domingo, maio 21, 2006

MUSEUS DE GRAÇA


Exposição «Religiões da Lusitânia», em Belém


Venho tardiamente, embora, teoricamente, ainda a tempo, de dar esta notícia:

Museus de borla e em festa
Até domingo, entrada nos 149 museus é gratuita e sábado estarão abertos até à meia-noite

O Dia Internacional dos Museus é celebrado quinta-feira em Portugal com centenas de iniciativas destinadas a atrair os jovens, o alvo escolhido este ano pelo Conselho Internacional dos Museus (ICOM).
Até domingo, a entrada nos 149 museus do Instituto Português de Museus e da Rede Portuguesa de Museus é gratuita e sábado, todos estarão abertos até à meia-noite.
«O museu constitui um local para novas experiências, recolha de informação e busca de respostas para os desafios quotidianos» e os jovens «não só a futura geração de profissionais de museus, mas também uma nova geração de público», realça o ICOM.
Segundo a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, em Portugal, o Dia Internacional dos Museus será assinalado com um «programa intenso e eclético», que inclui nomeadamente iniciativas como «caça ao tesouro», «jogos de mistério», desfiles e oficinas pedagógicas. Em Coimbra, «mini-repórteres» fotografarão o Museu Machado de Castro, em Castelo Branco, o Museu Proença Tavares Jr. propõe o jogo «desvendar um mistério» e ainda o lançamento de balões com mensagens escritas pelas crianças alusivas ao dia.
Em Braga decorrerá a iniciativa «Mozart vem ao Museu dos Biscainhos», com actividades musicais, multimédia e «performances» executadas por alunos.
A actividade procura articular a comemoração dos 250 anos do nascimento do compositor com o acervo museológico que permite definir os conteúdos mais marcantes dos hábitos domésticos e sociais dos séculos XVII e XVIII.
Outra proposta do Conselho Internacional de Museus para este dia é dar uma oportunidade às crianças que queiram fazer réplicas das suas pinturas, estátuas ou monumentos preferidos, valorizando deste modo a sua criatividade e originalidade.
Neste sentido, no Museu Monográfico de Conímbriga serão realizadas oficias de pintura, desenho e mosaico romano.
No Hospital Pediátrico de Coimbra, as crianças aprenderão a fazer «jóias mágicas», numa iniciativa intitulada «O colar da Rainha Santa».
No Museu do Azulejo à Madredeus, em Lisboa, haverá oficinas pagas de pintura de azulejo, enquanto no Museu de Etnologia (ao Restelo) será proporcionado experimentar meios e técnicas da colagem à estampagem e desenho, utilizando a linguagem dos panos africanos expostos, para comunicar.
O Museu expõe panos tradicionais de Cabo Verde e Guiné-Bissau e tem tam bém previsto um atelier de dança hip-hop.
No Museu de Cerâmica, em Sacavém (Lisboa), realizar-se-ão pinturas faciais inspiradas nas figuras mitológicas do museu.
A «caça ao tesouro» é outra das iniciativas recomendada pelo ICOM e que acontecerá, entre outros, no Museu da Terra de Miranda, em Miranda do Douro e no do Soares dos Reis, no Porto.
O Museu do Teatro, em Lisboa, propõe que as crianças desvendam «enigmas no Palácio do Monteiro-Mor», no Lumiar, onde está instalado.
Esta actividade, segundo o ICOM constitui «um bom desafio para testar as capacidades das crianças para a resolução de enigmas».
«Traz a tua própria colecção» é outro dos tópicos lançados pelo ICOM, propondo às crianças expor no museu as suas colecções.
Outro tópico lançado pelo ICOM é «valorizar a importância do trabalho de voluntariado em museus junto dos jovens».
As celebrações no Museu vimarenense Alberto Sampaio, por exemplo, contam com a Associação Amiguinhos do Museu.
Continuando as celebrações, no sábado, o publico poderá passar «Uma Noite no Museu», designadamente nos 149 museus do Instituto Português de Museus e da Rede Portuguesa de Museus, que estarão abertos até à meia-noite.


Ainda vão a tempo, se estiverem a ler isto agora, de visitarem pelo menos um museu que esteja nas proximidades do vosso domicílio...

Por falta de tempo, só ontem pude tentar aproveitar esta ocasião para dar uma vista de olhos ao espólio museológico português. Tentei primeiro o Museu Militar, sito ao lado da estação de Santa Apolónia, em Lisboa. Cheguei ao local depois das cinco da tarde e constatei, pelo horário colocado no portão, que este já estava fechado, não obstante dever estar aberto até à meia-noite, de acordo com quem informou a comunicação social... além disso, reparei ainda que o museu fechava pela hora de almoço, todos os dias, devido à «falta de pessoal», o que é no mínimo estranho, dado que, supostamente, há cerca de quinhentos mil desempregados no País... não poderá um governo dum Estado europeu fazer um sacrificiozito para pagar mais três ou quatro salariozitos a bem da cultura?...

De noite, tive mais sorte, dado que o Museu Nacional de Arqueologia, localizado no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, esteve aberto, não apenas até à meia-noite, mas até para além da uma da manhã... Pude deleitar-me na contemplação da magnífica exposição «Religiões da Lusitânia - Loquuntur Saxa (As Pedras Falam)», que estará em exibição até princípios de Junho (despachem-se...). A visita continuará a ser gratuita aos domingos entre as 10 horas e as 14 horas. É de aproveitar para abrir os horizontes do espírito por meio da observação cuidada deste pedaço material da Ancestralidade, dividida em duas partes - Hispânia Aeterna e Roma Aeterna, ou seja, a secção do espólio relativo à Ibéria pré-romana (lusitana, galaica, céltica) e a secção que diz respeito à Romanidade na península. Aí se encontram aras votivas dedicadas àS Deidades indígenas bem como às Divindades romanas, além dos fantásticos guerreiros pétreos luso-galaicos (normalmente encontrados à entrada de castros, talvez com um papel de protecção mágica) e dos intrigantes berrões de pedra (espécie de javalis esculpidos).

Pena foi que a esplêndida sala do tesouro estivesse fechada, impedindo assim os visitantes de glorificarem a vista com o espectáculo oferecido pelo reluzir de luminosas peças de alto valor simbólico e decorativo que ornavam as indumentárias dos arcaicos ancestrais da Estirpe, nas remotas Lusitânia e Galécia... merecerá sempre um destaque pessoal o torques de Vilas Boas, em filigrana de ouro.

