segunda-feira, outubro 20, 2008

CONCERTOS, LIBERDADES E HISTÓRIAS MAL CONTADAS...

Ouvi ainda há pouco, no programa da RTP1 «A Minha Geração», hoje dedicado aos anos setenta, que, em 1971, realizou-se em Vilar de Mouros um espectáculo musical com vários artistas muito famosos na altura e na actualidade (Amália Rodrigues, Elton John...) e que foi marcado por, passo a citar, «total liberdade de expressão» (sic, dito por Catarina Furtado, a apresentadora do programa).
Ora, sabendo-se que a Revolução dos Cravos só aconteceu três anos mais tarde, e que antes desta data pretensamente democrática «o povo vivia oprimido», parece que há aqui qualquer coisa que está mal contada...
Passado um bocado, diz a mesma apresentadora que, não sei quê e etc. e tal, «o regime estava impotente para impedir Vilar de Mouros» ou coisa assim.
Então mas afinal não havia PIDE em 1971?... Não havia censura, e porrada a rodos, e medo que era um autêntico Deus-me-livre??...
Ou havia ou não havia... e se afinal até houve meia dúzia de hippies que conseguiram realizar um festival de música «onde reinou a total liberdade de expressão» antes da Revolução, então é porque afinal o regime estava já muito liberal, ou então muito enfraquecido... pois se não havia forças policiais para impedir um concerto, como é que poderia haver forças para censurar o País todo... vai daí, qualquer mão cheia de revoltosos poderia deitar o governo abaixo...
É que nem sou apoiante do Estado Novo ou da sua ideologia. Pelo contrário. O que não me parece correcto é que haja quem opte por bater em mortos para se atribuir a si mesmo méritos que não tem. E se o regime salazarista não era democrático, este também o não é verdadeiramente, pois que criminaliza a opinião política contrária.
O que este episódio tem de mais engraçado é aliás a demonstração de que, pelo menos neste caso, sempre havia mais liberdade antes do 25 de Abril de 1974 do que agora, em que, no Verão de 2008, o sistema impediu a realização de um simples concerto nacionalista no Algarve...

13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ainda vais dar em salaarista minho timorense

20 de outubro de 2008 às 10:40:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://www.geocities.com/athens/acropolis/7221/

CATURO=ANTICRISTO

20 de outubro de 2008 às 12:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O Que a Bíblia Diz?
Quem é o Anticristo?

Guerras e rumores de guerras! Conflitos entre nações no Oriente Médio. Ataques terroristas em Israel. As manchetes do dia sugerem, para muitas pessoas, que estejamos na contagem regressiva aos eventos finais do plano de Deus para este mundo. Qualquer dia, pensam alguns, deve aparecer o terrível Anticristo.

Segundo a bem divulgada doutrina de premilenarismo, o Anticristo reunirá as forças do mal para enfrentar o exército de Cristo numa batalha decisiva. Há diversos aspectos dessa doutrina que contradizem os ensinamentos bíblicos, mas neste artigo vamos considerar um ponto só: o Anticristo.

A palavra "anticristo" é bíblica, mas a doutrina citada acima não é. Ao invés de inventar e espalhar teorias humanas sobre o Anticristo, devemos nos contentar com a palavra de Deus. Vamos ler agora todas as passagens bíblicas que usam a palavra "anticristo":

"Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora" (1 João 2:18).

"Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho" (1 João 2:22).

"Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4:2-3).

"Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo" (2 João 7).

Nestes trechos - os únicos na Bíblia que usam a palavra "anticristo" - podemos observar alguns fatos importantes:

ŒA Bíblia não fala de uma só pessoa conhecida como o Anticristo, mas de muitos anticristos.

A última hora, no contexto dos anticristos, não se refere ao fim do mundo, porque João disse que a última hora já havia chegado no primeiro século.

Ž Estes textos não falam de um Anticristo futuro, mas de muitos que já saíram do meio dos cristãos do primeiro século.

