NATALIS VRBES - RAÍZES DE PORTUGAL E DO OCIDENTE
Diz a lenda que em 21 de Abril de 753 antes da era cristã ou era comum, o latino Rómulo, irmão de Remo, filho de Marte, Deus da Guerra, e de Reia Sílvia, vestal (sacerdotisa de Vesta, Deusa do Fogo Sagrado do Lar e da Pátria), fundou a cidade de Roma, que viria a ser a capital de um dos maiores impérios de sempre, proto-fundador do Ocidente e raiz étnica - pelo menos em parte - das actuais Nações latinas, entre as quais se inclui Portugal.
Reia Sílvia era filha de Numitor, filho de Procas, rei da cidade latina de Alba Longa.
O irmão de Numitor, Amúlio, tomou o poder e obrigou a filha do irmão a tornar-se vestal (sacerdotisa de Vesta) porque as vestais não podiam deixar de ser virgens e Amúlio não queria que Reia Sílvia tivesse filhos, os quais um dia poderiam reclamar o trono que Amúlio queria para si e para os seus próprios filhos.
No entanto, Reia Sílvia foi fecundada por Marte, que das alturas desceu sobre ela e fez com que a virgem desse à luz dois gémeos, Rómulo e Remo.
Amúlio ordenou que fossem atirados, mãe e filhos, ao rio Tibre, mas Tiberinus, o Deus do rio, salvou Reia de se afogar. Quanto aos filhos, foram salvos e amamentados por uma loba (daí a conhecida imagem da Loba que amamenta duas crianças) sob uma figueira (a ruminalis ficus) e protegidos por um pica-pau (ambos os animais são consagrados a Marte) acabaram por ser adoptados por um pastor, Fáustulo, e sua esposa Acca Larentia, que os criaram.
Mais tarde, os irmãos colocaram o seu avô Numitor no trono e decidiram depois criar outra cidade. Remo viu seis abutres sobre o monte Aventino e afirmou que a nova urbe teria de nascer ali, mas Rómulo viu doze abutres sobre o monte Palatino e decidiu-se por esta última elevação como ponto de partida do novo Estado. Traçou por isso um sulco numa área plana, em torno do monte, dizendo «Morto será aquele que violar esta fronteira!». Como Remo troçasse do irmão e saltitasse de um lado para o outro do sulco, Rómulo matou-o.
Isto é mito fundador, é lenda imortal, narrativa primordial dos nossos ancestrais. Por isso, o caminho do sulco de Rómulo seria o caminho que, mais tarde, os jovens solteiros iriam percorrer, à volta do Monte Palatino, todos os anos, por ocasião da celebração da Lupercalia.
Soa, a muitos ouvidos, como blasfémia isto de dizer que os Romanos são antepassados dos Portugueses, pois que, no entender popular, essa gente vinda do Lácio oprimiu aqueles que tradicionalmente nos habituámos a considerar como Os nossos avós por excelência, que são os Lusitanos.
Mas é tempo de começar a perceber que a Romanidade é parte integrante da nossa etnicidade, a par ou quase a par (a tradição mítica conta muito e por isso digo «quase a par») da identidade pré-romana do povo de Viriato.
O próprio facto de falarmos o Português, que é língua latina (é Camões quem explica a simpatia que Vénus, Deusa do Amor, tem pelos Portugueses: diz o vate que a Deusa, em relação à língua portuguesa, «crê, com pouca corrupção, que é latina») e não o Lusitano, do qual pouco sabemos, atesta a importância crucial que tem na raiz dos Portugueses a estirpe latina, romana, a da Loba e da Águia de Prata, símbolo de Júpiter transportado pelas legiões da chamada Cidade Eterna.
Somos pois Lusitano-Romanos na nossa essência e isso não constitui um ultraje aos que morreram lutando por Viriato e pela independência lusitana, pois que a independência de Portugal e a honra que os Portugueses prestam aos seus ancestrais castrejos redime-os do facto de falarem uma língua latina. Lusitanos e Romanos, de resto, acabaram por se fundir harmoniosamente, sem que tal facto significasse uma humilhação de qualquer dos lados.
Reia Sílvia era filha de Numitor, filho de Procas, rei da cidade latina de Alba Longa.
