sexta-feira, março 16, 2012

SOBRE NÁBIA E O MITO DE SANTA IRENE

 CICERO MANCI NABIAE L. V. S. que possivelmente se traduz por Cícero, (filho de) Mâncio, cumpriu de livre vontade o voto feito à (deusa) Nábia.
Nábia foi uma das divindades mais veneradas na faixa ocidental da Península Ibérica ou seja, a área que actualmente corresponde a Portugal e à Galiza, durante o período que antecedeu à ocupação romana. Na mitologia céltica, Nábia, era a deusa dos rios e da água, tendo em sua honra o seu nome sido atribuído a diversos rios como o Navia, na Galiza e o Neiva e o Nabão em Portugal. Inscrições epigráficas como as da Fonte do Ídolo, em Braga e a de Marecos, em Penafiel, atestam-nos a antiga devoção dos nossos ancestrais à deusa Nábia.
Quando ocuparam a Península Ibérica à qual deram o nome de Hispânia, os romanos que à época não se haviam convertido ainda ao Cristianismo, adoptaram as divindades indígenas e ampliaram o seu panteão, apenas convertendo o nome de Nábia para Nabanus, tal como antes haviam feito com os deuses da antiga Grécia.
Qual reminiscência do período visigótico, a crença pagã em Nábia – ou Nabanus – viria a dar origem na famosa lenda de Santa Iria – ou Santa Irene – cujo corpo, após o seu martírio, ficou depositado nas areias do rio Tejo junto às quais se ergueram vários locais de culto, tendo inclusive dado origem a alguns topónimos como a Póvoa de Santa Iria e, com a introdução do Cristianismo, a atribuição do seu nome à antiga Scallabis, a actual cidade de Santarém.
Bem vistas as coisas, são em grande parte do rio Nabão e das suas nascentes as águas que o rio Tejo leva ao Oceano Atlântico, junto a Lisboa, depois daquele as entregar ao rio Zêzere. E, é nas águas cristalinas do rio Nabão que habita a deusa Nábia e nas suas margens que Santa Iria encontrou o eterno repouso.
Fonte: http://auren.blogs.sapo.pt/501784.html

Vale a pena ler e registar esta passagem do verbete da Wikipedia em Castelhano sobre Nábia:
El mito aparece en los arcaicos pasajes del segundo ciclo de la epopeya heroica irlandesa en los que se describe a una bella mujer que en el mito céltico desempeña el papel de mensajera de la Muerte y psicopompa conductora de las almas de los jóvenes a la morada de los difuntos, cual moura o lavandeira de ciertas leyendas. Cúchulainn, sin saberlo, hiere mortalmente a su propio hijo Connla o Conlaoch. Aparece entonces un hada que se dirige a Connla para decirle: ”Los inmortales te invitan. Serás uno de los héroes del pueblo de Tethra. Día tras día se te verá en las asambleas de tus abuelos, en medio de aquellos que te conocen y te aman.". Cúchulainn ve como su hijo se lanza a la barca de vidrio que usa la hechicera, y le ve alejarse hasta desaparecer.[3] El mito se repite en el viaje de Arturo hacia su destino final en Avalon, y aún sobrevive en el norte en advocaciones a la Vírgen de la Barca (Muxía) o Vírgen de Covadonga (Canges d'Onís) ambas festividades del 8 de septiembre.