Um anticristo é uma pessoa que nega Cristo, ou que nega que este veio na carne.

O perigo das doutrinas humanas sobre o Anticristo é que desviam a atenção dos fiéis das verdadeiras ameaças em forma de tentações e doutrinas contra Cristo, porque as pessoas examinam os jornais procurando sinais da vinda de uma figura terrível. Ao invés de esperar a vinda de um grande inimigo de algum outro país, devemos nos defender contra os inimigos de Cristo que já estão no mundo desde a época da Bíblia.

-por Dennis Allan

20 de outubro de 2008 às 12:15:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Neste momento da minha Vida, já não a quero para mais nada senão para ser instrumento da Presença-Acção de Deus. Sinto-me chamado a sê-lo pelo anúncio explícito do Evangelho Jesus, e considero que anunciá-lo significa criar as condições para que ele possa acontecer sempre de novo.

Sei que Evangelho é uma palavra grega que significa "Boa Notícia". Nunca me esqueço disso quando o anuncio. Por isso, anunciá-lo implica partilhar uma Boa Notícia que a minha própria Vida conhece mas não posso guardar porque não me pertence.

Não sou ingénuo. Sei que uma Boa Notícia nunca o é para todos ao mesmo tempo e da mesma maneira. Sei que uma Boa Notícia pode ser muito desconfortável, incisiva, provocadora para muita gente… Pode ser mesmo uma “má” notícia…

E gostava de dizer-te que, lá em cima, logo na segunda frase, não falta nenhum “de” na frase “Sinto-me chamado a sê-lo pelo anúncio explícito do Evangelho Jesus”… Porque o Evangelho-Boa Notícia é uma pessoa, é Jesus mesmo! Não apenas o que ele diz, as parábolas que conta ou os encontros libertadores que realiza. Ele é a Boa Notícia! O Evangelho é ele mesmo, acontecimento poderosíssimo de Deus na nossa História, nesse Poder tão desconcertante e avesso que é o de um Amor Omnipotente capaz de não se negar à injustiça da cruz…

A Boa Notícia é o Dom maravilhoso de Deus, a Sua Fidelidade inesgotável que conduz a marcha da Criação à sua Plenitude que é a assunção da Família Humana na Família Divina. A Boa Notícia é na vida inteira de Jesus resplandecer a revelação máxima que Deus faz de Si mesmo e na sua Morte-Ressurreição acontecer a explosão-difusão do Espírito Santo que nos diviniza, num mistério eterno de solidariedade salvífica de Jesus com toda a Humanidade da qual faz parte.

A Boa Notícia é ele mesmo! Anunciar o Evangelho é falar de Jesus como a Revelação máxima de Deus e a Realização máxima do Homem.

Quando anunciamos o Evangelho-Boa Notícia desta maneira, percebemos que o que está em causa não é acreditar ou não acreditar, concordar ou não concordar… O que está mesmo em causa é aderir ou não a uma pessoa e à sua maior paixão que era o Reino de Deus. O Reino de Deus era a Boa Notícia que Jesus anunciava. Boa para alguns, claro… Má para uns quantos, e nós bem sabemos quem!

Quando Jesus anunciava o Reino de Deus aos mais simples, oprimidos e aos marginalizados do seu Povo, o que proclamava era uma Boa Notícia, uma proclamação extraordinária de Esperança no futuro e o anúncio de que o Deus de Israel, afinal, era o primeiro a estar comprometido com eles, ao contrário do que se dizia pelas bandas de Jerusalém! A todos os Anawim [em hebraico, normalmente traduzido por “pobres” mas com um sentido bem aberto, pois significa literalmente os “encurvados” sob um peso, que não podem endireitar-se] proclamava que os fardos que os oprimiam, os pesos que os esmagavam e as leis que os marginalizavam não eram de Deus mas dos Homens, e que Deus estava comprometido a provar-lhes isso libertando-os!