O irmão de Numitor, Amúlio, tomou o poder e obrigou a filha do irmão a tornar-se vestal (sacerdotisa de Vesta) porque as vestais não podiam deixar de ser virgens e Amúlio não queria que Reia Sílvia tivesse filhos, os quais um dia poderiam reclamar o trono que Amúlio queria para si e para os seus próprios filhos.
No entanto, Reia Sílvia foi fecundada por Marte, que das alturas desceu sobre ela e fez com que a virgem desse à luz dois gémeos, Rómulo e Remo.
Amúlio ordenou que fossem atirados, mãe e filhos, ao rio Tibre, mas Tiberinus, o Deus do rio, salvou Reia de se afogar. Quanto aos filhos, foram salvos e amamentados por uma loba (daí a conhecida imagem da Loba que amamenta duas crianças) sob uma figueira (a ruminalis ficus) e protegidos por um pica-pau (ambos os animais são consagrados a Marte) acabaram por ser adoptados por um pastor, Fáustulo, e sua esposa Acca Larentia, que os criaram.
Mais tarde, os irmãos colocaram o seu avô Numitor no trono e decidiram depois criar outra cidade. Remo viu seis abutres sobre o monte Aventino e afirmou que a nova urbe teria de nascer ali, mas Rómulo viu doze abutres sobre o monte Palatino e decidiu-se por esta última elevação como ponto de partida do novo Estado. Traçou por isso um sulco numa área plana, em torno do monte, dizendo «Morto será aquele que violar esta fronteira!». Como Remo troçasse do irmão e saltitasse de um lado para o outro do sulco, Rómulo matou-o.
Isto é mito fundador, é lenda imortal, narrativa primordial dos nossos ancestrais. Por isso, o caminho do sulco de Rómulo seria o caminho que, mais tarde, os jovens solteiros iriam percorrer, à volta do Monte Palatino, todos os anos, por ocasião da celebração da Lupercalia.
Soa, a muitos ouvidos, como blasfémia isto de dizer que os Romanos são antepassados dos Portugueses, pois que, no entender popular, essa gente vinda do Lácio oprimiu aqueles que tradicionalmente nos habituámos a considerar como Os nossos avós por excelência, que são os Lusitanos.
Mas é tempo de começar a perceber que a Romanidade é parte integrante da nossa etnicidade, a par ou quase a par (a tradição mítica conta muito e por isso digo «quase a par») da identidade pré-romana do povo de Viriato.
O próprio facto de falarmos o Português, que é língua latina (é Camões quem explica a simpatia que Vénus, Deusa do Amor, tem pelos Portugueses: diz o vate que a Deusa, em relação à língua portuguesa, «crê, com pouca corrupção, que é latina») e não o Lusitano, do qual pouco sabemos, atesta a importância crucial que tem na raiz dos Portugueses a estirpe latina, romana, a da Loba e da Águia de Prata, símbolo de Júpiter transportado pelas legiões da chamada Cidade Eterna.
Somos pois Lusitano-Romanos na nossa essência e isso não constitui um ultraje aos que morreram lutando por Viriato e pela independência lusitana, pois que a independência de Portugal e a honra que os Portugueses prestam aos seus ancestrais castrejos redime-os do facto de falarem uma língua latina. Lusitanos e Romanos, de resto, acabaram por se fundir harmoniosamente, sem que tal facto significasse uma humilhação de qualquer dos lados.
1 Comments:
Um interessante texto sobre o Holocausto na Wikipédia, que vale a pena ler:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holocausto
Holocausto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A partir de 1942, ano da Conferência de Wannsee, os nazis deportaram os judeus de toda a Europa para os Campos de extermínio aonde os comboios de transporte de gado, sem condições higiénicas, chegavam diariamente. A palavra Holocausto, que em grego significa uma oferenda sacrificial completamente (holos) queimada (kaustos), foi cunhada no fim do século XX para designar a tentativa de exterminação de grupos pessoas "indesejadas" pelos Nazistas alemães.