34 Comments:

Blogger Suevo said...

Essa exposição, tal como as outras que se costumam realizar são uma vergonha.
Em primeiro lugar tu Caturo ainda tens algum cuidado em referir a Galécia no teu artigo, algo que todos os empregados do estado português que organizam essas exposições nunca fazem, mas mesmo assim chamarem a essa exposição “religiões da Lusitânia” é uma autêntica anedota e um desrespeito total pelos nossos antepassados, desrespeito esse que já é habitual no estado português.

Começa logo pelas imagens, esses guerreiros nada tem a ver com a Lusitânia, são guerreiros Calaicos, não são nem lusos nem luso-calaicos, são simplesmente calaicos, essas estatuas guerreiros nunca foram encontrados a sul do douro nem têm nada a ver com a Lusitânia. Chamar à exposição “religiões da lusitânia e da Gallaecia” era o mínimo dos mínimos que o museu Lisboeta poderia fazer caso desejasse integrar na exposição estas estátuas que nunca deveriam ter saído da Galécia.


Quanto aos berrões que também são visíveis na foto, não fui ver essa exposição, nem tenciono ir, mas devem ser os que foram “desviados” para não dizer roubados em Trás-os-Montes.
Algumas freguesias de Vila Real onde foi encontrada uma peça celta com 210 gramas em ouro, entre outros tesouros, viram esses tesouros levados para Lisboa sem nada receberem em troca, e hoje nessas aldeias já ninguém sequer sabe que aquilo foi “desviado” dali.


Mas como infelizmente no norte a população não passa dum bando de fiéis vassalos de Lisboa e do “lusitanismo”, continuamos a assistir a estas adulterações da nossa identidade, passou-se da cultura da resistência à cultura da vassalagem.
Para terminar cito um dos panfletos que está no site da causa identitaria, onde aparece um guerreiro calaico com a seguinte frase:

“um povo sem memoria é um povo sem futuro”

http://www.causaidentitaria.org/PANFMEMORIA.pdf

Esta frase aplica-se na perfeição ao povo do norte de Portugal, um povo que aceita que lhe adulterem a memoria dos seus antepassados calaicos (fossem ou não celtas, não entro nessas discussões), que lhe retirem os símbolos e a identidade, e que no fim ainda bate palmas e paga bilhete! Tudo em nome duma “portugalidade” lusitanista.

Claro que um povo com esta atitude só pode ser mesmo, como é o povo do norte , o povo mais miserável de toda a velha União Europeia.

21 de maio de 2006 às 18:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Suevo se isso que dizes é verdade, realmente é ridiculo o que andam a fazer!! Nunca me passou pela cabeça.

21 de maio de 2006 às 18:38:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas os lusitanos não ocupavam a zona a norte do Tejo? Tal como os calaicos, vetões, cónios e turdulos.., também eles estão na origem daquele que é hoje o povo português. Essa separação bairrista é no mínimo ridícula e já não faz sentido passadas centenas de anos.
Quanto às peças terem sido "roubadas".. se calhar se continuassem perdidas no meio dos montes, das duas uma: ou só uma minoria poderia admirá-las ou então acabariam por ser vandalizadas e ninguém se aperceberia daquilo que tinha sido perdido.

22 de maio de 2006 às 12:31:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Lá está o gajo a dizer mal da Lusitânia.
Ia ó suevo nunca existiram Lusitanos o que existiu foi galaicos!O "Pellayo era suevo do porto" foi tudo inventado pelos malandros de Lisboa.
Acho que Lisboa nunca existiu!
Este gajo é tão fanático que até faz impressão.
Qualquer dia o pinto da costa ainda te contrata para seu fiel escudeiro.
E seras o novo Sancho pança ou lado do teu idolo D.quixote das Antas...

É só rir pessoal.

Continua a lutar contra os gigantes ó seja moinhos de vento.

VIVA A LUSITÃNIA.

Landser

22 de maio de 2006 às 12:39:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Suevo,

Podes ter a certeza que eu, quando revisitei, sábado passado, a exposição, pensei «Olha, se o Suevo estivesse aqui, dizia já que isto era tudo roubado ao norte:):):)...»

Mas não, Suevo.

Primeiro: nada foi roubado porque todo o espólio será devolvido. Aliás, algumas peças retornaram já à procedência, pelo que a exposição já não tem tudo o que tinha quando abriu, em 2002.

Segundo: a exposição chama-se «Religiões da Lusitânia» em homenagem à magistral e histórica obra «Religiões da Lusitânia», em três volumes, da autoria de Leite de Vasconcellos. Nada tem a ver com centralismo lisboeta e nunca o Leite de Vasconcellos deu sinais de ser um centralista lisboeta.

Terceiro: a exposição já dura há anos e já teria terminado há muito se não tivesse tido tanto êxito.

Quarto: por acaso, até houve guerreiros de pedra encontrados a sul do Douro, na zona de Viseu. Por conseguinte, os guerreiros são de facto luso-galaicos.

22 de maio de 2006 às 13:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Sabes camarada caturo é que o nosso "amigo" suevo quer que respeitem a cultura Galaica mas ele é o próprio a desrespeitar a nossa cultura Lusitana.
Como eu lhe disse algum tempo num post e conhecendo bem a cultura Galaica, acho que ele tem pouco haver com os nossos irmãos Galegos(Não te ofendas por considerar os Galegos irmãos tanto por via lusitana como Irlandesa) e confude um bairrismo tripeiro com o verdadeiro espirito Celta dos Galegos.
Que ao contrário dele eu os considero como nação Celta.
Por isso não percas energias a lutar com quem está do mesmo lado dos nossos irmãos Galegos.
Sabes por noutros tempos os povos Hispanicos se encontrarem sempre divididos, deu força a que inimigos externos pudessem nos vencer facilmente.
E que cada vez acha mais exposições como esta para que mais gente conheça o nosso passado glorioso, independentemente de serem Galaicos ou Lusitanos.

Celta 88

22 de maio de 2006 às 15:06:00 WEST  
Blogger Suevo said...

“Mas os lusitanos não ocupavam a zona a norte do Tejo?”

Não estou a falar “a norte do Tejo”, a região a norte do Douro nunca pertenceu à Lusitânia, e é precisamente dessa região que são oriundos os guerreiros calaicos.

