segunda-feira, março 04, 2013

SALÁRIOS MAIORES RESTRINGIDOS EM TERRAS HELVÉTICAS

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia sobre o que se passa num dos países mais civilizados do planeta: http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/03/em-referendo-suicos-aprovam-limitar-salarios-abusivos-de-altos-executivos.html
Os suíços aprovaram neste domingo (3), com cerca de 60% dos votos, a iniciativa popular para limitar os salários astronómicos e abusivos dos altos executivos, segundo as primeiras projecções do principal instituto de pesquisas da Suíça.
Em Genebra, onde a votação já terminou, 67,7% dos eleitores votaram 'Sim' à iniciativa Minder de limitação dos salários. Em Zurique, a votação ainda não fechou, mas a aprovação é de quase 70%.
A iniciativa popular é um direito da população suíça para modificar uma lei. Caso consiga reunir 100 mil assinaturas em nível federal num prazo de 18 meses, um tema pode ser submetido à votação.
O texto referendado neste domingo, chamado iniciativa Minder (nome do criador), reforça consideravelmente os direitos dos accionistas para impedir o pagamento de salários e bónus muito altos, como os 15 milhões de francos suíços (12 milhões de euros) pagos em 2011 ao director da farmacêutica Novartis; os 10 milhões para o chefe da alimentícia Lindt & Sprüngli, Ernst Tanner; os 12,5 milhões para o chefe da Roche, Severin Schwan; ou os 11,2 milhões para o patrão da Nestlé, Paul Bulcke.
Com a iniciativa aprovada, a Suíça "terá o direito de sociedade anónima mais rígido do mundo", advertiram os opositores, reunidos num comité chamado "não à iniciativa Minder".
Segundo Thomas Minder, que dirige uma pequena empresa familiar especializada em produtos capilares e em produtos bucais, a Trybol SA, os excessos salariais dos grandes executivos explicam-se pela falta de acção dos conselhos administrativos, que são "incapazes de controlar os salários da direcção", como declarou em entrevista ao jornal "Le Temps".
Em vez de fazer reservas, e depois pagar um dividendo de pelo menos 5% aos accionistas, como prevê a lei, os conselhos de administração oferecem "salários astronómicos aos dirigentes antes de todo o resto".
Minder lançou sua ideia em 2006, e foi preciso que ele esperasse sete anos para que o texto finalmente fosse apresentado aos eleitores, pois o Parlamento suíço opôs-se ferozmente à ideia, para adoptar de última hora uma contra-proposta menos ambiciosa.
Depois de aprovado, será preciso esperar mais de um ano antes que ele seja efectivamente aplicado.
O governo suíço deverá redigir um projecto de lei respeitando as principais disposições da iniciativa, e depois levar ao parlamento para aprovação.
 
Como acima se constata, a elite reinante suíça não queria que se lhe tocasse no privilégio ou no privilégio dos amigalhaços e/ou compinchas. Porque a elite, ao contrário do que demasiada gente pensa, é mesmo essencialmente a mesma em toda a parte do Ocidente. A grande diferença está nos sistemas de governo e na insubmissão dos Povos diante das suas elites. E na Suíça, que foi e ainda é um modelo de «El Dourado», de pequenito e próspero paraíso, para boa parte do Povo Português, na Suíça, dizia, quem realmente manda é o Povo, para frequente horror ou pelo menos incómodo da sua classe política, de quando em vez abertamente escandalizada com as escolhas populares.