Quando escrito na forma capitalizada, o termo Holocausto refere-se ao extermínio sistemático pelos Nazis, de vários grupos que eles consideraram indesejáveis, durante a Segunda Guerra Mundial: principalmente os Judeus, mas também comunistas, homossexuais, ciganos, deficientes motores, atrasados mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros grupos eslavos, activistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos e protestantes, sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum todos eles pereceram lado a lado nos campos de concentração e de extermínio, de acordo com extensa documentação deixada pelos próprios Nazis (textos e fotografias), testemunhos de sobreviventes, perpetradores e de espectadores, e com registros estatísticos de vários países sob ocupação. O número exacto de mortes durante o Holocausto é desconhecido (ver Extensão do Holocausto mais abaixo). Estima-se que o número de Judeus assassinados no Holocausto atingiu cerca de 6 Milhões.
Hoje em dia, o termo aparece por vezes utilizado para descrever outras tentativas de genocídio, quer antes como depois da Segunda Guerra Mundial. Muitas vezes a palavra holocausto é usada para qualquer perda de vida preponderantemente massiva e deliberada, como na que resultaria de uma guerra nuclear, falando-se por vezes de "holocausto nuclear".
Shoa (השואה), também escrito da forma Shoah, Sho'ah e Shoá, Língua Hebraica para "Calamidade", é o termo hebraico para o Holocausto. É usado por muitos Judeus e por um número crescente de Cristãos devido ao desconforto teológico com o significado literal da palavra Holocausto; estes grupos acreditam que é teologicamente ofensivo sugerir que os Judeus da Europa foram um sacrifício a Deus. É no entanto reconhecido que a maioria das pessoas que usam o termo Holocausto, não o fazem com essa intenção.
Similarmente, muitas pessoas ciganas usam a palavra Porajmos, significando "Devorar", para descrever a tentativa Nazi do extermínio do grupo.
Perspectiva geral
Um aspecto do Holocausto Nazi que o destingue de outros assassínios colectivos foi o método eficiente e sistemático com que a matança massiva foi conduzida. Foram feitas listas detalhadas de vítimas presentes e futuramente potenciais, encontraram-se registros meticulosos dos assassínios.
Quando os prisioneiros entravam nos campos de concentração ou de extermínio, tinham de entregar toda a propriedade pessoal aos Nazis - que era catalogada detalhadamente e etiquetada, sendo emitidos recibos. Adicionalmente, foi feito um esforço considerável ao longo do Holocausto para encontrar meios cada vez mais eficientes de matar mais pessoas, por exemplo ao mudar do envenenamento por monóxido de carbono, usado nos campos de extermínio de Belzec, Sobibór, e Treblinka para o uso de Zyklon-B em Majdanek e Auschwitz, na chamada Aktion Reinhard.
Ao contrário de outros genocídios que ocorreram numa área ou país específicos, o Holocausto foi levado a cabo metodicamente em virtualmente cada centímetro do território ocupado pelos Nazis, tendo os Judeus e outras vítimas sido perseguidos e assassinados num espaço em que hoje existem 35 nações Europeias, tendo sido enviados para campos de concentração em algumas nações e campos de extermínio noutras nações.
Para além das matanças maciças, os Nazis levaram a cabo experiências médicas em prisioneiros, incluindo crianças. O Dr. Josef Mengele, um Nazi dos mais amplamente conhecidos, era chamado de "Anjo da Morte" pelos prisioneiros de Auschwitz pelos seus experimentos crueis e bizarros.
Os acontecimentos nas áreas controladas pelos alemães só se tornaram conhecidos em toda a sua extensão depois do fim da Guerra. No entanto, numerosos rumores e relatos e testemunhas de fugitivos e outros, ainda durante a guerra, deram alguma indicação de que os Judeus estavam a ser mortos em grande número. Houve protestos, como em 29 de Outubro de 1942 no Reino Unido, que levou figuras políticas e da Igreja a fazerem declarações públicas manifestando o horror sentido pela perseguição de Judeus na Alemanha.
Campos de concentração e de extermínio
Campos de concentração para "indesejados" espalharam-se por toda a Europa, com novos campos sendo criados perto de centros de densa população "indesejada", frequentemente focando especialmente os Judeus, a elite intelectual polaca, comunistas, ou ciganos. A maior parte dos campos situava-se na área de Governo Geral.