“Essa separação bairrista é no mínimo ridícula e já não faz sentido passadas centenas de anos.”

Aí é que estas errado, em termos identitarios faz todo o sentido, e é precisamente por ser importante para a identidade cultural do povo que lhes chamaram “lusitanas”, as intenções de quem o faz são bastante obvias alias.



“Quanto às peças terem sido "roubadas".. se calhar se continuassem perdidas no meio dos montes, das duas uma: ou só uma minoria poderia admirá-las ou então acabariam por ser vandalizadas e ninguém se aperceberia daquilo que tinha sido perdido.”

Quem for a Boticas por exemplo ve uma estatua dum guerreiro Calaico na praça principal dessa localidade, e até à data ninguém a roubou, tal como ninguém roubou a porca de Murça, esse argumento é engraçado.


O que o Landser diz não vale a pena responder por razões obvias, acreditas mesmo no que leste no livro da terceira classe do Salazar, continua assim.

“Primeiro: nada foi roubado porque todo o espólio será devolvido. Aliás, algumas peças retornaram já à procedência, pelo que a exposição já não tem tudo o que tinha quando abriu, em 2002.”

Sim, eu aceito que a palavra “roubados” seja exagerada, mas eu sei de casos como este:

http://mnarqueologia-ipmuseus.pt/images/tesouro_guiaes_g_a.JPG

E a fonte é do próprio museu de Arqueologia. Será que vão devolver todo este ouro a essa pequena freguesia de Vila Real, onde ninguém sabe sequer da existência desse tesouro? Fica a questão, porque não sou especialista em direito e não sei de facto se o estado portugues tem ou não o direito de levar estes tesouros para longe dos locais a que pertencem, mas eticamente não me parece correcto, juridicamente não sei. Quem agiu correctamente foram as populações de Basto, quando Martins Sarmento tentou levar uma estatua dum guerreiro Calaico a população duma aldeia disse-lhe “nem que voce venha com o exercito a estatua sai daqui” e o certo é que a estatua ainda está lá.

Eu acho muito bem que façam exposições sobre a Lusitânia, MAS não coloquem lá obras da Gallaecia chamando-lhes “lusitanas”, isso não se admite de todo. Por exemplos as aras que são todas do período Romano, se só têm aras lusitanas muito bem, chamem-lhe “religiões da Lusitânia” até podem ser espanholas e ser lusitanas, desse período a região lusitana que mais vestígios deixou foi a de Merida, MAS se é lusitana não podem colocar lá nenhuma ara duma região a norte do Douro, porque essas são Galaicas, ou se preferirem galaico-romanas. Claro que nem tudo o que está nessa exposição é Galaico, a estatua do período romano de Endovelico é lusitano-romana, nada tem de Galaica.

“por acaso, até houve guerreiros de pedra encontrados a sul do Douro, na zona de Viseu. Por conseguinte, os guerreiros são de facto luso-galaicos.”

Onde e quando foram encontradas estatuas de guerreiros calaicos em território da Lusitânia? Ou tu estás a mentir deliberadamente ou então prestaram-te uma informação errada no museu, o que não me espantaria muito, mas seria ainda mais grave.
Tu podes encontrar e até fazer novas estatuas em Viseu, mas destas estatuas de guerreiros calaicos mostra-me lá qual foi a estatua encontrada em Viseu para eu me rir um bom bocado.

Estas estatuas só foram encontradas nos territórios do actual norte de Portugal/Galiza, tens aqui um pequeno mapa:

http://www.uwm.edu/Dept/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/6_3/images/fig03_300.jpg

Quem quiser ver a pagina onde está o mapa:

http://www.uwm.edu/Dept/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/6_3/gonzalez_ruibal_6_3.html

Esta pagina é da University of Wisconsin – Milwaukee .



Em relação ao Celta 88, o teu desconhecimento sobre historia é gritante, mas insistes em dizer barbaridades. Eu não preciso do espírito galego, a região mais povoada da Gallaecia sempre foi a Bracarense, ainda hoje o norte de Portugal tem mais população que as Astúrias e a Galiza juntas.


Aguardo a pseudo-estatua do guerreiro “calaico” de Viseu, mostra-me isso Caturo.

22 de maio de 2006 às 15:23:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

suevo
Acho que no norte ninguém te liga importância.
Pois ainda à pouco tempo estive no norte(Minho e Trás-os Montes)e por acaso falei das tuas ideias da tal Gallaecia e a maior parte da pessoas dizem que deves ser maluquinho de todo.
Os teus pseudo-galaicos consideram-se Lusitanos(e olha que é o que eles pensam)
Essa tua Gallaecia só existe na tua cabeça.
Então agora desculpas-te com o Salazar que já morreu à tanto.
tempo.
Tem juizo jovem.

Landser

22 de maio de 2006 às 16:54:00 WEST  
Blogger Caturo said...

http://www.uwm.edu/Dept/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/6_11/gamito_6_11.html

Depois de metade da página, há um mapa no qual se regista pelo menos uma estátua de guerreiro luso-galaico abaixo do Douro. Disse Viseu porque no museu me disseram Viseu, mas acho que é ainda mais abaixo.

22 de maio de 2006 às 18:54:00 WEST  
Blogger Suevo said...

Esse artigo é dos que já te coloquei aqui, de facto a diferença principal deste para os restantes é que foi escrito por uma professora da Universidade do Algarve.

Vamos então ao que está nesse artigo, que está em contradição com aquilo que tu sempre defendes aqui neste blogue, vamos então ao que diz esta professora da Universidade do Algarve.

“Two main areas can be distinguished in Portugal from the Bronze Age on: the north and the south of the country. The first area was more subject to Atlantic influences, while the second was more closely linked to the Mediterranean, as we can see in Coffyn (1985), Almagro-Gorbea (1977) and Schubart (1975).”

Portanto Caturo, duas zonas claramente definidas, um norte de Portugal atlantico, e um sul de Portugal Mediterranico, algo que tu sempre negaste, e até tem aí o nome e a bibliografia de três nomes que o defendem.

“as well as the warrior statues in the Cultura Castreja district”

“the southern and inland region, which seems to have been the first area to be Celticised, and the northern region, where the Cultura Castreja is located, possibly influenced by southern Celtic peoples fleeing the Carthaginians and taking refuge in the north at the end of the fourth or beginning of the third century BC based on the archaeological evidence”

A tal migração de celtici para o noroeste peninsular que alegas desconhecer.

