CELEBRAÇÃO GENTIA DO «HOMEM VERDE»

Em Kenninghall, na egrégia Albion, realizou-se, apesar das temperaturas negativas, arcaica cerimónia tradicional, cujas raízes poderão remontar a tempos pré-célticos.
Toda a comunidade reuniu-se no pomar da aldeia e aí honrou as árvores de fruto, pedindo uma boa colheita para este ano. Tambores marcaram o ritmo da marcha e das danças tradicionais, sob o céu nocturno e o fulgor lunar, enquanto grupos de aldeãos celebravam um festival ao qual chamam, usando expressão anglo-saxónica, um «wassail», que significa algo como «fica de boa saúde», pelo que aí se deseja a saúde a todos inclusivamente às árvores, pois que, segundo a organizadora do evento, os arcaicos indígenas consideravam que toda a vida era sagrada, até a das pedras.
Presentes e lanternas foram penduradas numa macieira plantada pelos escoteiros locais, sendo todo o cortejo liderado por uma figura folclórica à qual se chama «o Homem Verde». Esta designação faz a ponte para a ideologia ecologista, que marca a época e que encontra na sacralização pagã da Natureza a sua dimensão religiosa.
Bailarinos da dança tradicional «Morris» juntaram-se ao festejo, aproveitando para promover a sua arte junto da população.