Campos de concentração para Judeus e outros "indesejados" também existiram na própria Alemanha e apesar de os campos de concentração alemães não terem sido desenhados para o extermínio sistemático - os campos de extermínio situavam-se todos no leste europeu, a maioria na Polónia - muitos prisioneiros dos campos de concentração morreram por causa das más condições ou por execução.
Alguns campos, tais como o de Auschwitz-Birkenau, combinavam trabalho escravo com o extermínio sistemático.
À chegada a estes campos, os prisioneiros eram divididos em dois grupos: aqueles que eram demasiado fracos para trabalhar eram imediatamente assassinados em câmaras de gás (que por vezes eram disfarçadas de chuveiros) e seus corpos eram queimados, enquanto que os outros eram primeiro usados como escravos em fábricas e empresas industriais localizadas nas proximidades do campo.
1944 - Uma chegada a Auschwitz, na Polónia ocupadaOs Nazis também forçaram alguns prisioneiros a trabalhar na remoção dos cadáveres e na colheita de certos elementos. Dentes de ouro eram extraídos dos cadáveres e cabelos de mulher (raspado das cabeças das vítimas antes de entrarem nas câmaras de gás) eram reciclados para uso em produtos como tapetes e meias.
Cinco campos — Belzec, Chelmno, Maly Trostenets, Sobibor, e Treblinka II — foram usados exclusivamente para o extermínio. Nestes campos, apenas um pequeno número de prisioneiros foi mantido vivo para assegurar a tarefa de desfazer-se dos cadáveres de pessoas assassinadas nas câmaras de gás.
O transporte foi frequentemente levado a cabo em condições horríficas, usando vagões ferroviários de carga, abarrotados e sem quaisquer condições sanitárias.
A organização logística envolvida no transporte ferroviário de milhões de pessoas com registros cuidadosamente catalogados e arquivados foi uma tarefa de um considerável grupo de pessoas pertencentes ao aparelho do partido Nazi.
Judeus
O Anti-Semitismo era comum na Europa dos anos 20 e dos anos 30 do século XX (apesar da história do Anti-Semitismo se extender ao longo de séculos). O anti-semitismo fanático de Adolf Hitler ficou bem patente no seu livro publicado em 1925, Mein Kampf, largamente ignorado quando foi publicado mas que se tornou popular na Alemanha uma vez que Hitler adquiriu o poder.
Viena de Áustria em 1938, o ano da anexação da Áustria pela Alemanha Nazi - judeus austríacos são obrigados a esfregar o pavimento. Uma forma de humilhação pública.A 1 de Abril de 1933, os Nazis, recém-eleitos, organizaram, sob a direcção de Julius Streicher, um dia de boicote a todas as lojas e negócios pertencentes a Judeus na Alemanha. Esta política ajudou a criar um ambiente de repetidos actos anti-semitas que iriam culminar no Holocausto. As últimas empresas pertencentes a Judeus foram fechadas a 6 de Julho de 1939.
Em muitas cidades da Europa, os Judeus tinham vivido concentrados em zonas determinadas. Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, os Nazis formalizaram as fronteiras dessas áreas e restringiram os movimentos criando novos Guetos aos quais os Judeus ficavam confinados. Os guetos eram, com efeito, prisões nas quais muitos Judeus morreram de fome e de doenças; outros foram executados pelos Nazis e seus colaboradores. Campos de concentração para Judeus existiram na própria Alemanha. Durante a invasão da União Soviética, mais de 3.000 unidades especiais de morte (Einsatzgruppen) seguiram a Wehrmacht e conduziram matanças maciças de oficiais comunistas e de população judaica que vivia no território soviético. Comunidades inteiras foram dizimadas, sendo rodeadas, roubadas de suas possessões e roupa, e alvejadas de morte nas bermas de valas comuns.
Em Dezembro de 1941, Hitler tinha finalmente decidido exterminar os Judeus da Europa. Em Janeiro de 1942, durante a Conferência de Wannsee, vários líderes Nazis discutiram os detalhes da "Solução final da questão judia" (Endlösung der Judenfrage).
