quarta-feira, dezembro 12, 2012

EM ZONA AFRICANIZADA - ASSALTO À BOMBA CONTRA LOJA

"Acordei com o som e o clarão. Foi um estrondo tão grande que saltei da cama e vim a correr descalça para a loja. Não conseguiram levar dinheiro, mas destruíram-nos tudo à volta com o assalto à bomba. O prejuízo é total. Desta vez vamos fechar mesmo, é insuportável aguentar os custos", lamenta Cristina Moisés, dona da papelaria arrasada no ataque à caixa multibanco no bairro das Campinas, em Idanha, Belas, Sintra, na madrugada de ontem.  
Segundo o CM apurou, os assaltantes furtaram um carro anteontem em Lisboa e colocaram as matrículas noutro – um Audi que depois usaram no assalto. E durante a madrugada de ontem forçaram cinco outras caixas ATM – nas zonas de Rio de Mouro e Queluz – com o objectivo de iludir as autoridades, obrigadas a responder aos alarmes que disparam na central.
Depois, pelas 05h15, injectaram gás no multibanco em Belas e provocaram a explosão, que se fez ouvir em todo o bairro. "O meu marido ainda viu três homens a correr para o carro e a fugir na direcção da auto-estrada [A16]", acrescenta Cristina Moisés. O grupo foi detectado a passar pela Via Verde na saída de Cascais, mas não foi, até ontem à noite, preso.
Apesar da destruição provocada, os assaltantes fugiram de ‘mãos a abanar’, pois não conseguiram chegar ao cofre com as malas cheias de dinheiro. A papelaria Moisés já tinha sido alvo de uma tentativa de assalto semelhante em Junho deste ano, mas, na altura, os assaltantes não conseguiram provocar a explosão do gás que tinham inserido no interior da caixa.
A loja, aberta há dois anos, "não vai voltar a abrir". "O negócio caiu 80 por cento este ano e já tínhamos planeado fechar no dia 24. Agora, o fecho é certo", lamenta Cristina Moisés, mãe de duas crianças, de três e 14 anos. A Judiciária investiga o assalto.