MOURINHO DESAGRADA A MOURO

Em Itália, o treinador português do clube de futebol Inter de Milão, José Mourinho, atraiu as críticas de um líder espiritual da comunidade muçulmana por ter dito que determinado jogador não estava nas suas melhores condições físicas devido ao jejum do Ramadão.

Como se sabe, os muçulmanos de todo o mundo encontram-se agora no período do Ramadão, mês sagrado em que não podem comer ou beber seja o que for durante o dia.
Ora um dos futebolistas do Inter de Milão, o ganense Sulley Muntari, que é muçulmano, foi substituído a meio de um jogo da sua equipa devido à sua má prestação. Depois do jogo, o treinador Mourinho sugeriu que a causa do fraco desempenho de Muntari era a sua falta de energia decorrente do seu jejum muçulmano: «Muntari teve alguns problemas relacionados com o Ramadão, talvez devido a este calor talvez não seja bom para ele fazer isto (jejuar). O Ramadão não chegou na altura ideal para um futebolista jogar uma partida de futebol.»
Mourinho disse até que Muntari seria deixado de fora de um jogo crucial que terá lugar no próximo fim de semana.

Acto contínuo, Mohamed Nour Dachan, presidente da União das Comunidades Islâmicas de Itália, veio a público atacar as palavras do português: «Penso que Mourinho podia ter falado um pouco menos. Um muçulmano praticante que seja futebolista não está enfraquecido porque sabemos através do Instituto da Medicina dos Desportos que a estabilidade mental e psicológica pode dar ao desportista uma capacidade extra no campo de jogo. Um jogador que é crente cristão, judeu ou muçulmano está certamente mais calmo psicologicamente e pode melhorar o seu desempenho», disse o especialista de Alá...

Certo é que outros jogadores muçulmanos a jogar em Itália, menos dominados pelo credo de Mafoma, optam por não fazer o jejum do Ramadão quando os seus deveres profissionais lhes exigem que estejam no melhor da sua forma física.