O Dr. Josef Buhler pressionou Reinhard Heydrich a dar início à Solução Final no Governo Geral. Eles começaram a deportar sistematicamente populações de Judeus desde os guetos e de todos os territórios ocupados para os sete campos designados como Vernichtungslager, ou Campo de extermínio: Auschwitz, Belzec, Chelmno, Majdanek, Maly Trostenets, Sobibor e Treblinka II.
Eslavos
Os polacos foram um dos primeiros alvos do extermínio de Hitler, como ficou sublinhado no discurso que fez a comandantes da Wehrmacht antes da invasão da Polónia em 1939.
A elite intelectual e socialmente proeminente ou pessoas poderosas foram os primeiros alvos, apesar de também ter havido assassínios em massa e instâncias de genocídio (donde se destaca Ustashe, na Croácia.
Durante a Operação Barbarrossa, a invasão alemã da União Soviética, centenas de milhares (senão mesmo milhões) de Prisioneiros de Guerra pertencentes ao exército russo foram arbitrariamente executados nos campos pelos exércitos invasores alemães (em particular pelas famosas Waffen SS), ou foram enviados para campos de extermínio simplesmente porque eram de extração eslava. Milhares de vilas de lavradores russos foram aniquiladas pelas tropas alemãs mais ou menos pela mesma razão.
Ciganos
Artigo principal: Porajmos
Vista de parte do campo de concentração de Bergen Belsen no norte da AlemanhaA campanha de genocídio de Hitler contra os povos ciganos da Europa era vista por muitos como uma aplicação particularmente bizarra da ciência racial Nazi.
Antropólogos alemães foram forçados a enfrentar o facto de os Ciganos serem descendentes dos invasores Arianos (Aryan), que regressaram à Europa. Ironicamente, isto torna-os não menos arianos (Aryan) que os próprios alemães, pelo menos na prática, senão em teoria. Este dilema foi solucionado pelo Professor Hans Gunther, um conhecido cientista racial, que escreveu:
"Os ciganos retiveram na verdade alguns elementos da sua origem nórdica, mas eles descendem das classes mais baixas da população dessa região. No decurso da sua migração, eles absorveram o sangue dos povos circundantes, tornando-se assim uma mistura racial oriental, asiática-ocidental com uma adição de descendência indiana, centro-asiática e Europeia."
Como resultado, no entanto, e apesar de medidas discriminatórias, alguns grupos de ciganos de etnia Roma, incluindo as tribos alemãs dos Sinti e Lalleri, foram dispensados da deportação e morte. Os ciganos restantes sofreram muito como os Judeus (em alguns momentos foram ainda mais degradados). Na Europa de Leste, os ciganos foram deportados para os guetos judeus, abatidos pelas SS Einsatzgruppen nas sua vilas, e deportados e gaseados em Auschwitz e Treblinka.
Outros
Arbeit macht frei - o trabalho liberta - o slogan propagandístico num portão do campo de concentração de Sachsenhausen, nos arredores de BerlimHomosexuais foram um outro grupo alvo durante o tempo do Holocausto. No entanto, o partido Nazi não fez qualquer tentativa sistemática de exterminar todos os homossexuais; de acordo com a lei Nazi, ser homossexual em si não era uma razão de prisão. Alguns membros proeminentes da liderança do partido Nazi eram conhecidos (segundo outros líderes nazis) por serem homossexuais, o que pode explicar o facto de a liderança ter mostrado sinais contraditórios sobre a forma de lidar com o tema. Alguns líderes queriam claramente o extermínio dos homossexuais; outros queriam que os deixassem em paz, enquanto que outros queriam a aplicação de leis que proibissem actos homossexuais, mas de resto permitindo aos homossexuais viver tal como os outros cidadãos.
Estimativas quanto ao número de pessoas mortas pela razão específica de serem homossexuais variam muito. A maioria das estimativas situa-se por volta dos 10.000.
Números mais elevados incluem também aqueles que eram Judeus e homossexuais, ou mesmo Judeus, homossexuais e comunistas. Para além disso, registros sobre as razões específicas para o internamento são inexistentes em muitas áreas. Ver Homossexuais na Alemanha Nazi para mais informação.
