ALEGAÇÃO FINAL DE GEERT WILDERS NO SEU JULGAMENTO - «FALEI, FALO E CONTINUAREI A FALAR»
Senhor Presidente, membros do Tribunal,
Estou aqui por aquilo que disse. Estou aqui por ter falado. Falei, falo e vou continuar a falar. Muitos se mantiveram em silêncio, mas não Pim Fortuyn, não Theo Van Gogh e não eu.
Sou obrigado a falar. Porque a Holanda está sob ameaça do Islão. Tal como argumentei muitas vezes, o Islão é principalmente uma ideologia. Uma ideologia de ódio, de destruição, de conquista. É minha forte convicção de que o Islão constitui uma ameaça aos valores ocidentais, à liberdade de expressão, à igualdade entre homens e mulheres, aos heterossexuais e aos homossexuais, aos crentes e descrentes.
Por todo o mundo podemos ver como a Liberdade está a fugir do Islão. Dia a dia, vemos as nossas liberdades a diminuirem. O Islão é oposto à Liberdade. Renomados estudiosos do Islão de todas as partes do mundo concordam nisto. As minhas testemunhas especialistas subscrevem a minha perspectiva. Há mais especialistas do Islão que o tribunal não me permitiu chamar para testemunhar. Todos concordam com as minhas declarações, mostram que eu falo verdade. A verdade está hoje em julgamento. Temos de viver na verdade, disseram os dissidentes sob domínio comunista, porque a verdade irá libertar-nos. A verdade e a liberdade estão inexoravelmente ligadas. Temos de falar a verdade porque doutro modo iremos perder a nossa liberdade.
Foi por isso que eu falei, é por isso que eu falo e é por isso que continuarei a falar.
As declarações pelas quais estou a ser julgado são declarações que fiz na minha função como político participante no debate público na nossa sociedade. As minhas declarações não foram dirigidas a indivíduos, mas ao Islão e ao processo de islamização. É por isso que o procurador público concluiu que eu devia ser absolvido.
Senhor presidente, membros do tribunal, estou a agir de acordo com uma longa tradição que quero honrar. Estou a arriscar a minha vida em defesa da liberdade na Holanda. De todos os nossos feitos, a Liberdade é o mais precioso e o mais vulnerável. Muitos deram a vida pela Liberdade. Temos sido recordados disso nas comemorações do mês de Maio. Mas a luta pela Liberdade é muito mais antiga.
Todos os dias os carros blindados passam pela estátua de Johan de Witt em Hofvijver, na Haia. De Witt escreveu o «Manifesto da Verdadeira Liberdade» e pagou pela liberdade com a vida. Todos os dias vou para o meu escritório passando pela Binnenhof onde Johan van Oldenbarneveldt foi decapitado depois de um julgamento político. Apoiando-se na sua bengala, o velho Oldenbarneveldt dirigiu as suas últimas palavras ao seu povo. Disse: «Agi honrosa e piamente como um bom patriota.» Essas palavras são também minhas.
Não pretendo trair a confiança dos 1,5 milhões de eleitores do meu partido. Não quero trair o meu país. Inspirado por Johan van Oldenbarneveldt e por Johan de Witt, quero ser um político que serve a verdade e portanto defende a liberdade das províncias holandesas e do Povo Holandês. Quero ser honesto, quero actuar com honestidade e é por isso que quero proteger a minha terra nativa contra o Islão. Silêncio é traição.
Por isso eu falei, falo e continuarei a falar.
Liberdade e verdade. Pago o preço todos os dias. Dia e noite, tenho de estar protegido contra gente que me quer matar. Não estou a queixar-me disso; foi minha decisão falar. No entanto, aqueles que me ameaçam e a outros críticos não estão hoje a ser aqui a ser julgados. Eu estou a ser julgado. E a respeito disso queixo-me.
Considero que este julgamento é político. Os valores do D66 [partido de Esquerda liberal] e do NRC [jornal de Esquerda] nunca serão levados a julgamento neste país. Um dos queixosos indicou claramente que as suas intenções são políticas. Até mesmo questões que eu apresentei no parlamento e a cooperação com o SGP estão a ser aqui trazidos como alegações contra mim por Rabbae do GroenLinks [partido de Esquerda ecologista]. Os da Esquerda gostam de falar na separação de poderes. Mas quando não podem vencer politicamente, porque o povo holandês topou a sua sinistra agenda, então tentam vencer através dos tribunais.
Qualquer que seja o vosso veredicto, esta é a amarga conclusão deste julgamento.
O julgamento é também surrealista. Estou a ser comparado com os assassinos hutu do Ruanda e com Mladic. Há apenas alguns minutos alguns duvidaram da minha sanidade mental. Fui chamado um novo Hitler. Pergunto-me se aqueles que me chamaram tais nomes também serão processados, e se não o forem, se o tribunal também ordenará que o sejam. Provavelmente não. E isso também está certo. Porque a liberdade de expressão aplica-se também aos meus oponentes.