Mas Jesus não anunciava apenas a Boa Notícia do Reino de Deus… Tornava-se ele mesmo Boa Notícia! Por isso dizia assim, por exemplo, a todos os Anawim-Encurvados: “Vinde a mim, todos os que andais cansados e curvados, e eu vos aliviarei... A minha carga é leve, o meu fardo é suave…” (Mt 11, 28-30)

No encontro com Jesus, as pessoas experimentavam muito do que ele dizia. Era alguém admirável, muito para além das suas palavras, porque estava totalmente dentro delas, habitava-as… As pessoas experimentavam que o Reino de Deus que ele anunciava não era uma questão de palavras nem o optimismo de um futuro mais risonho, mas era um mistério qualquer de Força, Liberdade, Esperança e Alegria que lhe saía de dentro do peito e acontecia para eles nos seus gestos, nos seus passos, nas suas palavras mais íntimas…

Sentiam-se muitas vezes libertas, renascidas, como se tivesse irrompido no seu íntimo, sob as cinzas de tantos anos de tristeza e desilusão uma intuição de que a Vida podia acontecer de maneira mais Feliz se aprendessem a colocar o olhar mais “lá à frente”, para onde Jesus apontava…

Tu também sabes o que significa uma pessoa ser uma Boa Notícia, não sabes?! Certamente já conheceste pessoas que marcam na tua vida um “antes” e um “depois” de crescimento na Alegria e na Liberdade. Há pessoas que por entrarem na nossa vida, quando deixamos, mal damos conta já nos começaram a “mexer” por dentro e a despertar em nós, sem nunca se imporem, energias adormecidas… Agora imagina Jesus…

Por isso não me sinto “apenas” chamado a anunciar o Evangelho-Boa Notícia de Jesus [Reino de Deus] mas o Evangelho-Boa Notícia Jesus, que é ele próprio como centro pessoal deste Reino.

20 de outubro de 2008 às 12:55:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Sou católico, mas não pratico, acredito em Deus, sou baptizado, mas não acredito na Igreja." Tal como muitos outros homossexuais de Roma, Mauro Cioffari, 34 anos, vive entre dois mundos. O mundo daqueles que se sentem iguais e unidos pela fé e o mundo dos que se sentem diferentes e rejeitados pelo Vaticano.

Sindicalista metalúrgico da confederação FIOM CGIL e activista do movimento GayRoma, Mauro assistiu às cerimónias fúnebres de Karol Wojtyla "com respeito pela morte de um homem e com compaixão pela dor dos crentes". "Os gays nunca rejeitaram, a Igreja. É a Igreja que nos rejeita a nós". A comoção em torno do Papa não o faz esquecer "a injustiça" e as "contradições" do catolicismo, "o pensamento sobre o papel das mulheres, a negação da sexualidade das pessoas, a propagação da sida pela qual é grande responsável, os direitos dos homossexuais". Contradições que, afirma, têm no Sumo Pontífice um espelho fiel. "Passou a mensagem da paz, mas nunca a levou até ao fim, nunca tomou a decisão de excomungar quem promovesse a guerra".

Estudou filosofia das religiões, é um apaixonado da história dos movimentos protestantes, da Reforma e da Contra-Reforma, e vê na Teologia da Libertação a salvação da Igreja. "O Vaticano tem que se abrir à sociedade moderna, fazer nascer uma nova Igreja", defende, na esperança, pouco convicta, de que essa seja a grande obra do próximo Papa. Por ser defensor deste movimento com origem na América Latina, espera que este seja sul-americano.

Também dirige críticas ao poder político. "Os políticos inclinam-se perante a Igreja, dão-lhe demasiado espaço. Vivemos num Estado laico, mas é o Vaticano que decide as listas do que fazer." Para Mauro, João Paulo II não tratou apenas da salvação das almas, também da condenação dos homens. "Foi um político", pressionou os países a não adoptarem leis que permitissem casamentos gay, mas não tomou posição contra os que punem a homossexualidade com pena de morte (16 estados) e com cadeia (25), exemplifica.