Depois ela fala de Estrabão, uma fonte pouco segura diga-se e para estrabão os lusitanos não eram celtas.

Mas deixando de lado as suposições sobre povos, vamos aos factos, provas arqueológicas:

“5. The archaeological evidence
The archaeological evidence suggests a separation of the north and the south of Iron Age Portugal into two distinctive regions with distinctive features.”

Em relação ao sul:

“Two main influences can be detected here. There is a strong influence from hinterland peoples in the form of material culture (Júdice Gamito 1988, 1997) as well as from the eastern Mediterranean, the origin of the orientalizing influences”

Norte:

“In northern Portugal the Celtic influence seems to begin at a later date, centred in the so-called Cultura Castreja although in the hinterland area of the Vettones the cult of the wild boar predominates, which might date from a much earlier time”

Depois temos este mapa, não sei se é o que referes.

http://www.uwm.edu/Dept/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/6_11/images/fig17_500.jpg

Olhando para este mapa é claríssimo que as estatuas de guerreiros são da área a norte do Douro, aparecendo uma única estatua no distrito da Guarda. Só no castro do Lezenho em Boticas foram encontradas sete vezes mais estatuas que em toda a Lusitânia, este mapa é diferente do outro, o outro referia-se explicitamente a “guerreiros calaicos” este refere-se apenas a guerreiros, só acredito que a única estatua encontrada na lusitania seja de facto idêntica às galaicas quando a vir, estatuas de guerreiros podem haver muitas (pelos vistos na Lusitânia só havia uma), mas não daquelas que são especificas da Callaecia.

Repara no que a própria empregada do estado portugues diz:

“In the northwestern part of Portugal we note other interesting features not present in the southern settlements: the evidence and the location of the so-called warrior statues inside settlements, which possibly played the role of protective entities or heroes, symbols of the contact between the people of that community and the gods. The warrior statues occur only in the northwestern part of Portugal, in the "Castro Culture" areas, and are also found in Galizia (Figure 20a, b, c)”

É ela propria a dizer que essas estatuas ocorrem apenas no norte de Portugal e na Galiza, é fácil de traduzir este inglês.

22 de maio de 2006 às 20:22:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Sabes camarada caturo é que o nosso "amigo" suevo quer que respeitem a cultura Galaica mas ele é o próprio a desrespeitar a nossa cultura Lusitana."
Ele não desrespeitou nada, ele só disse a verdade, que as estatuas pertencem ao Norte de Portugal. Tu e os da tua laia é que andam sempre a desrespeitar os Galaicos e o Suevo..


"Essa separação bairrista é no mínimo ridícula e já não faz sentido passadas centenas de anos."
Eu queria ver como reagirias, se estivesses sob o dominio de Castela e viesse um Castelhano dizer-te o mesmo mas em relação aos Lusitanos.
"Ah e tal, vocês Lusitanos já estão sob o poder de Castela ha centenas de anos, deixem o passado para trás, não sejam bairristas que isso já não faz sentido passadas centenas de anos"
Eu queria ver queria. Ia ser lindo..
Vocês Lusitanos sao mesmo do mais podre que ha, são mesmo hipocritas. Para vocês o velho ditado "dois pesos, duas medidas" aplica-se na perfeição e depois ainda têm a cara de pau de falar cheios de moral acerca do imperialismo castelhano.
São mesmo hipocritas do pior que há. Quem não vos conhecer que vos compre.

Viva Gallaecia Ceive \o

22 de maio de 2006 às 22:08:00 WEST  
Blogger Suevo said...

No entanto, tendo em conta que é uma funcionaria do estado portugues e que a Gallaecia é abordada noutros capítulos desse site, o artigo até é bom quando comparado com algumas instituições pseudo-cientificas que recebem ajudas do estado portugues, porque para essas os guerreiros são lusitanos, é que nem sequer se atrevem a chamar-lhes lusitano-galaicos.

Claro que depois ficam muito chateados quando Emil Hübner as chama de guerreiros galaicos, porque para essas instituições oficiais e apoiadas pelo estado os guerreiros são lusitanos e ponto final paragrafo.
Felizmente isso começa a mudar, e aos poucos com as novas edições vão apagando as “imprecisões” “acidentais”.
É que para alguns “especialistas” “lusitanos” as estatuas até eram “modernas” como defendia Guerra em 1878 que levou duas de Viana do Castela para a arrecadação dos Jerónimos.
Perante estes argumentos hilariantes dalguns “lusitanistas” Hubner escreveu sarcasticamente, e quem souber latim que traduza:

“de antiquitate eius operis nemo sani iudicii umquam dubitavit”.

Actualmente a comunidade cientifica concorda com Hubner, mas mesmo assim parece que ainda há pouco tempo alguns “lusitanistas” fizeram uma figura muito triste em Santiago de Compostela aquando da homenagem a Carlos Alberto Ferreira de Almeida, mas com essa pseudo-polemica só ajudaram a que a posição defendida por Hubner saísse reforçada.



Faz-me lembrar o quase pedido de desculpas que Santos Júnior teve que pedir no que escreveu sobre a cultura castreja, reparem:

"Nos castros implantam-se velhas raízes da nacionalidade portuguesa. E assim, estudar os castros e a cultura castreja é fazer nacionalismo e do mais são" - SANTOS JÚNIOR, 1957”

É que nesses tempos (1957) tudo o que fossem trabalhos destes.. era complicado, convinha dizer que aquilo era nacionalismo e do mais são, não vá o estado lusitanista chatear-se!

Como lusitanos não são nem nunca foram os povos a norte do Douro, mas galaicos também não lhes podemos chamar senão os vassalos do estado lusitanista sente-se ameaçado (e também o Castelhano, historicamente a Galiza é a naçOM actualmente submetida pela meseta com mais autoridade histórica para reclamar a sua independência), optaram por chama-las de “castrejas”, a mim parece-me que o nome castrejo é o mal menor que não desagrada nem a gregos nem a troianos.

