AINDA SOBRE O FILME «REINO DOS CÉUS»
Vi finalmente o filme «Reino dos Céus», «Kingdom of Heaven». Belas cenas de acção, bons actores, reconstrução de ambientes magnífica (digo eu, que não vivi naquela época, mas pronto, o filme tem ar de ser verosímil nesse aspecto).
Para além daquilo que já disse aqui, e que mantenho inteiramente – que só mostra o radicalismo cristão e nada do fanatismo islâmico – tenho a acrescentar que a mensagem central do filme é inteiramente um produto da moda ideológica: relativismo humanista e agnóstico (é fino ser agnóstico, mais sofisticado do que ser ateu...) em estilo lavadinho mui ianque, isto é, inteiramente anacrónico. Há os bons e os maus, e os maus são completamente maus, os bons, mais bondosos do que duas Madres Teresas de Calcutá. O heroizinho da história, é um jovem puro e corajoso, religiosamente descrente, que vai ao Oriente em busca de um consolo espiritual (onde é que eu já ouvi isto?, deve ter sido nos incontáveis milhares de testemunhos e opiniões ouvidas em toda a parte a respeito de ocidentais sem valores que «buscam algo em que acreditar» nas regiões mais a leste do planeta).
Ora não é absolutamente nada verosímil que houvesse naquele tempo quem assim pensasse, ainda por cima o jovem justiceiro vai encontrar na «Terra Santa» uma comunidade de gajos que pensam como ele... não têm fé na religião mas sim «no homem»... é a costumaz sensaboria da moda, ideia insípida e deprimente.
A respeito das cruzadas, recomendo este extenso, extenssíssimo artigo sobre as Cruzadas e a sua justificação defensiva e este também.
Para além daquilo que já disse aqui, e que mantenho inteiramente – que só mostra o radicalismo cristão e nada do fanatismo islâmico – tenho a acrescentar que a mensagem central do filme é inteiramente um produto da moda ideológica: relativismo humanista e agnóstico (é fino ser agnóstico, mais sofisticado do que ser ateu...) em estilo lavadinho mui ianque, isto é, inteiramente anacrónico. Há os bons e os maus, e os maus são completamente maus, os bons, mais bondosos do que duas Madres Teresas de Calcutá. O heroizinho da história, é um jovem puro e corajoso, religiosamente descrente, que vai ao Oriente em busca de um consolo espiritual (onde é que eu já ouvi isto?, deve ter sido nos incontáveis milhares de testemunhos e opiniões ouvidas em toda a parte a respeito de ocidentais sem valores que «buscam algo em que acreditar» nas regiões mais a leste do planeta).
Ora não é absolutamente nada verosímil que houvesse naquele tempo quem assim pensasse, ainda por cima o jovem justiceiro vai encontrar na «Terra Santa» uma comunidade de gajos que pensam como ele... não têm fé na religião mas sim «no homem»... é a costumaz sensaboria da moda, ideia insípida e deprimente.
A respeito das cruzadas, recomendo este extenso, extenssíssimo artigo sobre as Cruzadas e a sua justificação defensiva e este também.
2 Comments:
Do artigo do "Telegraph" tira-se isto, muito a despropósito e sem as conotações que aqui normalmente lhe atribui:
"In Kingdom of Heaven, Saladin is portrayed as a gent, and so he was in a way. Saladin, a Kurd (belonging to an Indo-European language group, and no pan-Arabist), ruled the Islamic empire from Egypt. His prime success was as a general slaughtering Crusaders (as at Hattin, July 4, 1187); the Christian princes he captured were held hostage and sold for a ransom.
As a fighting man, Saladin was a mirror image of the ideal of the Christian knight. It is possible to reject cynically the very possibility of chivalry in a warrior. The Monty Python school of history paints any knight as a murderous mercenary."
Uma vez que o Saladino era um puro Indo-Europeu, você devia estar aqui a cantar hossanas e não a denegrir esse valoroso cavaleiro!
Oh sim, que belo e apurado sentido de humor, assim é que é, olhe, imprima e mostre a graçola aos amigos para mostrar a sua esperteza.
Antes de mais, faço notar que nunca denegri a imagem de Saladino; e nunca falei mal dele - pura e simplesmente porque nunca me lembrei, ou me esqueço de o fazer (às vezes, penso nisso, mas depois, com tanta coisa mais importante do que isso, acabo por olvidar o assunto.). De facto, o sujeito massacrou em larga escala e muito menos cavalheiresco do que o filme quer fazer crer.
E, se era indo-europeu e fez o que fez, isso mostra bem o mal que fazem as religiões universalistas - viram irmão contra irmão.
E, se o fulano tivesse consciência disso, então ainda era pior, porque nada há de pior do que um traidor.
Aliás, caso ainda não tenha notado, alguns dos nossos maiores inimigos, e, seguramente, os mais perigosos, são escumalha que infelizmente é da mesma raiz que nós: muito mais nocivo do que o inimigo estrangeiro, é o inimigo do nosso sangue que nos esfaqueia pelas costas ou nos ata as mãos, impedindo-nos de nos defendermos do ataque externo.
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