ESTRANGEIRADO AFRO-IANQUIZADO CRITICA QUEM CANTA EM INGLÊS...
Realmente, uma tal demonstração de patriotismo linguístico atinge as raias do surreal... e, neste caso, nem é o roto a rir-se do nu, é o nu a rir-se do remendado...
"Cantam noutra língua para tentar a exportação; querem ser os Moonspell (...) mas são todos idênticos; autênticos mendigos vendidos por cêntimos!” Reza assim o verso da discórdia de ‘Poetas de Karaoke’, o novo single do ‘rapper’ Sam The Kid, que provocou a ira dos fãs dos Moonspell e a “desilusão” no seio da banda heavy lusa vencedora do galardão MTV.
A par da canção, que se apresenta como um “protesto contra os músicos portugueses que cantam em inglês”, foi lançado um videoclip corrosivo, no qual o ‘rapper’ toma de assalto uma rádio, e nomes como Zé Pedro, Rui Veloso e até José Mariño (director adjunto da Antena 3) surgem como seus apoiantes.
Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, avisa não querer “entrar em polémicas”, mas admite que a banda não gostou de ser alvo das críticas do ‘rapper’: “Ficámos tristes e desiludidos. Custa-nos ver músicos como o Rui Veloso pactuarem com um vídeo que, apesar de defender a nossa língua, é agressivo e completamente americanizado*...”, afirmou o cantor, depois de ser alertado pelos fãs que, irritados, inundaram o fórum dos Moonspell com “protestos e mensagem de apoio”.
“A comparação feita com o nome dos Moonspell é infeliz. Fizemos mais por Portugal do que qualquer banda de hip-hop. Levámos para fora poetas como Pessoa, Cesariny, José Luís Peixoto. Já gravámos em português. A nossa música tem muito mais portugalidade que o hip-hop. Cantamos em inglês porque essa é a língua de comunicação no heavy”, acrescenta.
Sam The Kid, por seu turno, garante que não teve a intenção de atacar os Moonspell: “Até os admiro muito por tudo o que conseguiram. Esta canção é um alerta aos músicos que cantam em inglês para vender mais... Afinal, a Dulce Pontes e os Madredeus, que também refiro na canção, internacionalizaram-se, mas em português.” Quanto a ter adoptado um nome artístico em inglês, facto também satirizado no vídeo, Sam reconhece: “Canto hip-hop e, se calhar, até sou mais americanizado que o David Fonseca, que canta em inglês. Foi por isso que também me caricaturei. Sabia que iam pegar por aí.”
Lido a frio, fica de facto a ideia de que o rapper não estava a atacar os Moonspell, mas sim aqueles que os querem imitar, ou que, de algum modo, cantam em Inglês... mas, bem vistas as coisas, acaba por ir dar ao mesmo, porque se alguém critica que se siga o exemplo de X, está indirectamente a criticar X: porque ou é correcto um português cantar na língua dos «bifes» ou não é, o sucesso e/ou a competência não tornam o acto mais correcto ou menos correcto.
"Cantam noutra língua para tentar a exportação; querem ser os Moonspell (...) mas são todos idênticos; autênticos mendigos vendidos por cêntimos!” Reza assim o verso da discórdia de ‘Poetas de Karaoke’, o novo single do ‘rapper’ Sam The Kid, que provocou a ira dos fãs dos Moonspell e a “desilusão” no seio da banda heavy lusa vencedora do galardão MTV.
A par da canção, que se apresenta como um “protesto contra os músicos portugueses que cantam em inglês”, foi lançado um videoclip corrosivo, no qual o ‘rapper’ toma de assalto uma rádio, e nomes como Zé Pedro, Rui Veloso e até José Mariño (director adjunto da Antena 3) surgem como seus apoiantes.
Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, avisa não querer “entrar em polémicas”, mas admite que a banda não gostou de ser alvo das críticas do ‘rapper’: “Ficámos tristes e desiludidos. Custa-nos ver músicos como o Rui Veloso pactuarem com um vídeo que, apesar de defender a nossa língua, é agressivo e completamente americanizado*...”, afirmou o cantor, depois de ser alertado pelos fãs que, irritados, inundaram o fórum dos Moonspell com “protestos e mensagem de apoio”.
“A comparação feita com o nome dos Moonspell é infeliz. Fizemos mais por Portugal do que qualquer banda de hip-hop. Levámos para fora poetas como Pessoa, Cesariny, José Luís Peixoto. Já gravámos em português. A nossa música tem muito mais portugalidade que o hip-hop. Cantamos em inglês porque essa é a língua de comunicação no heavy”, acrescenta.