As estatuas do Lezenho, no Barroso situavam-se originalmente num castro situado a 1075 metros de altitude, e desse local avistam-se a serra do Gerês,a serra do Larouco, aserra do Alvão, a serra da Padrela e a serra do Marão. O armamento das estatuas é claramente céltico, apesar de ser erradamente chamado de lusitano, negando com isto o seu celtismo (para os lusitanistas se os lusitanos não eram celtas, então estes também não podem ser), assim como os próprios torques célticos, estes torques eram semelhantes aos utilizados pelos gauleses.
Não li a obra de Leite de Vasconcelos, mas encontrei citações dizendo que Leite de Vasconcelos defende que a “Callecia ou Gallecia, de modo geral corresponde às nossas províncias de Entre Douro e Minho e de Trás-os-Montes e à moderna Galiza", sendo que o "Douro separa da Lusitânia os Galegos". Seria “habitada de célticos a região situada ao norte do Douro". Isto na pagina 63 do volume II de 1905, quem tiver a obra se quiser que confirme.

Alias este espírito céltico ou callaeci se preferirem ainda hoje é visível na rivalidade entre Guimarães e Braga,Vizela,Taipas,Fafe,e qualquer outra aldeia que as rodeie. Nos varios castros e nas diversas famílias que o compunham, uniam-nos os laços de sangue, notório espírito de hierarquização geral, ao gosto das sociedades indo-europeias, esta circunstância viria, aliás, a facilitar a invasão romana, levada a cabo por um exército mais forte e dotado de grande organização ,que apenas teve que defrontar, em geral, hordas de bravos montanheses, desorganizadas e isoladas umas das outras.

Por mim podem-lhes chamar estátuas de guerreiros lusitanos à vontade, peguem nelas todas e levem-nas para Lisboa ou para museus do estado lusitanista (mesmo que situados no norte), para juntar a algumas que até estão guardadas na arrecadação dos jerónimos só podendo ser visualisadas após autorização especial, ide buscar a que está na praça central de Boticas, porque a essa em Boticas chamam-na de “estatua do guerreiro Calaico” por isso é melhor irem lá busca-la e leva-la para uma exposição qualquer sobre a Lusitânia.

O nível de emigração no norte já é igual ou superior ao dos anos 60, por isso acho que a cereja em cima do bolo será a constução duma central nuclear no Douro, estes otarios destes “pseudo-lusitanos” do norte batem-vos palmas na mesma!

22 de maio de 2006 às 22:22:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Ó «suevo» por acaso não és judeu?
Porque queixas-te por tudo e por nada.
Deves ter a mania da persiguição.
Este gajo é daqueles que vê inimigos por todo o lado.
Cuidado esse é o sintoma dos esquizofrénicos.

Landser

23 de maio de 2006 às 15:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

VIVA OS GUERREIROS LUSITANOS.
GUERREIROS LUSITANOS SEMPRE.
LUSITÂNIA A GRANDE.
QUE O ESPIRITO DE VIRIATO NOS ILUMINE PARA COMBATER OS INIMIGOS DA LUSITÂNIA.

Guerreiro Lusitano

24 de maio de 2006 às 13:29:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Não estou a falar "a norte do Tejo", a região a norte do Douro nunca pertenceu à Lusitânia, e é precisamente dessa região que são oriundos os guerreiros calaicos"

Estás muito enganado: então a norte do Douro não é Portugal(Lusitânia)?
Todo esse território pertence à Lusitânia.
Os calaicos morreram à centenas de anos.Por mais que isso te custe, hoje todo o norte pertence à Lusitânia.
Os calaicos foram um povo que foi aniquilado por nós, desapareceu de Portugal(Lusitânia).
Nós somos Lusitanos e ponto final.
Os Lusitanos são superiores a calaicos inferiores.
Tens queda por povos inferiores.
Também os suevos foram esmagados pelos Visigodos.
Dos fracos não reza a história.
É a lei do mais forte.

Guerreiro Lusitano

24 de maio de 2006 às 14:15:00 WEST  
Blogger Caturo said...

“Two main areas can be distinguished in Portugal from the Bronze Age on: the north and the south of the country. The first area was more subject to Atlantic influences,

Essa é uma das visões, a mais tradicionalista. Actualmente há cada vez mais a compreensão de que também o sul foi muito indo-europeizado, mais do que se supunha. Anteriormente, havia a tendência clássica de dividir a Ibéria em duas zonas de influência:
- norte, centro e noroeste - influência indo-europeia, sobretudo céltica;
- sul e leste - influência mediterrânica não indo-europeia.

No entanto, descobrem-se, pelo menos no caso da área portuguesa, cada vez mais indícios de que também o sul português recebeu significativo afluxo de povos indo-europeus. Isto foi-me dito directamente pelo professor Cardim Ribeiro, docente na Universidade de Lisboa e director do Museu de Odrinhas, organizador da exposição «Religiões da Lusitânia».


A tal migração de celtici para o noroeste peninsular que alegas desconhecer.

Aí, já estás a mentir. Nunca aleguei ou sequer dei a entender que tal migração tivesse ocorrido, pelo contrário, sempre a reconheci.
Tu é que dizias, ou querias fazer crer, que os Celtas do Alentejo tinham-se ido todos embora para o norte, ficando o sul completamente entregue aos Romanos e aos mediterrânicos em geral. E, quando te apresentei factos a comprovar a persistência da celticidade no Alentejo, tentaste insinuar que isso tinha sido há muito tempo, quando na verdade as inscrições relativas a Deuses célticos datam da época romana, ou seja, os Celtas ainda estavam no Alentejo séculos depois de os Romanos terem dominado e pacificado essa zona.

Aliás, já que leste o artigo, deves ter reparado neste mapa:
http://www.uwm.edu/Dept/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/6_11/images/fig05_600.jpg

no qual é bem visível a significativa presença da terminação «-briga» na região sul de Portugal. E, como é sabido, «briga» é termo de raiz céltica (com o significado de «fortificação elevada»).

Depois ela fala de Estrabão, uma fonte pouco segura diga-se e para estrabão os lusitanos não eram celtas.

Estrabão não diz que os Lusitanos não eram Celtas. Simplesmente, chama-lhes «iberos» mas actualmente entende-se que por «Iberos» Estrabão se referia aos povos todos da Ibéria e não aos Iberos propriamente ditos (povo mediterrânico do sudeste peninsular que pouca ou nenhuma influência tiveram na área que é hoje Portugal).



“Two main influences can be detected here. There is a strong influence from hinterland peoples

Só para esclarecer, os «hinterland peoples» são provavelmente indo-europeus.

