O QUE É PRECISO É DESAGRADAR AO BIN LADEN...
Não costumo colocar aqui excertos de artigos do Expresso ou de qualquer outro jornal, mas este trecho de Marques de Correia («Cartas Abertas - À caterva de comissários europeus», 5/10/05, Revista Única do Expresso) merece especial destaque pela brilhante simplicidade com que é redigido:
(...) Já Freitas do Amaral, o único europeu que dá a cara e diz coisas «em on», acha que a adesão da Turquia desagrada ao bin Laden. Isto significa que Freitas sabe o que agrada e desagrada ao bin Laden. É natural que Freitas goste de desagradar a bin Laden, porque durante uns tempos andou a agradar-lhe, ao manifestar-se contra os Estados Unidos e a guerra do Iraque, e toda a gente sabe como ele é rigorosamente ao centro.
A Turquia deixou de ser um tema tabu para passar a ser um tema central da política europeia. E isso é bom. Porque, não tendo a Europa ideias concretas sobre si mesma, pode começar a ter ideias gerais sobre os outros. Agora, sobre a Turquia, mais tarde sobre o Magrebe e, depois, quem sabe - o céu é o limite - pode integrar Cabo Verde, que era um sonho conjunto dos cabo-verdianos, do prof. Adriano Moreira e do dr. Mário Soares. A partir dessa data histórica, podemos contar com a adesão da China, que é o maior fabricante de toalhas turcas, da maior parte do continente asiático e do conjunto dos países ACP, nomeadamente os das Caraíbas. Quando, por fim, a Europa se estender por todo o mundo, ou quase, e o Conselho Europeu, presido por um libanês, tiver 123 membros, todos com direito a veto, talvez alguém achge a coisa um bocado confusa. É nesse momento que, ao contrário das previsões de Freitas, os sucessivos alargamentos podem agradar a bin Laden. Ou quem sabe se, nessa altura – cidadão Europeu percorrendo livremente o seu espaço -, nem ao próprio bin Laden isso agrade.
(...) Já Freitas do Amaral, o único europeu que dá a cara e diz coisas «em on», acha que a adesão da Turquia desagrada ao bin Laden. Isto significa que Freitas sabe o que agrada e desagrada ao bin Laden. É natural que Freitas goste de desagradar a bin Laden, porque durante uns tempos andou a agradar-lhe, ao manifestar-se contra os Estados Unidos e a guerra do Iraque, e toda a gente sabe como ele é rigorosamente ao centro.
A Turquia deixou de ser um tema tabu para passar a ser um tema central da política europeia. E isso é bom. Porque, não tendo a Europa ideias concretas sobre si mesma, pode começar a ter ideias gerais sobre os outros. Agora, sobre a Turquia, mais tarde sobre o Magrebe e, depois, quem sabe - o céu é o limite - pode integrar Cabo Verde, que era um sonho conjunto dos cabo-verdianos, do prof. Adriano Moreira e do dr. Mário Soares. A partir dessa data histórica, podemos contar com a adesão da China, que é o maior fabricante de toalhas turcas, da maior parte do continente asiático e do conjunto dos países ACP, nomeadamente os das Caraíbas. Quando, por fim, a Europa se estender por todo o mundo, ou quase, e o Conselho Europeu, presido por um libanês, tiver 123 membros, todos com direito a veto, talvez alguém achge a coisa um bocado confusa. É nesse momento que, ao contrário das previsões de Freitas, os sucessivos alargamentos podem agradar a bin Laden. Ou quem sabe se, nessa altura – cidadão Europeu percorrendo livremente o seu espaço -, nem ao próprio bin Laden isso agrade.
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