Sam The Kid, por seu turno, garante que não teve a intenção de atacar os Moonspell: “Até os admiro muito por tudo o que conseguiram. Esta canção é um alerta aos músicos que cantam em inglês para vender mais... Afinal, a Dulce Pontes e os Madredeus, que também refiro na canção, internacionalizaram-se, mas em português.” Quanto a ter adoptado um nome artístico em inglês, facto também satirizado no vídeo, Sam reconhece: “Canto hip-hop e, se calhar, até sou mais americanizado que o David Fonseca, que canta em inglês. Foi por isso que também me caricaturei. Sabia que iam pegar por aí.”
Lido a frio, fica de facto a ideia de que o rapper não estava a atacar os Moonspell, mas sim aqueles que os querem imitar, ou que, de algum modo, cantam em Inglês... mas, bem vistas as coisas, acaba por ir dar ao mesmo, porque se alguém critica que se siga o exemplo de X, está indirectamente a criticar X: porque ou é correcto um português cantar na língua dos «bifes» ou não é, o sucesso e/ou a competência não tornam o acto mais correcto ou menos correcto.
12 Comments:
Gostei da forma de procedimento do Rui Veloso. Sim senhor, um apreciador de B.B. King e Eric Clapton que pretende dar uma lição de patriotismo.
A estupidez natural desse gajo é de tal modo alarmante que esse «rapper» nojento, por comparação, parece inteligente.
(Sim, detesto Rui Veloso).
Por acaso era para ter falado do Rui Veloso mas esqueci-me. Sim, a própria música dele é de raiz estrangeira, mas talvez lhe fique bem pôr-se ao lado do «rapper» patriota, dá «classe» e «irreverência juvenil»...
Ahahaha No outro dia vi o clip, quando estava no café, e até me peguei com dois tipos que estavam a elogir o conteúdo da música. E é como vocês dizem: o nome da "banda" "sam the kid" e o estilo hiphop retiram-lhe qualquer moral para criticar quem canta em inglÊs. Se ele metesse a mão na consciência e se visse ao espelho escusava de dizer este tipo de coisas.
No dia em que ele levar o nome de Portugal durante vários anos para o estrangeiro, quando ele for mais conhecido e reconhecido lá fora do que cá dentro, quando estiver nos tops das listas estrangeiras, quando ele fizer uma ALMA MATER..chegará aos calcanhares dos Moonspell.
Hahahaha... chama-lhe surreal, deve fazer uma confusão a racistas primários com a mania que defendem a Nação, ver rappers a defenderem a língua portuguesa.
Mas Sam the Kid é um hipócrita e isto tudo é uma campanha de marketing, a ver se vende mais uns discos fazendo polémica. Mas não deixa de ser cómico a forma como vocês reagem.
Ele defendeu a língua portuguesa, não a nação..pelo menos não identifiquei nenhum nacionalismo no seu discurso ou letra da música. Ou será que portugal é o único país no mundo a falar português? Quanto africanos, brasileiros ou timorenses não o poderiam defender, sem com isso defender a identidade de Portugal?
Correcto, Vera. Aliás, alguns dos maiores inimigos do Nacionalismo Português, são férreos propagandistas da «Lusofonia».
quando ele fizer uma ALMA MATER...
Ou uma «ATÉGINA»... ou uma «TREBARUNA», inteiramente cantada em Português e marcado por um estilo musical bem europeu...
Ops..fiz uam correcção no comentário e agr o teu aparece primeiro:/
De qualquer maneira...tenho alguma aversão a essa história da lusofonia.
Claro que essa história da Lusofonia é um pretexto para promover a globalização em versão tuga.
Mas Caturo, não vieste uma vez defender que as rádios deviam passar uma grande parte da programação em português para promover a nossa língua? De certeza que não ias gostar que a nossa música fosse cantada em Inglês...
Sim, é verdade. Mas não incluí nisso o rap ou sequer o blues...
Ninguém disse que não devia ser cantada em portuguÊs...eu, pessoalmente, só acho que esse tipo não tem moral para falar, quando ele próprio adopta uma postura pouco portuguesa e aidan vem criticar bandas de sucesso portuguesas...tudo só porque cantam em inglÊs. Será inveja?Marketing?Estupidez?Tudo junto? Talvez.
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