EM ALDEIA INGLESA - MESQUITA É CASTIGO...
Na pequena localidade inglesa de Littleport, o político conservador Fred Brown ficou de tal modo furibundo por não ter sido reeleito que resolveu vingar-se da população local.
E que fez ele?
Mexeu os cordelinhos para que em Londres alguém espetasse com um novo imposto aos cidadãos de Littleport? Não...
Resolveu organizar um concerto de música rap em Littleport? Também não...
Fez ainda pior - facilitou a construção de uma mesquita.
Declarando em Maio que se sentia ofendido por os seus concidadãos de Littleport não terem reconhecido o seu esforço em prol da localidade, trabalho de uma vida, lembrou-se de que tinha em Littleport um «imóvel ideal» para ser convertido em mesquita. Ora em Littleport não há muçulmanos, mas na cidade mais próxima, Ely, os muçulmanos estão demograficamente em crescimento e exigem um novo lugar de culto. Vai daí, Brown resolveu mostrar-lhes que em Littleport poderiam ter aquilo que querem.
Os habitantes da aldeia amaldiçoam Brown; a Liga de Defesa Inglesa (EDL, em Inglês), anunciou uma manifestação de protesto contra a edificação da mesquita.
O mais interessante é o que está subjacente nesta bizarra história - os muçulmanos são de tal modo repulsivos para a população britânica, que um político indígena não tem dúvidas que trazer muçulmanos para a sua área vai garantidamente irritar os outros indígenas... independentemente do seu grau de canalhice, Brown sabe realmente o que o Povo quer e não quer...
O caso é de qualquer modo feio. Faz lembrar, ainda que numa versão jocosa, a história da traição do conde Julião, que, por vingança contra o rei Rodrigo, pôs-se ao lado dos muçulmanos de Tarik que invadiram a Ibéria...
1 Comments:
Caturo escreveu…
«O caso é de qualquer modo feio. Faz lembrar, ainda que numa versão jocosa, a história da traição do conde Julião, que, por vingança contra o rei Rodrigo, pôs-se ao lado dos muçulmanos de Tarik que invadiram a Ibéria...»
Escreveu Maquiavel, na sua obra-prima "O Príncipe", que "os homens esquecem mais depressa a morte dos seus pais do que a perda do seu património.”
Este caso é uma boa ilustração disso: o autarca desapossado, cheio de rancor e ressentimento, decide unir-se precisamente ao maior inimigo da sua nação para punir aqueles que, de acordo com a sua perspectiva, o espoliaram.
Um dos maiores desafios da governação –qualquer forma de governação– é precisamente saber escolher como aliados aqueles que, quando defraudados, não venham a comprometer a causa maior em nome do benefício pessoal. Isto é bastante difícil uma vez que o ser humano médio opera de acordo com a lógica egoísta do “fodo-me eu, fodem-se todos”.
Digo isto porque parece haver muitos nacionalistas por aí mais interessados em guerrinhas entre si (PLs, MONs e afins) do que na prossecução do objectivo maior da causa nacionalista: a salvaguarda do povo português, da sua nação e da sua cultura.
Camaradas nacionalistas, na política, como em tudo na vida,. é importante ter ambição q.b. Mas tenham sempre muito cuidado com os homens e com as mulheres que querem subir muito rápido na estrutura hierárquica das organizações, apirando a, como fez César, “chegar, vir e vencer”.
Na maior parte dos casos, estes indivíduos são capazes de destruir o movimento só pela força contagiante da sua inveja, velhacaria e mesquinhez.
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