segunda-feira, outubro 31, 2005

SOBRE O QUE AGRADA ACTUALMENTE A UM NÚMERO SIGNIFICATIVO DE TURCOS - SINAIS DO FUTURO EUROPEU

Numa altura em que o governo turco faz força para entrar na União Europeia, um dos livros mais vendidos na Turquia é uma obra de ficção na qual os Turcos entram em guerra com a Europa e acabam por dominá-la.

Ano de 2010 - a U.E. rejeitou a Turquia. Na Alemanha, na Áustria e em França, os fascistas chegam ao poder e incitam os respectivos povos a cometerem actos de violência contra os imigrantes turcos e muçulmanos em geral. Uma Turquia vingativa junta forças à Rússia e declara guerra à U.E.. Comandos turcos cercam Berlim e tomam o controle da Europa.
Em jeito de sátira, acrescenta-se no livro que Arnold Schwarzenegger se tornara presidente dos E.U.A. e que apoiava a Europa fascista por meio de uma sociedade secreta pagã, a «Brotherhood of Death», ou «Irmandade da Morte» que buscava o domínio mundial e que, neste ficcional enredo, simboliza a tropa neo-conservadora (especialmente porque corre realmente o rumor de que este grupo existe mesmo, embora não seja, pelo que se sabe, propriamente pagão.)

É este o futuro imaginado (e desejado, digo eu, sem grande risco de me enganar) por um jovem turco que, há pouco tempo, escreveu outra obra de ficção, também muito vendida no seu país, em que os E.U.A. atacavam a Turquia e, em retaliação, um turco valente conseguia fazer explodir uma bomba nuclear em Washington.

Tornou-se numa celebridade e num ídolo da juventude turca, este sujeito. Nas horas livres, joga no computador - o seu jogo preferido é um de conquista do mundo, em que se ele gosta de assumir o papel da China e, a partir daí, destrói a Europa de tal maneira que esta recua até à idade da pedra... (é que assim já ele podia dizer que a civilização turca tinha ultrapassado a europeia... enfim, delírios fantasistas provocados por um intenso sofrimento localizado num certo osso a meio do braço).

O escritor asiático chega ao ponto de afirmar que a Europa é um «Estado-nação racista que provocou imensas guerras nos últimos novecentos anos», embora se esqueça talvez que foram os seus antepassados turcos que atacaram a Europa e não o contrário.

E depois de tanta hostilidade demonstrada contra os Europeus, resolve dizer que a eventual e mesmo provável recusa europeia da Turquia (Deus o oiça...) irá provocar um choque de civilizações. Este é um exemplo do típico descaramento islâmico: a actual guerra civilizacional foi começada precisamente pelo fundador do Islão, há mil e quatrocentos anos, mas, confiando na memória curta e na ignorância das pessoas, os islamistas, de cada vez que alguém se lhes opõe, dizem que tal oposição aos seus desígnios é que vai causar sarilho.
Também os mafométicos tchetchenos reagem assim - começaram a guerra contra a Rússia, mas de cada vez que as forças armadas russas reagem com sucesso, os terroristas tchetchenos afirmam que «este acto russo irá desencadear um agravamento do conflito».

Diz o referido autor turco que os governantes do seu país deviam abandonar a ideia de se juntarem à Europa e, em vez disso, procurarem uma ligação à Rússia, à China e à Índia. Sinceramente, duvido que a Rússia prefira aliar-se à Turquia do que à U.E.; quanto à Índia, convém lembrar que os Hindus têm tanta ou mais razão de queixa histórica contra os Turcos do que os Europeus, já que alguns dos muçulmanos que invadiram a Índia e massacraram milhões de hindus, eram de linhagem turca.