GRUPO DE CIDADÃOS QUER REFERENDOS

Um grupo de cidadãos que se juntou através do Facebook concentrou-se, às 10 horas, à frente da Assembleia da República para reclamar a instituição de referendos para as grandes decisões do país.

"Os referendos devem ser usados sobretudo no que concerne as relações internacionais, ou seja, a relação entre o país e as instituições externas", defendeu um dos organizadores da iniciativa, Miguel Teixeira, em declarações à agência Lusa.

"Achamos que na eventualidade da entrada do FMI devia ser dada a oportunidade de o povo poder dar opinião", referiu o organizador do projecto Plataforma Directa.

O objectivo, explicou, é conseguir que seja aprovada uma alteração constitucional "que permita que se institua a democracia directa no país, ou seja, dar voz à população para poder intervir não só no dia das eleições mas sobretudo no decorrer das grandes decisões políticas para o país".

A organização considera que esta intervenção deve ser realizada através de referendos "como acontece na Islândia, e em algumas regiões da Itália e do Canadá" e como "se fazia na Grécia antiga", porque "democratiza mais a relação entre as populações e o Governo".

A primeira iniciativa deste grupo "pretende apenas passar a mensagem desta solução", sendo que alguns membros garantem que não sairão de frente do Parlamento antes de serem ouvidos por alguém "que dê projeção ao movimento", adiantou Miguel Teixeira.

A Plataforma Directa foi formada espontaneamente nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, por um grupo de cidadãos apartidários "que pretende uma solução para o estado a que o país chegou", explicou.

A iniciativa surge na sequência da manifestação de 12 de Março, quando o movimento Geração à Rasca juntou mais de 200 mil pessoas numa manifestação em todo o país.

Este movimento tem marcada para hoje uma reunião geral no Porto, para "debater as propostas apresentadas", nomeadamente no dia da manifestação em que cada pessoa podia entregar uma folha A/4 com uma ideia, e que, segundo Inês Gregório, uma das organizadoras da iniciativa, versam sobretudo sobre "formas de combater os efeitos da corrupção e a precariedade dos empregos".

Segundo contou à Lusa, "houve muitas pessoas que entraram em contacto [com a organização do movimento Geração à Rasca] para fazer propostas sobre o que se pode fazer além de manifestações".

Por isso, o movimento reúne-se esta noite para analisar as propostas, ver "que grupos de trabalho podem ser formados e se se pode integrar nas diferentes estruturas democráticas do país", disse Inês Gregório.

"Neste momento está tudo em aberto, estamos à espera de ser surpreendidos pelas propostas como aconteceu com a adesão à manifestação", acrescentou.

Louvável esforço, ainda que aparentemente utópico - mas, como diz o Povo, água mole em pedra dura tanto dá até que fura. É preciso disseminar este ideal, tanto quanto possível, nestas e noutras acções. Claro que tal perspectiva assusta a elite reinante e não pouco, sobretudo a da Esquerda, que tem muito medinho da verdadeira opinião do Povo - a abissal e cada vez maior diferença entre a opinião publicada, controlada pela elite, e a opinião pública, assusta quem quer poder impingir aos Povos uma determinada agenda diluidora dos valores tradicionais e não admite que o cidadão comum, ainda «pagão» e não devidamente evangelizado, tenha sequer hipótese de resistir. Não é por acaso que um pouco por toda a parte a Lei - portanto, o instrumento máximo das elites, pelas elites determinado - proíba a existência de partidos «nazis», proíba a manifestação organizada de ideias «racistas»; não é por acaso que a elite reinante fica irritadíssima sempre que surge algum partido nacionalista que rapidamente cresce nas urnas de voto - e ameaça enviar o mundialismo para as urnas cinerárias - e que armou uma escandaleira histérica e moralista quando os Suíços, votando em referendo, optaram pela proibição dos minaretes em solo suíço, levando uma ministra holandesa a ter o inacreditável descaramento de comentar que «ainda bem que na Holanda não há referendos destes»... e que em Portugal a Esquerda parlamentar nunca gostou de referendos, e que o esquerdista patriota de Argel Manuel Alegre, grão defensor da Democracia!, apareceu no pequeno ecrã a dizer que isso dos referendos não convinha porque, note-se, punha «em causa a nossa tradição de democracia representativa!» (ah, este sólido e leal respeito pela Tradição! imposta há trinta e sete anos...), e que o não menos democrateiro Almeida Santos teve a distinta lata, típica de advogado desavergonhadamente troca-tintas, de lançar a pirueta retórica segundo a qual essa mania de o cidadão querer decidir por si próprio minava a Democracia


... pois claro - Democracia, para os almeidasantos e quejandos, é o povinho a admitir a sua incapacidade para decidir e a entregar aos Iluminados - leia-se, o pessoal que os almeidasantos deixarem participar nas eleições - o poder e as decisões todas e mais algumas...

Adenda
Mensagem enviada pelo grupo por Facebook às 22:50:

OLÁ BOA NOITE AINDA ESTAMOS AQUI... MESMO DEPOIS DE TERMOS SIDO IDENTIFICADOS, DE NOS RETIRAREM OS CARTAZES, AINDA ASSIM DEPOIS DE ARGUMENTARMOS COM O ARTIGO 37º DA CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA DEVOLVERAM OS CARTAZES E FORAM DE NOVO EXPOSTOS.... NÃO É FACIL, MAS SEM MEDOS, COM ÉTICA É POSSÍVEL... O FUTUTO É NOSSO...