«SLUT WALK» NA ALEMANHA

Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15315155,00.html

Em várias cidades da Alemanha, mais de um milhar e meio de mulheres trajadas com mini-saia, ligas e outras vestimentas «ousadas» manifestaram-se no âmbito do movimento «Slut Walk», já referido neste blogue, que afirma o direito das mulheres a usarem vestuário tido como «provocador» sem serem sexualmente atacadas ou abusadas.

Só em Berlim as participantes terão sido cerca de mil; em Francoforte, por volta de duzentas; trezentas e cinquenta em Munique. Realizaram-se também marchas em Dortmund, Colónia e Hamburgo.

Alguns homens juntaram-se aos protestos.

Nos cartazes das manifestantes podia ler-se «A dignidade de uma galdéria é sacrossanta» e «Bela, sensual e sexy - mas não quero sexo.» Uma das organizadoras do evento em Hamburgo, Anna Rinne, declarou à imprensa que «mesmo quando as pessoas andam meio nuas pelas ruas, não é culpa delas se violência for contra elas cometida.»

O movimento começou em Toronto como resposta aos comentários de um chefe de polícia que disse que se as mulheres não querem ser sexualmente atacadas, então não devem vestir-se como «promíscuas». A reacção das feministas foi sobretudo organizada pelo Facebook.

Realizaram-se já manifestações em Londres, Cidade do México, Sydney, Seúl e Lisboa, como aqui foi já referido: http://gladio.blogspot.com/2011/06/slut-walk-lisboa-daqui-bocado.html

Isto é, também, uma manifestação do verdadeiro Ocidente - o da liberdade e, também, da dignidade feminina, em contraste com a opressão e com a sujeição da mulher, típicas da maior parte do Oriente, sobretudo do Oriente geograficamente mais próximo, o islâmico, bem simbolizado, a este respeito, pela castradora e tristíssima burca...

A ideia é típica do mundo anglo-saxónico, e nórdico em geral, ou não seria verdade que já há dois mil anos os observadores gregos e romanos constatavam a atitude livre e altiva das mulheres Norte europeu...

Uma ideia tipicamente anglo-saxónica e uma bela ideia, que tem a proeza de juntar numa só marcha dois dos aspectos que mais interessa salvaguardar no Ocidente: ao pugnar pelo direito feminino de exibir em público a sua beleza e o seu glamour, une num só movimento a Liberdade e a Beleza, nomeadamente a das mulheres europeias, um dos principais motores da mais autêntica luta racialista.

De resto, quem anda na rua e tem bom gosto agradece. Faz falta esta exibição de brilho feminino, a contrariar fortemente o cinzentismo de certos dias e a deixar claro, diante de certas mentalidades, que há direitos inalienáveis. Quem não gostar, tem bom remédio, embarque (de volta?) para a Arábia.

Entretanto, é necessário ter em conta o aspecto negativo da coisa - não devem admirar-se muito as mulheres que se queixem do decréscimo do apetite sexual masculino em geral, porquanto numa sociedade em que um homem normal seja «obrigado» a ver belas mulheres sem lhes poder tocar, a população masculina acaba por desenvolver, interiormente, algum mecanismo que lhe permita atenuar o impulso sexual.

Mas atenuar não é castrar - e acima dos problemas de cada qual com aquilo que vê, está o direito de quem mostra, desde que não rompa os limites da decência. E mesmo isto é discutível - ninguém teria o direito de violar uma mulher se esta aparecesse completamente nua em público.

Não tem por isso ponta de valor este mentecapto artigo

http://gatesofvienna.blogspot.com/2011/08/sluts-stupidity-and-cassandras.html

a querer responsabilizar «parcialmente» as mulheres «descaradas» que são violadas e até a pretender retirar a liberdade elementar às manifestantes, declarando-as como «imaturas»... irónica e contraproducentemente,  o artigo surge precisamente num sítio internético anti-islamocrata - na verdade, o autor desta sucessão de bacoradas mostra ter uma mentalidade assaz similar à dos muçulmanos que legitimam a violação de ocidentais «despudoradas», mesmo que o autor em causa pretenda escudar a sua arenga por trás de um postura a modos que intelectual. O sujeito pura e simplesmente não entende um dos direitos mais especificamente ocidentais, que é o direito ao próprio corpo. Ignora por isso que este direito obriga cada qual a fazer o que for preciso para se conter dentro do seu próprio espaço, no seu próprio corpo. Se o que é bom não pode ser publicamente exposto «porque provoca», então ninguém que tenha um caríssimo automóvel ou roupas de luxo pode usar tais coisas em sociedade, à luz do dia, muito menos em tempos de crise... Se um rebarbado fica todo mordido por ver uma «boazona» sem lhe poder tocar, seguramente que um cidadão que não come há dois dias e não sabe como é que há-de arranjar dinheiro para daí a uma semana pagar o t0 em que vive não ficará menos contorcido de ansiedade se der de caras com um jovem ainda mal barbado a usar ténis de marca e com as mãos displicentemente colocadas sobre o volante de uma «g'anda bomba» descapotável com uma «bruta» aparelhagem «sempre a bombar».

A liberdade de todos exige o respeito mútuo pelo essencial que a todos pertence, ou, dito doutra maneira, «a minha liberdade acaba onde começa a liberdade do outro», lugar-comum muito na moda há uns tempos mas que não deixa, lá por ser lugar-comum, de expressar uma verdade essencial na cultura ocidental.

E para terminar mais uma foto, que não é da Alemanha mas merece ser vista, porque é agradável de ver, mesmo com um cartaz em escrita brasuca: