bertoncini aconselha prudência e frisa que "no plano político, a construção de uma união na diversidade ficou mais complicada com a crise na Zona Euro". Mas fora da moeda única, no Reino Unido, o primeiro-ministro, David Cameron, fez do corte da imigração uma bandeira.
"Houve um esboço do ideal da Europa, mas não teve força suficiente para sobreviver ao início das rivalidades", diz José Manuel Anes. "Quando o centro era Bruxelas, tudo funcionava, quando passou para Berlim, que serve um país", a Alemanha, "surgiram os problemas. A crise económica está para durar e é um fator que até serve de álibi para alguns grupos justificarem a sua atividade criminosa", adianta.
REINO UNIDO ASSISTE A TERRORISMO EXTREMISTA EM DIRETO
As imagens de um britânico, de origem nigeriana, com as mãos ensanguentadas e a justificar com o Islão a morte de um soldado em plena via pública correram Mundo e reacenderam o debate sobre a luta contra o terrorismo e o crescimento da xenofobia e a islamofobia na Europa. Michael Adebolajo, de 28 anos, matou o soldado britânico Lee Rigby, de 25, e pediu a quem assistiu para ser filmado. "Trata-se de uma nova vaga de terrorismo," alerta José Manuel Anes, do OSCOT, "é a terceira geração da Jihad, espontânea e sem líder. Parte de indivíduos não integrados no país de acolhimento, com uma dimensão religiosa muito forte".
Em suma - a culpa é dos Europeus por não darem empregos e não integrarem os imigrantes e etc. e tal... sempre a tónica a ser colocada no Europeus, em vez de se perceber o óbvio: que os imigrantes são responsáveis pelas suas acções, pelo que tratá-los, na prática, como inimputáveis, só lhes dá mais gana para continuarem a impunemente agredirem os Europeus em sua própria casa. Por detrás da prosápia, objectivamente vazia, de cdésses e psésses e afins europeus, está a evidência de que em casa alheia há que ter comportamento exemplar e, em não encontrando emprego numa altura de crise aguda, ou se aguardam civicamente melhores dias ou então há que pôr-se a milhas, porque está legitimamente fora de questão que um só indígena continue desempregado só para acolher um só imigrante que seja. Que em vez disso ainda se tenha o descaramento de atacar as autoridades autóctones, eis o que não tem desculpa possível e só uma elite política corrupta pode querer disfarçar ou «desdramatizar».
Quanto à identidade étnica do muçulmano que em França esfaqueou um soldado, duvido que seja «gaulesa», penso até que é norte-africana, mas não encontrei, de imediato, confirmação nem de uma coisa nem de outra. De qualquer modo, acredito que haja conversos europeus dispostos a tudo em nome do credo de Mafoma, que traidores sempre os houve.
|
|
3 Comments:
"o partido Democratas Suecos, de direita radical, ganhe espaço e que no Parlamento Europeu a "Suécia fale primeiro de si"."
É mesmo? jura?
então explica oque se segue:
os democratas suecos mudaram muito desde que os irmãos Ekeroth ( judeus) começaram a se destacar dentro do mesmo.tanto é que o próprio site do SD dias atras deixou bem claro que abandonou o nacionalismo em prol do "social conservadorismo".
o partido agora é mais uma "amigo de israel" que luta contra a "islamização" da suécia. segundo o partido, todo o imigrante é bem vindo desde que se assimile( ou seja,não tenha o islâmismo como orientação religiosa).
.
.
oque se lê sob imigração e identidade no site dos democratas suecos é o seguinte:
"Não à divisão política
Nós não acreditamos na idéia de uma sociedade multicultural, porque é uma ideologia que leva à exclusão, fragmentação e segregação. Multiculturalismo é a idéia de que um Estado sera construído em valores muito diferentes uns dos outros. Acreditamos que, em vez disto devemos defender pontos de vista ocidentais sobre os valores da democracia, da igualdade, bem-estar e os direitos humanos. "
"Prevenção da exclusão
Acreditamos, portanto, que a assimilação e ao fortalecimento da cultura sueca. Com a assimilação, queremos dizer que os imigrantes que vêm para a Suécia para se adaptar a Suécia e não a Suécia para se adaptar aos imigrantes. É a integração de hoje e as políticas de imigração que criaram centenas de zonas de exclusão em torno da Suécia. "
.
