Varsóvia, 01 Jul (Lusa) - O presidente polaco, Lech Kaczynski, anunciou que não assinará o Tratado de Lisboa, sustentando que ele está agora "sem substância" depois da recusa dos eleitores irlandeses a ratificá-lo, numa entrevista publicada hoje.
"Por agora, a questão do tratado está sem substância", afirmou o presidente conservador polaco ao diário Dziennik, segundo a edição digital do jornal.
Todavia, o parlamento polaco ratificou, logo em Abril, o Tratado destinado a reformar o funcionamento das instituições europeias. Mas para ser definitivamente um dado adquirido, a ratificação tem de ter a assinatura do presidente.
A deserção de Lech Kaczynski é um golpe importante para os esforços do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que pretende circunscrever o problema da ratificação à Irlanda, durante a sua presidência da UE que hoje começou.
"É difícil dizer como é que isto vai acabar. Em contrapartida, a afirmação segundo a qual não há União se não houver Tratado não é séria", acrescentou o presidente Kaczynski.
O novo Tratado, que visa facilitar o funcionamento das instituições de uma UE a 27 e que substitui o projecto de Tratado Constitucional rejeitado em 2005 em referendos em França e na Holanda, tem de ser ratificado por todos os Estados membros para que possa entrar em vigor.
No mesmo dia em que o parlamento polaco dava a sua autorização definitiva à ratificação do Tratado de Lisboa pelo Presidente Lech Kaczynski - 02 de Abril- o presidente da Comissão Europeia felicitava a Polónia pelo acto, que considerou "simbolizar a confiança" de Varsóvia no projecto europeu.
"Congratulo-me com o resultado da votação, que mostra que o Tratado une mais do que divide e foi objecto de um acordo entre o governo polaco, o presidente e as forças políticas", afirmava José Manuel Durão Barroso num comunicado.
Tendo tomado esta atitude por convicção genuinamente democrática ou por demagogia pura, a sua actuação não deixou contudo de ser positiva, o que só por si já atesta o valor da Democracia. Além de mostrar respeito pela decisão dos Irlandeses - caso único, até agora, pelo menos tanto quanto a comunicação social tem noticiado - e de cortar rentes as pretensões elitistas de quem queria contornar a vontade popular do único país europeu que deu voz ao Povo, brilha também ao denunciar a táctica psicológica desonesta de quem quer fazer crer que sem Tratado de Lisboa vai tudo para o abismo.
5 Comments:
O que tambem está mais que comprovado é a existencia de muitos tachistas a nivel do parlamento europeu. A estação de televisão RTL expôs alguns deles, numa incursão que fez de surpresa no parlamento europeu, onde apanhou e filmou alguns deputados com a boca na botija.
http://www.youtube.com/watch?v=xnMtc_QJ4-E&eurl=
É fartar vilanagem,
Saque sem pudor e selvagem
É roubar até poder,
E o Povo todo a ver.
Ouvi dizer que o Caturo vai ser o cabeça de lista do PNR às próximas eleições para o PE. Alguém está em condições de confirmar esta novidade?
Já ouviste falar da União Mediterrânica?
Quando foi para a constituição americana também muitos barafustaram, mas foi o melhor para a sobrevivência dos EUA. Entre um tratado e a iminvasão, o que preferem?
Não digo que seja correcto impô-lo, mas o que é certo é que a Europa precisa de uma solução URGENTE para se unir e sobreviver. Não será certamente com os políticos portugueses que lá vamos...o sócrates tá com a pressa toda mas é só para meter no curriculum dele, ta-se nas tintas para o tratado. MAs também...é só tachos..dá vontade de ser pouco democratico e arracá-los todos de lá..não seria a vontade do povo que, muitas vezes ignorantes e lamechas, só se queixa e vota sempre nos mesmos? Depois admiram-se que os cidadãos perdem o respeito e interesse pela política..isso é o que eles querem, para vender isto tudo à invasão e ao lucro pessoal.
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