INVESTIGAÇÕES POLICIAIS A ACTIVIDADES ISLAMISTAS E DERRUBE DE MONUMENTO TURCÓFILO NA BULGÁRIA

As autoridades búlgaras fizeram buscas numa casa de oração muçulmana em Slavianovo e nos domicílios dos dois irmãos que a dirigem, Ali e Yuzeir Yuzeirov, suspeitos de estarem a disseminar o «Islão radical» no país. Trata-se da segunda investigação do género este ano. Os manos Yuzeirov estão também a ser investigados por terem criado um partido de fundamentos alegadamente religiosos, o que a constituição búlgara proíbe. O nome da formação partidária é «União Democrata Muçulmana», mas Ali Yuzeirov diz que a sua linha ideológica é como a dos partidos democrata-cristãos europeus...

Os muçulmanos são cerca de doze por cento da população da Bulgária, cuja população total é de 7,6 milhões de habitantes, a maioria dos quais pertencentes à Igreja Ortodoxa Búlgara. Há agora líderes religiosos a negarem a existência do Islão radical no país e a dizerem que casos como o de Slavianovo ameaçam a cultura da tolerância e das comunidades mistas.

A verdade é que já em Março as autoridades tinham abordado um professor de estudos islâmicos e um presidente de câmara por suspeita de recebimento de dinheiro saudita para financiar o Islão radical. Isto despoletou uma onda de contestação popular, com gente a dizer, nas caixas de comentários dos jornais, que «Bulgária para os Búlgaros».

O caso dos Yuzeirov tem mais que se lhe diga: Yuzeir, homem de negócios que passa a maior parte do seu tempo na Bélgica, fundou o «Clube para a Amizade e a Irmandade» e também o Crescente Vermelho da Bulgária, isto num país onde já existe a Cruz Vermelha, e a Convenção de Genebra estipula que nenhum país pode ter uma Cruz Vermelha e um Crescente Vermelho, mas apenas uma dessas coisas.

Yuzeir torna-se polémico também por ter financiado e posto em construção um Monumento ao Soldado Desconhecido Turco, sabendo-se que a Turquia foi sempre inimiga da Bulgária, e que invadiu esta última para impor o Islão... o monumento começou a ser feito sem autorização estatal e foi declarado ilegal, tendo Yuzeirov sido intimado a derrubá-lo. Não obedeceu e quem deitou abaixo o monumento foram as autoridades, no passado dia trinta de Setembro. Isto tudo passa-se em Slavyanovo, zona onde a maioria da população é de origem étnica turca.