quarta-feira, abril 04, 2012

«FÚRIA DOS TITÃS - II»

A sequela de «Fúria de Titãs» cumpre bem os requisitos de filme de fantasia e acção, na esteira do primeiro (o de 2010, não o dos anos oitenta) - efeitos especiais a condizer, cenas de acção bastante razoáveis mesmo quando algo estereotipadas e próximas do lugar-comum, argumento aceitável, bom enredo, ausência de actores de «minorias étnicas» e, no que mais interessa, sentido da magnitude exacerbado, coerência e solidez na contínua representação dos Deuses da Grécia antiga, que ao fim ao cabo são os Deuses «do Ocidente» por excelência, isto no Seu sentido cultural, uma vez que quando em termos de cultura ocidental se fala em «a Mitologia» se está em princípio a falar da mitologia clássica, a chamada greco-romana. Quem vê o primeiro filme do «remake», o de há dois anos, sente neste uma continuidade no aspecto da presença divina, por assim dizer, no grande ecrã, o que tem a virtude de familiarizar o espectador com as Divindades da herança europeia. Mas claro que, numa época de iconoclastia no que respeita aos ídolos do passado tradicional, em que a cultura dominante da elite é ateia humanista, seria improvável, ainda que não impossível, encontrar uma obra «mainstream» na qual se glorificasse o sagrado da herança étnica sem o beliscar de maneira nenhuma. E, por isso, «Fúria de Titãs II» borra estrepitosa, blasfematória mas previsivelmente a pintura com um final ao mais despudorado estilo ateu humanista, tal como o da película original do dealbar dos anos oitenta, mas em termos ainda mais violentos e declaradamente «irreversíveis». «Fúria de Titãs II» não deve pois ser visto por jovens particularmente influenciáveis, ao contrário do primeiro, de 2010, no qual se podem contemplar as mais gloriosamente majestosas imagens de representação das Divindades de toda a cinematografia conhecida, pelo menos da que eu conheço...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bela imagem, a primeira.

5 de abril de 2012 às 17:23:00 WEST  
Blogger Afonso de Portugal said...

"(...)ausência de actores de «minorias étnicas»

Quem me dera poder ter esta referência para todos os filmes. Assim poderia decidir quais ver no cinema e quais evitar.

Às vezes chega a meter nojo a forma como os tais actores de «minorias étnicas» são geralmente utilizados para fazer o papel de bonzinho (e.g. Cuba Gooding Jr em "Homens de Honra" ou Morgan Freeman em "Os Condenados de Shawshank"), ou de vítima da sociedade malvada e capitalista dos brancos (e.g. Denzel Washington em "John Q"), ou de iluminado que vê qualquer coisa que os brancos não vêem (Oráculo em "The Matrix" ou Whoopi Goldberg em "Ghost").

Aliás, se eu pudesse saber de antemão quais os filmes sem actores de «minorias étnicas», apenas veria esses, deixando os restantes para uma análise crítica quando passassem na televisão.

6 de abril de 2012 às 01:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Achei horrível este filme, cheguei a dormir no cinema.

lucassouza24

6 de abril de 2012 às 05:29:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Achei horrível este filme, »

Se um brasileiro e ainda por cima esquerdista gostasse de um filme épico de temática genuinamente europeia é que eu me surpreendia, pelo menos um pouco.

8 de abril de 2012 às 13:07:00 WEST  

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