Cerca de 2000 Testemunhas de Jeová pereceram em campos de concentração, para onde foram enviados por razões políticas e ideológicas. Eles recusaram o envolvimento na política, não diziam "Heil Hitler", e não serviam no exército alemão. Ver Testemunhas de Jeová e o Holocausto.
A 18 de Agosto de 1941, Adolf Hitler ordenou o fim da eutanásia sistemática dos doentes mentais e deficientes, devido a protestos na Alemanha.
[editar]
Extensão do Holocausto
Em 1933, antes do Holocausto, havia cerca de 9 milhões e meio de judeus na Europa. Finda a Segunda Guerra Mundial seriam cerca de 3 milhõesO número exacto de pessoas mortas pelo regime Nazi continua a ser objecto de pesquisa. Documentos liberados recentemente do segredo no Reino Unido e na União Soviética indicam que o total pode ser algo superior ao que se acreditava. Ver [1] (http://www.jpost.com/com/Archive/20.May.1997/News/Article-2.html). No entanto, as seguintes estimativas são consideradas muito fiáveis.
5.6 – 6.1 milhões de Judeus
dos quais 3.0 – 3.5 milhões de Judeus Polacos
2.5 – 3.5 milhões de Polacos não-Judeus
3.5 – 6 milhões de outros civis eslavos
2.5 – 4 milhões de prisioneiros de Guerra (POW) Soviéticos
1 – 1.5 milhões de dissidentes políticos
200 000 – 800 000 Roma & Sinti
200 000 – 300 000 deficientes
10 000 – 25 000 homossexuais
2 000 Testemunhas de Jeová
[editar]
Os triângulos
Artigo principal: Triângulos Invertidos
A segregação: Crachá imposto pelos Nazis identificando um JudeuPara identificar prisioneiro nos campos de acordo com a sua "ofensa", eles eram requeridos a usar triângulos coloridos nas suas vestes. Apesar das cores variarem de campo para campo, as cores mais comuns eram:
Amarelo: Judeus -- dois triângulos sobrepostos, para formar a Estrela de David, com a palavra "Jude" (Judeu) inscrita; mischlings, i.e., aqueles que eram considerados apenas parcialmente Judeus, muitas vezes usavam apenas um triângulo amarelo.
Vermelho: Dissidente político, incluindo Comunistas
Verde: Criminoso comum. Criminosos de descendência ariana recebiam frequentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre outros prisioneiros.
Cor Púrpura: Fundamentalistas religiosos (definidos como as pessoas pertencentes a seitas cristãs cujas doutrinas proíbem a tomada de parte em guerras), entre as quais se destacam as Testemunhas de Jeová
Azul: Imigrantes.
Castanho: Roma e Sinti (Ciganos)
Preto: Lésbicas e "anti-sociais" (alcoólicos e indolentes)
Cor-de-rosa: Homossexuais
[editar]
Interpretações históricas
Como em qualquer acontecimento histórico, os académicos continuam a discutir sobre o que aconteceu exactamente e porquê.
Entre as grandes questões que historiadores tentam responder encontram-se:
quantas pessoas foram assassinadas no Holocausto ?
quem esteve directamente envolvido na matança ?
quem autorizou a matança ?
quem sabia sobre a matança ?
por que as pessoas participaram directamente, autorizaram ou tacitamente aceitaram a matança?
[editar]
Funcionalismo versus Intencionalismo
Os campos de extermínio montados pelos nazis na Polónia, aonde chegavam diariamente comboios de transporte de animais carregados de judeus de todas as paragens da EuropaUm tema frequente nos estudos contemporâneos sobre o Holocausto é a questão de funcionalismo versus intencionalismo. Os intencionalistas acham que o Holocausto foi planeado por Hitler desde o início. Funcionalistas defendem que o Holocausto foi iniciado em 1942 como resultado do falhanço da política Nazi de deportação e das iminentes perdas militares na Rússia. Eles dizem que as fantasias de exterminação delineadas por Hitler em Mein Kampf e outra literatura Nazi eram mera propaganda e não constituíam planos concretos (curiosamente esta foi também a estratégia da argumentação da defesa dos Nazis perante os Julgamentos de Nuremberga).