Já agora, um artigo especificamente sobre os Celtas no sudoeste português:
http://www.uwm.edu/Dept/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/6_9/berrocal_6_9.html


A seguir, mais um mapa a mostrar bem que toda a zona sul de Portugal, toda, foi influenciada por povos célticos:
http://www.uwm.edu/Dept/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/6_10/images/fig01a_600.jpg



as estatuas de guerreiros são da área a norte do Douro, aparecendo uma única estatua no distrito da Guarda

Seja - mas aparece. E a Guarda está já claramente a sul do Douro, em plena área lusitana.

24 de maio de 2006 às 14:55:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Vocês Lusitanos sao mesmo do mais podre que ha, são mesmo hipocritas. Para vocês o velho ditado "dois pesos, duas medidas" aplica-se na perfeição e depois ainda têm a cara de pau de falar cheios de moral acerca do imperialismo castelhano.

E tu és ignaro e padeces de uma saloice raivosa anti-Lisboa. Comparar regiões com nações é pura parvoíce. E, de facto, Castela tem sob o seu poder nações ibéricas que têm a sua própria língua. Uma língua não é, como pensas, uma merda qualquer que cai do ar, assim de repente - uma língua é um sinal distintivo de nacionalidade absolutamente incontornável e inequívoco. Por isso, pode-se dizer que
- a Galiza é uma nação submetida a outra nação, Castela,
- enquanto o norte de Portugal é apenas uma região da nação portuguesa.

O norte português não tem língua própria diferente da do sul, não tem sequer um tipo físico que permita aos nortenhos afirmarem a sua diferença relativamente ao sul (em Itália, ainda há essa diferença, em Portugal não) - o norte de Portugal não tem nada, mas absolutamente nada, que o faça diferenciar-se do resto de Portugal como nação independente.

O vosso problema, do galaicistas como tu, é só a dor de cotovelo e a estreiteza de horizontes, bem como a ausência de valores, que vos faz pôr a barriguinha e as pretensões bairristas acima da própria nacionalidade.

24 de maio de 2006 às 15:02:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Actualmente a comunidade cientifica concorda com Hubner, mas mesmo assim parece que ainda há pouco tempo alguns “lusitanistas” fizeram uma figura muito triste em Santiago de Compostela aquando da homenagem a Carlos Alberto Ferreira de Almeida, mas com essa pseudo-polemica só ajudaram a que a posição defendida por Hubner saísse reforçada.

Ao que te referes?

24 de maio de 2006 às 15:09:00 WEST  
Blogger Caturo said...

O armamento das estatuas é claramente céltico, apesar de ser erradamente chamado de lusitano, negando com isto o seu celtismo

Isso não é verdade. Costuma dizer-se que esse armamento é lusitano porque condiz, ao pormenor, com a descrição do armamento dos Lusitanos dada por Estrabão.



(para os lusitanistas se os lusitanos não eram celtas,

Isso de «lusitanistas» é uma invenção tua. E, já agora, há muitos autores que atestam a celticidade dos Lusitanos.



Alias este espírito céltico ou callaeci se preferirem ainda hoje é visível na rivalidade entre Guimarães e Braga,Vizela,Taipas,Fafe,e qualquer outra aldeia que as rodeie.

Sim, e também no provincianismo tapado que cria divisões no seio do Povo e que inspira aquela fanfarronice ingenuamente suicidária, aquela tara-de-Asterix, que teve como resultado uma derrota quase total dos Celtas em toda a Europa: na Antiguidade remota, dominavam a maior parte da Ibéria, toda a Gália, a Britânia, a Irlanda, ou seja, a região que é hoje Portugal, Castela, Aragão, Astúrias, Cantábria, França, Bélgica, Grã-Bretanha, Irlanda, norte de Itália e Suíça - hoje, ficam-se por pequenos pedaços do seu antigo território: Gales, Irlanda, Escócia, Cornualha, Bretanha, tendo assim perdido toda a Ibéria, toda a Europa Ocidental com excepção duma pequena nesga de terra (Bretanha).

24 de maio de 2006 às 15:19:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Estás muito enganado: então a norte do Douro não é Portugal(Lusitânia)?
Todo esse território pertence à Lusitânia.


A Lusitânia era tão parecida com a Galécia que Estrabão, inicialmente, considerava como lusitana toda a área do noroeste português e da parte ocidental da Galiza.

24 de maio de 2006 às 15:21:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Boa resposta Camarada Caturo.
Parece que ainda existe hoje em dia pessoas que não aprenderam com os erros do passado.
A nossa divisão é a força dos nossos inimigos.
Ontem dividos e fácies de derrotar pelo Império Romano e mulçumano.
Hoje o mesmo sucede com os inimigos da Europa, negroides e mulçumanos.
Não devemos cair nos mesmos erros.
É pena que ainda haja gente sempre disposta a criar a discórdia entre nós.

Celta 88

24 de maio de 2006 às 16:50:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Suevo, já respondi aqui:

http://www.blogger.com/comment.g?blogID=5935274&postID=114704810965464770

24 de maio de 2006 às 16:53:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Suevo o maior palhaço de todos os tempos.

24 de maio de 2006 às 17:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"E tu és ignaro e padeces de uma saloice raivosa anti-Lisboa. Comparar regiões com nações é pura parvoíce."

E tu tens palas e não consegues ver mais nada à tua frente. Só pensas no teu umbigo.
Regiões para ti, pois claro!


"E, de facto, Castela tem sob o seu poder nações ibéricas que têm a sua própria língua. Uma língua não é, como pensas, uma merda qualquer que cai do ar, assim de repente - uma língua é um sinal distintivo de nacionalidade absolutamente incontornável e inequívoco. Por isso, pode-se dizer que
- a Galiza é uma nação submetida a outra nação, Castela,
- enquanto o norte de Portugal é apenas uma região da nação portuguesa."

ok, então a lingua é que conta para ti! vamos então ao seguinte..


"Eu queria ver como reagirias, se estivesses sob o dominio de Castela e viesse um Castelhano dizer-te o mesmo mas em relação aos Lusitanos.
"Ah e tal, vocês Lusitanos já estão sob o poder de Castela ha centenas de anos, deixem o passado para trás, não sejam bairristas que isso já não faz sentido passadas centenas de anos"
Eu queria ver queria. Ia ser lindo.."