A lista de temas sujeitos "à imposição de uma moral única" é extensa e vai da reprodução medicamente assistida, alvo de um referendo em Itália, ao aborto, passando pelo preservativo. É à Igreja iniciada por Lutero que vai buscar a certeza de que "os padres se podem casar, ter uma vida normal e filhos" e de que, dentro da Igreja, as mulheres devem ser iguais aos homens.

Ao contrário de muitos gays da cidade, Mauro não foi ao Vaticano e é critica a peregrinação rumo à Praça de São Pedro. "Devia ser um momento íntimo e tornou-se em histeria colectiva. Foram ao Vaticano tirar fotografias, como se estivessem num concerto rock ou em turismo."

20 de outubro de 2008 às 12:58:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Jesus, a Igreja e os jovens

Que os jovens sigam Cristo, Caminho, Verdade e Vida, com entusiasmo generoso, e estejam prontos a dar testemunho d’Ele em todos os ambientes.

1. As coisas mais simples têm tendência a ser as mais complicadas – porque são as mais difíceis. Em relação a Deus, também – Ele é a suprema simplicidade, mas quanta complicação em torno d’Ele, pois a sua dificuldade para nós é evidente.

A tentação maior é fazer um Deus à nossa imagem, que esteja ao nosso serviço e responda às nossas necessidades… Com Jesus Cristo, acontece algo semelhante. É fácil arranjar um Jesus «a gosto», geralmente, feito com as ideias mais simpáticas que cada um tem acerca d’Ele – não porque sejam, necessariamente, verdadeiras, mas porque dizem mais à sensibilidade pessoal. O resultado é quase sempre aquele «Cristo, sim Igreja não!» que fez moda nos anos pós-conciliares, mas continua presente na cabeça de muitos – para não dizer de todos, pois todos somos tentados do mesmo modo.
2. Para escapar a esta tentação, é preciso ouvir Jesus. Ouvi-Lo, antes de mais, na Escritura, de modo particular nos Evangelhos. Jesus não complica mas também não transige com facilidades. Tome-se como exemplo este diálogo com os apóstolos: Jesus diz-lhes que os vai deixar e afirma que eles sabem o caminho para O seguir; Tomé pergunta: «Como podemos saber o caminho, se não sabemos para onde vais?». E a resposta é: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 3-6). É simples, mas não é fácil: Jesus é o Caminho – ou seja, Ele é o único modo de passarmos das nossas ideias fáceis acerca de Deus à simplicidade de Deus, para nós tão difícil de entender; Ele é a Verdade – a verdade sobre Deus e sobre o homem, sem transigir com as nossas verdades de ocasião; Ele é a Vida – a vida que vale a pena viver, porque é verdadeiramente humana e, por isso, permanece para a eternidade de Deus. Não há transigência, nem sobre Si mesmo, nem sobre o modo de ser seu discípulo, nem sobre Deus. Por isso acrescenta: «Ninguém vai ao Pai senão por Mim». Ele é tudo o que Deus tem a dizer sobre Si mesmo, porque Ele é o Verbo (Palavra) de Deus. E se Deus já nos disse a sua Palavra, melhor, se o Deus-Palavra já habitou connosco e disse tudo o que tinha para nos dizer, então só iremos ao Pai levados por esta Palavra. Tudo o resto, por muito humano e interessante, nesta questão, é de menor importância.
3. Esta Palavra, porém, não resulta de uma iniciativa humana nem se recebe numa solidão egoísta. Pelo contrário, é dita numa comunidade, a Igreja – bonito nome, pois significa, entre outras coisas, «assembleia daqueles que foram chamados por Deus». Chamados para escutar e viver a sua Palavra, que é «Caminho, Verdade e Vida», única por meio da qual se pode «ir ao Pai». A comunidade eclesial é, pois, o meio concreto e eficaz para combater a tentação de inventar um Cristo segundo os gostos e desejos de cada um e criar um Deus à própria imagem e semelhança, o Deus das conveniências individuais. Esta comunidade, por sua vez, é também criticamente confrontada com a Palavra de Deus que lhe foi confiada e ela anuncia, para que, tanto quanto possível, resista à tentação de se anunciar a si própria em nome de Deus.
4. Na Igreja, todos têm lugar: crianças, jovens, adultos, idosos, cada um segundo a condição que lhe é própria, são chamados a seguir Jesus. Cada um merece uma atenção particular e uma pastoral adequada à sua condição. É o caso dos jovens – tema da Intenção do Santo Padre neste mês de Outubro. Pelas características, virtudes e dificuldades próprias da sua condição, exigem da Igreja uma atenção constante e um particular esforço de evangelização, que procure responder às esperanças e dificuldades da sua existência quotidiana. Em qualquer caso, esta atenção passa por um anúncio sem transigências de Cristo, Caminho, Verdade e Vida – não tanto um «Cristo jovem», que é sempre uma «construção ideológica», tendo em vista seduzir, mas antes o Cristo eclesial que acolhe os jovens e tem para eles uma exigente mensagem de esperança e compromisso. Outros caminhos acabarão por conduzir ao «espírito do mundo» que endeusa a juventude e lhe oferece o vazio de ídolos sem presente nem futuro, sedutores, sem dúvida, mas fonte de desilusão continuada.
5. Se a Igreja for capaz de apresentar aos jovens o Cristo simples, acolhedor, compreensivo, exigente e intransigente no essencial (que diz respeito à dignidade dos próprios jovens e de cada ser humano) – afinal, o Cristo dos Evangelhos e de sempre – não precisará de «inventar» nenhum «Cristo jovem», nem pretender ser uma «Igreja jovem com os jovens», para, ao jeito de uma campanha publicitária, lhes «vender» Cristo. Eles entenderão que Jesus Cristo está para lá das imagens feitas e dos truques publicitários, acolherão a alegria serena mas exigente do mesmo Jesus e serão capazes de O testemunhar em todos os ambientes.