Outra controvérsia relacionada foi iniciada recentemente pelo historiador Daniel Goldhagen, que argumenta que os Alemães em geral sabiam e participaram com convicção no Holocausto, que ele acha que teve as suas raízes num Anti-semitismo Alemão profundamente enraizado. Goldhagen vê na Igreja cristã uma origem desse Anti-semitismo. No seu livro "A igreja católica e o Holocausto - uma análise sobre culpa e expiação", Goldhagen reflecte sobre passagens do Novo Testamento claramente anti-semitas. Numa conferência que fez em Munique em 2003, Goldhagen colocou a seguinte questão: se em vez de frases como "pelos seus pecados os Judeus têm de ser punidos", ou "os Judeus desagradam a Deus e são inimigos de todos os Homens" São Paulo tivesse escrito no Novo Testamento semelhantes frases sobre outro grupo qualquer, os negros por exemplo, será que não se poderia dizer que o Novo Testamento é racista ? Outros afirmam que sendo o Anti-Semitismo inegável na Alemanha, o extermínio foi desconhecido a muitos e teve de ser posto em prática pelo aparelho ditatorial Nazi.
Goldhagen explora também o facto de milhões de Alemães terem participado nas atrocidades da Guerra, afirmando depois da guerra, se acusados (o que raramente aconteceu), que eles tinham de seguir ordens para evitar represálias.
No entanto, houve alguns casos de Alemães que recusaram participar nas matanças maciças e outros crimes e que não foram punidos em forma nenhuma pelos Nazis. Alemães casados com Judeus que optaram por se manter com o seu companheiro permaneceram não-castigados e suas esposas judaicas sobreviveram.
[editar]
Revisionistas e negadores
Vala comum do campo de concentração de Bergen-Belsen em Maio de 1945Alguns grupos, referidos normalmente como os negadores do Holocausto, negam que o Holocausto tenha acontecido. Muitos dos negadores do Holocausto são Neo-Nazis ou Anti-Semitas.
A causa dos negadores beneficiou do facto de muitos Alemães não terem falado sobre os seus feitos na Guerra, por medos de castigo.
O Revisionismo do Holocausto afirma que muito menos que 5-6 milhões de Judeus foram assassinadas e que as matanças não foram o resultado da política deliberada dos Nazis. Apesar de revisionistas do Holocausto dizem que apresentam provas documentárias que apoiam as suas teses, críticos afirmam que essas provas são defeituosas, a pesquisa é ilusória e as conclusões pré-determinadas. Muitos afirmam que tal revisionismo é uma forma de Anti-Semitismo e equivalente a negação. Muitos revisionistas afirmam não serem anti-semitas, e que querem meramente "contar a história como deve ser". Estas pessoas dizem que estão contentes por menos pessoas terem sido mortas do que previamente julgado e que desejam que outras pessoas interpretassem os dados revisionistas como boas notícias. Ver também: Caso Faurisson.
[editar]
Teologia do Holocausto
À vista da magnitude do que vimos no Holocausto, muitas pessoas reexaminaram as visões da teologia clássica sobre a bondade de Deus e acções no mundo. Como é que é possível às pessoas continuar a ter fé depois do Holocausto ? Para as respostas teológicas às questões levantadas pelo Holocausto ver Teologia do Holocausto.
[editar]
Origem e utilização do termo
Campos de concentração Nazis por toda a Europa de onde as vítimas do Holocausto partiam para os campos de extermínioA palavra 'Holocausto', da palavra grega holokauston significando "o sacrifício pelo fogo oferecido a Deus", originalmente referindo-se a um sacrifício a que os Judeus eram requeridos pela Torah, e que mais tarde assumiu o significado de catástrofes ou massacres em larga escala. Devido ao significado teológico que a palavra tem, muitos Judeus acham o uso desta palavra problemático, uma vez que poderia implicar que os Judeus foram um sacrifício.
Em vez de Holocausto, muitos Judeus preferem a palavra hebraica Shoah, significando "desolação" ou "calamidade".
Enquanto que hoje em dia o termo 'Holocausto' refere-se normalmente ao mencionado assassínio de Judeus em larga escala, também é usado por vezes para se referir a outras ocorrências de genocídios ou limpezas étnicas.