Quanto a isto, nem respondes-te!
Então vá diz-me lá, se fizesses uma viagem ao futuro, tipo daqui a 500 anos e Portugal já tivesse perdido a sua lingua (a ocupação Castelhana tinha ditado isso) então já achavas que não se devia lutar pela independência? Já dirias aos "saloios raivosos anti-Castela" e pro-independencia, que não têm razão nenhuma e que a região de Portugal não merece ser independente, pois é apenas uma região e ja nao tem lingua propria.
Também não podes usar como argumento Portugal ter tido uma lingua que desapareceu, pois então a Galécia também mereceria ser país porque tinha a sua lingua Celta, e depois dos romanos também tinha uma lingua diferente do centro e sul de Portugal. Diferenças como hoje tem o Português e o Espanhol ou talvez maiores. Alias se fores ver a lingua Galega e a Galaica actual, tem muitas diferenças, palavras, dialectos, girios, terminações, etc.


Ainda segundo o teu ponto de vista, no tempo do império romano, quando já tinhamos perdido as nossas linguas e já só falavamos latim, então também não poderiamos lutar pela independência. Se tu tivesses vivido nesse tempo, irias estar contra lusitanos e galaicos e outros povos que já so falavam latim e estarias ao lado dos romanos.
Estarias contra Lusitanos e Galaicos não era? É que se disseres que não, estas-te a contradizer.

Portanto um povo já não tem direito à sua independência por não ter a sua lingua própria e por passar a falar a mesma lingua doutro povo irmão. O passado, a história, as poucas ou muitas diferenças etnicas não contam, apenas a lingua conta.

24 de maio de 2006 às 22:30:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Já agora, tinha respondido na outra pagina http://www.blogger.com/publish-comment.do?blogID=5935274&postID=114704810965464770&r=ok
mas é melhor passar para aqui.

Tinhas dito:
"24% é um quarto de sangue, quem tem tanto sangue negróide já não é bem branco..."

tens razão! Por isso um Algarvio, 24% sangue mouro não é bem europeu :) Estas-me a dar razão.

24 de maio de 2006 às 22:35:00 WEST  
Blogger Suevo said...

Eu não vou discutir aqui se A, B ou C são celtas, se são ou não indo-europeus, já deixei muito claro aquilo que penso, porque podes sempre dizer que o especialista A ou B te disse a ti que na região Z eram todos puríssimos indo-europeus, nem me interessa nada se os lusitanos eram ou não eram celtas, por isso vamos a factos.

Passando a factos, e aí já não podem existir desculpas nem teses diferentes, são factos, a norte do Douro não era Lusitânia, antes da criação da Gallaecia os territórios do Douro pertenceram à Tarraconense.


Um argumento sem qualquer sentido é o da língua, e aí realmente os reis de Portugal foram mestres em criar e impor uma única língua no território, ao contrário de Castela.
Se é a língua que faz uma nação, então a Suiça não é uma nação por exemplo.
Depois, e tu estas farto de saber isso o actual português falado no Brasil evoluiu dum romance latino que era apenas e só falado a norte do Douro (quando muito até ao Mondego), até os do instituto Camões te podem explicar isto, claro que a sul não se falavam só línguas muçulmanas, falavam-se também romances moçarabes, quer em Lisboa quer em Sevilha eram os romances moçarabes a língua dos cristãos, com a conquista desses territórios das taifas muçulmanas passaram a falar o chamado na altura romance galego-portugues, e só não se fala portugues no norte de Africa porque entretanto perderam esses territórios.

Retirado do instituto Camões, certamente uma instituição que dificilmente poderá ser acusada de “galaicista”:

“O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional”

“Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas).”

“O português é uma língua nascida no norte e que cresceu para sul. Tal como aconteceu com o castelhano e com o francês, começou por ser um conjunto de dialectos provinciais (galego-portugueses), passou a língua de uma nação e depois a veículo de um império.”

Agora Caturo isto é que é capaz de te incomodar mais, mas tu insistes nestes assuntos, portanto aqui vai:

“elaboração da língua, desenvolvido entre os sécs. IX e XIV na esteira da Reconquista territorial. Conquistado o Algarve e fixadas as fronteiras, foi o território repovoado por povos do norte, que transplantaram a sua língua para o sul, onde se falava árabe e havia ainda vestígios de antigos dialectos românicos meridionais. A língua ocupante transforma-se pelo contacto com os substratos locais e pela mistura, nas novas terras, de dialectos que no norte se achavam separados. Os dialectos a sul do Mondego são por isso mais homogéneos que os seus parentes mais velhos do norte.”

http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/brevesum/porque.html

Isto foi escrito pelos “galaicistas” do instituto Camões, onde é dito (como toda a gente sabe menos o Caturo) que no sul no século XIII se falava árabe e dialectos românicos meridionais (que toda a gente interessada nestes assuntos também sabe) que não eram o “galego-portugues”.
No instituto Camões chamam até “língua ocupante” ao português, e só não o sabe quem não quer.
Agora vamos à segunda parte, a do inicio da vassalagem que tantos seguidores tem hoje em dia :

“expansão da língua: a transferência do poder para o centro do reino, com a capital em Lisboa, fez que a partir do séc. XV os novos dialectos falados nesta região ganhassem ascendente sobre os do norte e fornecessem a base para a elaboração de uma norma culta de características meridionais, que está na origem do moderno padrão linguístico.”

E sabe-se o enorme esforço que os reis fizeram para que isto acontecesse.

“O motivo por que se fala português no Rio de Janeiro é o mesmo motivo por que se fala português em Elvas e não se fala em Badajoz.”

Quanto às origens do romance a meu ver erradamente chamado de galego-portugues:

http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/brevesum/origens.html

“A autonomização de um romance galego-português a partir do séc. VII na antiga província Gallaecia et Asturica (Galiza, norte de Portugal, ocidente de Astúrias) é denunciada por dois fenómenos de mudança fonética que afectam o seu léxico.”

Parece que ainda vão havendo umas instituições oficiais do estado lisboeta que vão dizendo a verdade, afinal a língua sempre era a da Gallaecia et Asturica, quanto a estas Astúrias são a da região de Eo-Nabia onde ainda hoje se fala “Galego” apesar de administrativamente a região ser agora “Astúrias”.

Diz ainda o Instituto Camões:

“Esta evolução terá ocorrido no noroeste da Península durante os séculos de permanência dos invasores germânicos, suevos (411-585) e visigodos (585-711)”

“Quando se iniciou a Reconquista cristã, promovida no ocidente peninsular pela monarquia asturiana a partir do séc. IX, já se falaria no canto noroeste da Península Ibérica o romance galego-português.”