Elias Couto

20 de outubro de 2008 às 13:00:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Uma religião não começa por ser uma doutrina, pois tem a sua raiz numa experiência: a experiência do Sagrado, do Mistério vivo, que traz salvação aos homens e dá Sentido último à existência.

No cristianismo, essa experiência do Sagrado dá-se pela mediação do encontro com Jesus Cristo, que revelou que Deus é amor. Essa experiência necessita também de uma tradução doutrinal e, sendo vivida comunitariamente, portanto, em Igreja, requer um mínimo de organização institucional.

Mas nunca se pode esquecer que o núcleo da Igreja é a experiência viva do Deus vivo, cuja outra face é o amor e o serviço da Humanidade. O Deus de Jesus não se revelou para que lhe prestemos culto, mas para que nos respeitemos e amemos uns aos outros. O interesse de Deus são mulheres e homens vivos. Portanto, a concentração na doutrina e na instituição pode levar a distorções da mensagem originária do Evangelho.

Aliás, no que se refere aos aspectos doutrinais e institucionais, não se deve esquecer a necessidade de atender às diferentes culturas, para se não cair na uniformidade. Há um só Evangelho, mas expresso em quatro evangelhos: segundo São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João.

Que compreensão teríamos de Jesus se as primeiras comunidades cristãs, em vez de derivarem de Jerusalém para Atenas e Roma, tivessem caminhado para a Índia e para a China? O Evangelho é tão rico que exclui toda a tentativa de uniformização. Dirigindo-se a mulheres e homens concretos, que são constitutivamente seres culturais, tem de encarnar nas diferentes culturas.

A religião vive-se e exprime-se nas várias religiões. Ora, é claro que as religiões são inevitavelmente condicionadas, situadas histórica, social e culturalmente e, por conseguinte, relativas.

