O REGRESSO DAS NOITES MAIS LONGAS
Volto a fazer minhas as palavras que escrevi há um ano sobre a mudança da hora: que boa a hora de Inverno. E repito: o ideal era que o atraso de uma hora ocorresse durante a semana de trabalho, para que o trabalhador português pudesse folgar mais um bocadito na cama. Em vez disso, privilegia-se os foliões das noitadas que, a meio da noite de sábado para domingo, têm o prazer de acrescentar mais uma hora ao seu divertimento nocturno, obrigando os desgraçados que trabalham nos bares a aguentar mais sessenta minutos de labuta. Não se leia nisto uma nota de desprezo pelos ditos noctívagos da vida airada, antes pelo contrário. É tão somente uma observação com laivos de desabafo, e uma ponta de inveja, já que, ultimamente, não tenho tido especial interesse ou disposição para frequentar a noite lisboeta.
Dizia eu, na mensagem do ano passado, que longe iam os tempos cavaquistas tecnocráticos que tinham abolido esta tranquilizante alteração do horário. Esperemos agora que a quase certa vitória do timoneiro de Boliqueime nas presidenciais que se avizinham não traga de volta a ideia de «adaptar o horário português à Europa civilizada», lixando novamente o equilíbrio do pacato cidadão luso.
Dizia eu, na mensagem do ano passado, que longe iam os tempos cavaquistas tecnocráticos que tinham abolido esta tranquilizante alteração do horário. Esperemos agora que a quase certa vitória do timoneiro de Boliqueime nas presidenciais que se avizinham não traga de volta a ideia de «adaptar o horário português à Europa civilizada», lixando novamente o equilíbrio do pacato cidadão luso.
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