Depois já sabemos o que aconteceu com a “lisboetização” no século XIV

“a língua de cultura transfere a sua base dialectal do norte para o centro do reino (assim, o futuro padrão não se baseará nos dialectos fundadores da língua, mas em dialectos que nasceram devido à Reconquista);”

Olhando para os comentários hilariantes que por aqui aparecem, alguns confundem os conquistadores com os conquistados, é de facto hilariante. Por alguma razão o país se chama Portugal, que veio do condado Portucalense, da cidade do Porto, cidade que mudou de nome e passou a chamar-se somente Porto caso contrario seria confundida com o nome do país.

“Os calaicos foram um povo que foi aniquilado por nós”

De facto culturalmente foi feito um trabalho fantástico em aniquila-los, admito que fizeram um excelente trabalho.

“Dos fracos não reza a história.”

É verdade, e o povo do norte comprova-se também por nisso que é fraquíssimo e merece estar na situação miserável e incluído num estado a caminho do abismo (quem perceber um mínimo de economia…), o povo do norte não honra os seus antepassados, pelo contrário até os renega, e é um bom vassalo de Lisboa (e eu não culpo Lisboa, culpo mais os “Martins Sarmentos”). O povo daqui é de facto fraco, e em zonas como Trás-os-Montes já só existem velhos, que coitados nada poderão fazer e certos aspectos culturais morrerão com eles, os filhos esses estão na França. Esse é o destino da população do norte desde o século XIV com tendência a intensificar-se no futuro, só cá vão ficar os que não se puderem por a milhas, é a triste realidade, até nisso são parecidos com os galegos, de resistentes passaram a vassalos.

E de facto, dos fracos não reza a historia!

24 de maio de 2006 às 22:45:00 WEST  
Blogger Suevo said...

Quanto ao outro topico, não vale a pena desenterrares coisas que já ninguém sequer lê, para isso trocávamos opiniões por e-mail, até porque esse tipo de assuntos não agrada ao teu publico. Continua com a tua postura anti-clerical e racialista, porque é importante o combate anti-clerical e racialista, o PROBLEMA é que o Portugal que tu defendes não existe, nem nunca existiu, o Portugal que existe é o que vês na Cova da Moura, os pretos são portugueses quer nós queiramos quer não, é essa a realidade, podes lutar pelo estado portugues (eu acho que apesar de todo o teu discurso patrioteiro lutas mais contra o estado portugues que a favor dele), mas tens que ter consciência que o estado portugues é isso.
A probabilidade de chegares algum dia a um governo é ainda inferior aos 0,03%, podes ser governo mas é como dizia aquele artigo do Batalha Final, para chegar aí tens que dar uma imagem “tolerante” etc,etc, e é importante referir que tu politicamente já és forçado a dar uma imagem mais moderada e já… mas claro que isso não é razão para deixares de lutar, nem tu andas à procura de tacho, mas é importante ter a noção das coisas.
Continua o teu combate, é importante que o faças, mas esse Portugal que defendes não existe de todo, defendes um Portugal imaginário com leis imaginárias que não existem.

25 de maio de 2006 às 00:06:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Qualquer dia a Espanha faz uma OPA ao Estado Português já em processo de falência.
Dos fracos não reza a história :P

25 de maio de 2006 às 00:10:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Não pode. A CMVM nunca aceitaria a OPA. Seria considerada uma OPA hostil.

25 de maio de 2006 às 02:37:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Claro que aceitaria, a OPA é baril. Todos tinhamos a ganhar com a OPA :P ja nao corriamos o risco de morrer a fome daki a uns anos :P

25 de maio de 2006 às 15:23:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Pior cego é aquele que não quer ver.
Porque se não fosse os Lusitanos a consolidar a nossa independencia, pois os Castelhanos tentaram nos ocupar por diversas vezes.
Graças ao povo do sul que sempre fez frente aos castelhanos.Os mesmos sempre foram derrotados.
Ao contrario de ti e alguns nortenhos que queriam, voltar a ser vassalos dos castelhanos.
Olha para os teus amigos da galiza.
Obedientes e submissos.

Landser

25 de maio de 2006 às 15:59:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Tinhas dito:
"24% é um quarto de sangue, quem tem tanto sangue negróide já não é bem branco..."

tens razão! Por isso um Algarvio, 24% sangue mouro não é bem europeu :) Estas-me a dar razão.




Quem te disse que o sangue é mouro?
Porque é que não pode ser simplesmente dado como caucasóide arcaico, abundante no Norte de África, mas também existente no sul da Europa?

Pela tua «lógica», os Gregos também não eram Europeus, porque têm mais do tal haplogrupo norte-africano do que as populações do Algarve.

29 de maio de 2006 às 18:23:00 WEST  
Blogger Caturo said...

ok, então a lingua é que conta para ti!

É uma das coisas essenciais. Mas eu nunca disse que era a única.



"Eu queria ver como reagirias, se estivesses sob o dominio de Castela e viesse um Castelhano dizer-te o mesmo mas em relação aos Lusitanos.
"Ah e tal, vocês Lusitanos já estão sob o poder de Castela ha centenas de anos, deixem o passado para trás, não sejam bairristas que isso já não faz sentido passadas centenas de anos"
Eu queria ver queria. Ia ser lindo.."

Quanto a isto, nem respondes-te!


Julguei que tinha ficado evidente... pois se nós já não tivéssemos língua nacional, se já ninguém falasse Português, se o Português fosse varrido da História, então nem sequer poderíamos dizer que éramos povo autónomo.

29 de maio de 2006 às 18:27:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Ainda segundo o teu ponto de vista, no tempo do império romano, quando já tinhamos perdido as nossas linguas e já só falavamos latim, então também não poderiamos lutar pela independência. Se tu tivesses vivido nesse tempo, irias estar contra lusitanos e galaicos e outros povos que já so falavam latim e estarias ao lado dos romanos.
Estarias contra Lusitanos e Galaicos não era? É que se disseres que não, estas-te a contradizer.


Não, não estou a contradizer-me. Se a Lusitânia e a Galécia tivessem uma língua diferente, derivada do Latim mas já outra língua (como o Castelhano e o Português diferem), então teriam razão em querer ser independentes. De outro modo, nem sequer haveria movimento independentista.

29 de maio de 2006 às 18:29:00 WEST  

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