.
outros fatos que demostram bem a qual a ideologia defendida pelo SD:
_politico do Sd ,Leif Vogel ,expuslo do partido apenas por fazer criticas ao comportamento dos imigrantes em aeroportos
http://www.friatider.se/var-kritisk-mot-invandring-sparkas-ur-sd
(traição,eleitores enganados,mais do mesmo e democratas-sionistas" é oque se mais houve nos comentarios do link acima)
_judeu que ocupa a vice presidente do partido - filo-judeu anti-nacionalista anti- islão e pró assimilação - democratas suecos(Sverigedemokrat)ameaça de expulsão partidario apos este "curtir" ,na rede social facebook, link da comunidade do site nacionalista realisten.se .
http://www.nationell.nu/2013/02/08/lankade-till-nationell-sajt-hotas-uteslutas-ur-sverigedemokraterna/
_site de judeu - que é um dos lideres do partido filo-judeu anti-nacionalista islâmofobo e assimilacionista democratas suecos - diz em reportagem que norte africana - Lorine Zeineb Nora Talhaoui - ganhadora no eurovisão 2012 é tipica representante da étnia sueca.
http://www.nationell.nu/2012/05/27/arabiska-vann-eurovision-song-svenska-dagbladet-kallar-loreen-for-etnisk-svenska/
_nas eleição de 2010 no município de Södertälje ( Condado de Estocolmo ), o SD foi O UNICO PARTIDO com uma MAIORIA DE IMIGRANTES na sua lista eleitoral, a maioria cristãos caldeus do Oriente Médio"
_De acordo com o Aftonbladet , 14% dos membros do SD são de origem imigrante,
_abaixo mais sob as propostas do partido anti islamização e anti nacionalsimo democratas suecos
https://sverigedemokraterna.se/vara-asikter/
_judeu ,Kent Ekeroth ,que é uma das lideranças do partido - anti nacionalista e pró asssimilação - democratas suecos reafirma em entrevista dada a tv sueca que a identidade sueca não é uma questão de "cor de pele/raça" mas de escolha.
esta opinião é apoiada por todos os lideres do SD (ate porque ,os contrarios a mesma são expulsos do partido ),pois eles não acreditam que os suecos são uma etnia e que a mesma mereça ser preservada.
http://www.youtube.com/watch?v=liZnjxwR4cw
_em relação quem esta fomentando o multirracialismo e a assimilação na suécia:
"o imperador não é mulçumano é JUDEU"
http://www.nationell.nu/2013/02/07/ledare-kejsaren-ar-jude-inte-muslim/
Outra vez a mesma treta e catrefa de meias verdades para aldrabar os factos?
É falso que o partido tenha «mudado muito» desde que Ekeroth entrou.
A mudança no sentido da moderação começou em 1995 e Ekeroth só entrou no partido em 2010.
Ainda para mais o judeu Ekeroth é tão anti-racista, mas tão anti-racista, que até foi envolvido num escândalo recente de racismo no Partido dos Democratas Suecos a ponto de ter de se afastar:
In November 2012, Ekeroth left his duties due to a short clip filmed with a mobile camera, prominently displayed in Swedish media, where he attacked a man and a woman, and later on armed himself with an iron bar, while acting in a racist manner.
Mais sobre a iniciativa de moderar o partido, ou de aparentar moderação:
Since the 2000s (decade), the so-called "Scania gang" or "Gang of Four"; Jimmie Åkesson (party leader since 2005), Björn Söder, Mattias Karlsson and Richard Jomshof continued the moderation policy which included ousting openly extremist members.
Agora há que provar ou insinuar imbecilmente que os tais quatro são todos judeus ou agentes do Sionismo, porque sim, porque coisa e tal calhou assim...
Não há maneira de o anti-sionistame conseguir arranjar uma argumentação de jeito que não se torne numa monumental barracada de aldrabices coladas com cuspo.
odeio o direita, mas as vezes ele mete umas verdades contra os donos do celsote..kkk
Enviar um comentário
<< Home