Mas, quando se diz relativas, isso não significa de modo nenhum relativismo nem indiferentismo, pois o adjectivo "relativas" aparece essencialmente no sentido de que estão referidas (também a partir do próprio étimo latino refero, retuli, relatum - do indicativo do verbo vem referência, e do particípio relação) ao Absoluto-Deus). Nenhuma delas nem todas juntas são o Absoluto, mas estão referidas ao Absoluto, são caminhos do Absoluto para o homem e do homem para o Absoluto.

É, pois, necessário sublinhar que o adjectivo "relativas" se emprega neste duplo sentido: as religiões são mediações, e, por isso, têm de reconhecer a própria particularidade e contingência histórica, e, ao mesmo tempo, estão referidas ao Absoluto. Ora, o Absoluto transcende o que as religiões todas possam exprimir e dizer dele, de tal modo que o místico dirá: Deus é "nada" de todas as religiões. Mestre Eckhardt pedia a Deus que o libertasse de "Deus", isto é, dos seus conceitos, imagens e representações de Deus.

O diálogo inter-religioso não é então simples tolerância religiosa, mas exigência do próprio Absoluto (Deus). Precisamos de todas as religiões para tentar dizer melhor, embora sempre na gaguez quase muda, o Mistério que transcende o que dele possamos pensar e dizer. E precisamente nesta referência ao Absoluto está-se para lá tanto do niilismo como do totalitarismo/fundamentalismo, que são a dupla face da mesma realidade.

Mesmo Jesus, que os cristãos confessam como "o caminho, a verdade e a vida" e o Cristo e o Filho de Deus, é, enquanto figura histórica, finito e, por isso, ao mesmo tempo que revela Deus também o esconde. O Novo Testamento mantém a tensão e, assim, de Jesus diz que "quem o vê, vê o Pai", mas também que "Deus mora numa luz inacessível"; Jesus e o Pai são um, mas o Pai é maior do que ele. O carácter e o significado universais de Jesus Cristo não podem fazer esquecer a particularidade histórica de Jesus de Nazaré.

Deve acrescentar-se que toda e qualquer religião tem a sua prova de fogo na ética enquanto atenção ao homem, ao ser humano concreto.

Nenhuma relação com Deus abandonará a suspeita de ilusão, se não passar pelo ser humano. São João disse-o de modo claro: engana-se aquele que diz amar a Deus que não vê, se não ama o irmão que vê. E mestre Eckhardt escreveu: "Se alguém estivesse num êxtase como São Paulo e soubesse que um enfermo precisava que lhe levasse um prato de sopa, eu consideraria muito melhor que por amor abandonasse o êxtase, servindo o necessitado com um amor maior."

Um dos critérios decisivos da verdade de uma religião é o seu compromisso com os direitos humanos e a realização plena do homem. Deus pergunta aos crentes, por exemplo, o que fazem pelas 20 mil pessoas que diariamente morrem por causa da fome.

Pe Anselmo Borges-Professor de Teologia

20 de outubro de 2008 às 13:12:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

CATURO=ANTICRISTO

Já somos dois!

20 de outubro de 2008 às 13:30:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Que os jovens sigam Cristo,


Seguem-no à 2000 anos e é o que se vê!

20 de outubro de 2008 às 13:32:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Está tudo, DOIDO!

20 de outubro de 2008 às 13:34:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

«South Africa: ‘No More Business With Whites’

Nelspruit — The Ehlanzeni District Municipality (EDM) in Nelspruit has decided that white people will no longer be allowed to do business with the council.»

http://www.news24.com/News24/South_Africa/Politics/0,,2-7-12_2410540,00.html






«China Restricts Islam

Chinese authorities have enforced laws restricting Muslims in the northwestern region of Xinjiang from practicing their faith. (NY Times photo)»

http://www.islamonline.net/servlet/Satellite?c=Article_C&cid=1224089101093&pagename=Zone-English-News/NWELayout



«Christians of Orissa Appeal to UN as “Stateless Citizens”

The government of Orissa is even closing the refugee camps, and thousands of people have nowhere to go. An appeal to the UN, that it grant Indian Christians the status of refugees, protect them, and send them the food and shelter that India is denying them.

