quinta-feira, setembro 22, 2005

ESFORÇO E RECONHECIMENTO

Da edição de ontem do jornal gratuito «Metro», retiro a seguinte carta enviada ao director por João Brito, que vai a itálico, como é costume neste blogue quando se apresenta um texto de outrem:
Especialistas ingleses e norte-americanos estudaram comparativamente o esforço das nações envolvidas em vários conflitos em simultâneo, principalmente no que respeita à gestão desses mesmos conflitos, nos campos da logística geral, do pessoal, das economias que os suportam e dos resultados obtidos. Assim, chegaram à conclusão que em todo o mundo só havia dois países em todo o mundo que mantiveram três «Teatros de Operações» em simultâneo: a poderosa Grã-Bretanha, com frentes na Malásia (a 9.300 quilómetros, de 1948 a 1960), no Quénia (a 5.700 quilómetros, de 1952 a 1956) e no Chipre (a 3.000 quilómetros, de 1954 a 1959), e o pequenino Portugal, com frentes na Guiné (a 3.400 quilómetros), em Angola (a 7.300 quilómetros) e em Moçambique (a 10.300 quilómetros) de 1961 a 1974 (durante 13 anos seguidos). Estes especialistas chegaram à conclusão que Portugal, dadas as premissas económicas, as dificuldades logísticas para abastecer as três frentes, bem como a sua distância, a vastidão dos territórios em causa, e a enormidade das suas fronteiras, foi aquele que melhores resultados obteve. Consideraram por último, que as performances obtidas por Portugal, se devem sobretudo à capacidade de adaptação e sofrimento dos seus recursos humanos, e à sobrecarga que foi possível exigir a um grupo reduzido de quadros dos três ramos das Forças Armadas, comissão atrás de comissão, com intervalos exíguos de recuperação física e psicológica. Isto são observadores internacionais a afirmá-lo. Conheci em Lisboa oficiais americanos com duas comissões no Vietname. Só que ambos com três meses em cada comissão, intervalados por períodos de descanso de outros três meses no Havai. As gerações de oficiais, sargentos e praças dos três ramos das Forças Armadas que serviram durante 13 anos na Guerra do Ultramar, nos três teatros de operações, só pelo facto de aguentarem este esforço sobre-humano que se reflecte necessariamente em debilidades de saúde precoces, mazelas para toda a vida, invalidez total ou parcial, e morte, tudo ao serviço da pátria, merecem o reconhecimento da nação, que jamais lhes foi dado.

Trouxe aqui esta mensagem só porque é bonita.

Viva Portugal e os Portugueses que o defendem