TURCOS REALIZAM RITUAL MUÇULMANO EM IGREJA ARMÉNIA

Na Turquia
, o governo autorizou a realização de uma oração muçulmana colectiva numa antiga catedral cristã arménia situada no leste do país.
Centenas de nacionalistas turcos participaram no evento que contou com um forte dispositivo policial.
A iniciativa coube ao Partido de Acção Nacionalista, partido na oposição e terceiro no parlamento.
O líder do partido Devlet Bahçeli esteve presente.
A Catedral da Santa Virgem d’Ani situa-se em território turco, a escassos quilómetros da fronteira com a Arménia.
Este evento está a ser visto como uma resposta dos nacionalistas turcos à missa histórica autorizada pelo governo turco a 19 de Setembro na igreja arménia da Santa Cruz situada em território turco.
De recordar que desde 1993 que a fronteira entre a Arménia e a Turquia se encontra encerrada. Ankara tem dado sinais de maior abertura face à resolução do conflito diplomático com a Arménia.

Sim, ele vê-se, os sinais...

Imagine-se que um grupo de nacionalistas alemães obtinha autorização para realizar um comício, um ritual pagão ou uma missa numa sinagoga em território alemão... o coro de condenações a nível mundial que por aí não viria contra a terra dos Teutões... mas como os «orantes» neste caso são asiáticos, e os vitimados pelo genocídio turco foram europeus (os Arménios), fica tudo assim, sem que oiçam publicamente quaisquer críticas, pelo menos no universo merdiático tuga...

Só mesmo da Arménia é que há protestos, tais como a do director do Museu-Instituto Hayk Demoyan do Genocídio
, que afirmou tratar-se aqui de um pesado golpe contra a herança cultural europeia. Afirmou também que ao fim ao cabo até está contente por a acção do partido de Devlet Bahceli se encontrar limitada ao ritual do namaz e não poder por isso realizar outros rituais típicos dos nómadas, tais como «fazer pirâmides de cabeças de pessoas ou tomar banho no sangue de crianças».

O referido director, que é também historiador, diz ainda que os ancestrais nómadas de Bahceli foram para a Anatólia através da região Ani (onde se situa a catedral), e que a partir daí fizeram o seu caminho até à Europa: «durante quatrocentos anos, foram a desgraça dos Búlgaros, dos Gregos, dos Húngaros.» E conclui: «isto é um bofetada na civilização europeia, pois que ao aniquilarem Ani, também entraram na Europa e, consequentemente, esta acção deveria ser recebida com uma resposta adequada não apenas da Arménia mas também da Europa.»

Pois... mas convém esperar sentado...

O deputado arménio Gagik Melikyan, por seu turno, comentou o sucedido de um modo mais estritamente político:
«estou convencido de que em primeiro lugar o episódio constitui uma provocação política por parte da oposição, nas vésperas das eleições, e tem por objectivo ganhar votos. Em segundo lugar, é propaganda de conteúdo estritamente anti-arménio, o que mais uma vez surge como garantia de votos.»

Então mas afinal o tolerantérrimo povo turco, civilizadíssimo e europeíssimo da silva, nutre assim um ódio tão grande contra um povo europeu, que ainda por cima foi vitimado pelos próprios Turcos?...

Diz Meliquyan que o acto terá repercussões contra os Turcos, porque atrairá a condenação da comunidade internacional... enfim, não se viu nada disso, como seria de esperar.

E continua, o parlamentar: «este fenómeno é a continuação lógica do pan-islamismo e é manifesta no contexto da profanação dos valores cristãos. Contradiz as normas e princípios internacionais. Deste modo, a Turquia tenta mostrar a sua política de ocupação, e isto é a continuação da mesma política nas esferas política e espiritual.»

Agora «resta saber» se o sucedido vai ser sequer citado por parte da UE para não deixar entrar a Turquia... se calhar, nem por isso...