O meu direito a um julgamento justo foi violado. A ordem do tribunal de Amsterdão para me processar não foi só uma decisão mas um veredicto condenatório por tribunais que me condenaram ainda antes do actual julgamento começar. Senhor presidente, membros do tribunal, têm agora de decidir se a Liberdade ainda tem abrigo na Holanda.
Franz Kafka disse: «uma pessoa vê o Sol lentamente a pôr-se, e todavia surpreende-se quando de repente fica escuro.»
Senhor presidente, membros do tribunal, não deixem que as luzes se apaguem na Holanda.
Absolvam-me: ponham um fim a esta situação kafkiana.
Absolvam-me. A Liberdade política requer que os cidadãos e os seus representantes eleitos sejam autorizados a dar voz às suas opiniões afirmadas em sociedade.
Absolvam-me, porque se eu for condenado, vocês condenam a liberdade de opinião e de expressão de milhões de holandeses.
Absolvam-me. Não incito ao ódio. Não incito à discriminação. Mas defendo o carácter, a identidade, a cultura e a liberdade da Holanda. Esta é a verdade. É por isso que aqui estou. É por isso que falo. É por isso que, tal como Martinho Lutero antes da Dieta Imperial de Worms, digo: «Aqui estou eu, não posso actuar doutro modo.»
Por isso falo, falei e continuarei a falar.
Senhor presidente, membros do tribunal, embora eu aqui esteja sozinho, a minha voz é a voz de muitos. Este julgamento não é sobre mim. É sobre algo muito maior. A Liberdade de expressão é a fonte de vida da nossa civilização ocidental.
Não deixem que a fonte fique seca só para se acomodar uma ideologia totalitária. «A Liberdade», disse o presidente norte-americano Dwight Eisenhower, “tem a sua vida nos corações, nas acções, no espírito dos homens e portanto tem de ser diariamente ganha e refrescada - ou então, tal como uma flor cortada da sua raiz, acabará por definhar e morrer.»
Senhor presidente, membros do tribunal, os senhores têm uma grande responsabilidade. Não cortem a liberdade na Holanda das suas raizes, a nossa liberdade de expressão. Absolvam-me. Escolham a Liberdade.
Falei, falo e é meu dever - não posso fazer outra coisa - continuar a falar.
Obrigado.
9 Comments:
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Caturo, existe algum mito tipo, como na mitologia nordica em que se morrer em combate vou para Valhalla, mas na mitologia celta Portuguesa ou na mitologia dos lusitanos.
Caturo, viste a reportagem na Sic sobre a Amadora!!!
Só pretos!!!Fogo!!!
Parece mesmo uma favela brasileira!!!
Ao menos autosegregam-se!!!
Ja nao é mau!!!
Caturo, tu apareces aqui certo:
http://www.youtube.com/watch?v=5toML0rmQg0&feature=related
Grande palavras Caturo, diga-se desde já!!!
Acho bem que façam campanha no verão!!!
É quando muita gente se aprecebe de muita coisa, nomeadamente iminvasao e possivel mestiçagem!!!
Caturo, Alemanha e Áustria são uma só nação?
PRA MIM ESSE GEERT WILDERS NÃO PASSA DE UM 2.0 DE ARMARIO..
«Caturo, Alemanha e Áustria são uma só nação?»
Eu acho que sim.
«Caturo, tu apareces aqui certo:
http://www.youtube.com/watch?v=5toML0rmQg0&feature=related»
Sim, obrigado, camarada.
«Caturo, existe algum mito tipo, como na mitologia nordica em que se morrer em combate vou para Valhalla, mas na mitologia celta Portuguesa ou na mitologia dos lusitanos.»
Não se conhece nenhum mito dos Lusitanos, mas apenas nomes e uma ou outra prática. Sabe-se de qualquer modo que os Celtas acreditavam num paraíso para além do mar ocidental, a Planície da Alegria (Mag Meld) ou Terra dos Jovens (Tir Nan Og), ou ainda Terra dos Vivos (Tir Nan nBeo), entre outros nomes.
Sabe-se também que os Lusitanos incineravam os mortos, e que Viriato foi queimado numa pira funerária, tal como os guerreiros da Ilíada, o que parece indicar para uma crença num mundo de heróis nas Alturas, pois que, na tradição nórdica, os guerreiros eram queimados porque assim ascendiam mais facilmente ao Valhalla, ao passo que os escravos, as mulheres e os velhos eram enterrados, porque assim iam mais directamente para a terra de Hella, a Deusa da Morte, nas profundezas.
Na Celtibéria, que não é bem a mesma coisa que a Lusitânia, mas na Celtibéria, dizia, há indícios de que se acreditaria numa ascensão da alma aos Céus, talvez uma espécie de paraíso dos guerreiros.
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