New Delhi (AsiaNews) — The government of Orissa is closing the refugee camps and driving out thousands of Christians, without food or shelter. In the meantime, the violence continues, denounced as a genocide to the United Nations, which is being asked for immediate intervention.»

http://www.asianews.it/index.php?l=en&art=13518&size=A

20 de outubro de 2008 às 13:42:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://www.expatica.com/nl/articles/news/Wilders-slams-appointment-of-Moroccan-mayor.html

«AMSTERDAM -- The right-wing leader of Freedom Party, Geert Wilders, on Friday slammed the upcoming appointment of Moroccan Ahmed Aboutaleb as mayor of Rotterdam.

«Appointing a Moroccan as mayor of the second largest Dutch city is just as ridiculous as appointing a Dutchman as mayor of Mecca,» he said.

Instead, Wilders said, Aboutaleb «should become mayor of Rabat in Morocco.»

«With him as mayor, Rotterdam will be Rabat on the banks of the river Maas. Soon we may even have an imam serving as arch bishop. This is madness.»

On Friday, the city council of Rotterdam determined Moroccan-born Muslim Ahmed Aboutaleb will be mayor from 1 January.

The government still has to approve 47-year-old Aboutaleb´s appointment, but this is considered a formality.

The Labour politician is the first mayor to be born and raised outside the Netherlands. He is also the first Muslim to become a mayor in the Netherlands.

Aboutaleb was born in Morocco and migrated to the Netherlands at the age of 14. He is currently deputy minister of social affairs, and previously served as an alderman in Amsterdam.

The second largest party in the Rotterdam city council, Leefbaar Rotterdam, responded furiously to development, slamming the fact that Aboutaleb has double nationality, Moroccan and Dutch.

This was supported by the national Freedom Party PVV, whose legislator Fleur Agema announced it would request an emergency debate in parliament about Aboutaleb´s likely appointment.

It is the second time in two years Aboutaleb´s Moroccan citizenship has caused controversy in Dutch politics.

On his appointment as deputy minister, the Freedom Party also criticised the fact that Aboutaleb held double citizenship, «at the least creating the appearance of double loyalties,» legislator Agema said.

Both the national Freedom party and the local Leefbaar Rotterdam advocate a strict immigration policy and harsh measures against crime by migrants.

However, Amsterdam Mayor Job Cohen (Labour) praised Aboutaleb, calling him «highly capable» - although he criticised fact that Labour now has three mayoral posts of the Netherlands´ four biggest cities, while it also occupies a majority in cities of intermediate size.

«Not having any mayor from the largest government party Christian Democrats will complicate receiving national funding for local projects,» Cohen said.

Moroccan citizens cannot revoke their citizenship. Even their children born in the Netherlands are automatically Moroccan citizens.

Repeated Dutch attempts to negotiate with Morocco about granting its citizens the right to revoke their Moroccan citizenship have failed.

Some 45 percent of the 582,000 citizens of Rotterdam were not born in the Netherlands or have foreign-born parents.

In Rotterdam, which has a broad range of socio-economic problems, crime involving the migrant community is an ongoing issue that causes tension with Dutch-born citizens.»

20 de outubro de 2008 às 13:50:00 WEST  
Blogger Caturo said...

The government of Orissa is even closing the refugee camps, and thousands of people have nowhere to go. An appeal to the UN, that it grant Indian Christians the status of refugees, protect them, and send them the food and shelter that India is denying them.

Pode acontecer que seja desta que a Índia se livra da maior parte dos cristãos que por lá vivem...

20 de outubro de 2008 às 14:29:00 WEST  

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