[editar]
Ramificações políticas
O Holocausto teve várias ramificações políticas e sociais que se extendem até ao presente. A necessidade de encontrar um território para muitos refugiados Judeus levou a uma grande imigração para o Mandato Britânico da Palestina, que na sua maior parte se tornou naquilo que é hoje o moderno Estado de Israel. Esta imigração teve um efeito directo nos Árabes da região, algo que é discutido nos artigos sobre o Conflito Israelo-Árabe, o Conflito Israelo-Palestiniano e nos outros artigos ligados a estes.
[editar]
Ver também
Victor Klemperer
Anti-Semitismo
Auschwitz
eugenia
Solução final
Conferência de Wannsee
Adolf Eichmann
genocídio
Memoriais do Holocausto
Judenrat
Fases do Holocausto
O bastardo do Rêno
Chaim Michael Dov Weissmandl
Protesto de Zofia Kossak-Szczucka
Historia dos Judeus na Rutênia Carpatiana
Crachás Nazis nos campos de concentração
Livro negro
Oskar Schindler
Aristides de Sousa Mendes
Campo de deportação de Drancy
[editar]
Leitura Adicional
Em Língua Portuguesa
Daniel J. Goldhagen, "Uma dívida moral : A Igreja Católica e o Holocausto", Editora Notícias, Coleção "Biblioteca de História", 2004
Inga Clendinnen, "Um olhar Sobre o Holocausto", Editora Prefácio
Em Língua Inglesa
Art Spiegelman, "Maus (I and II)" Pantheon Books 1991 N.Y., New York
John V. H. Dippel, Bound Upon a Wheel of Fire: Why so many German Jews made the tragic decision to remain in Nazi Germany, Basic Books, 1996, hardback, ISBN 0465091032.
Martin Gilbert, Auschwitz and the Allies, Henry Holt and Company, 1982, hardback, ISBN 0030592844. A devastating account of how the Allies responded to the news of Hitler's mass-murder.
Daniel J. Goldhagen, Hitler's Willing Executioners: Ordinary Germans and the Holocaust, New York: Knopf, 1996, hardback, ISBN 0679446958.
Norman G. Finkelstein, Ruth Bettina Birn, A nation on trial: the Goldhagen thesis and historical truth, Owl books, 1998, hardback, ISBN 0929087755. Criticizes Goldhagen's methods and theses.
Christopher R. Browning, Ordinary Men, Perennial, 1998 (reprint), ISBN 0060995068.
Raul Hilberg, Perpetrators, Victims, Bystanders: The Jewish Catastrophe 1933-1945, HarperCollins Publishers, 1992, hardcover, ISBN 0060190353.
Raul Hilberg, The Destruction of the European Jews, Yale University Press, 2003, revised hardcover edition, ISBN 0300095570
Deborah Lipstadt, Denying the Holocaust: The Growing Assault on Truth and Memory, Plume (The Penguin Group), 1994, hardback, ISBN 0029192358.
Karl A. Schleunes, The Twisted Road to Auschwitz: Nazi Policy Toward German Jews, 1933-1939. Urbana: University of Illinois, 1990, hardback, ISBN 0252000927. An argument for functionalism.
Art Spiegelman, Maus I: A Survivor's Tale: My Father Bleeds History, Pantheon Books, New York, 1991, hardback, ISBN 0394541553
Art Spiegelman, Maus II: A Survivor's Tale: And Here my Troubles Began, Pantheon Books, New York, 1991, hardback, ISBN 0-394-55655-0. Comic book format; story is of author's father, a survivor.
John Weiss, Ideology of Death: Why the Holocaust Happened in Germany,1997, paperback, ISBN 1566631742.
Shoah is a nine-hour documentary completed by Claude Lanzmann in 1985. The film, unlike most historical documentaries, does not feature reenactments or historical photos; instead it consists of interviews with people who were involved in various ways in the Holocaust, and visits to different places they discuss. The quality of the undertaking suffers from sloppy translations.
[editar]
Referências externas
Em português
O Holocausto (http://www.eifo.com.br/judhol3.html)
O Holocausto e a Segunda Guerra Mundial (http://2gg.webcindario.com/holocausto.php)
Holocausto, em Portal da Educação BR (http://www.portaldaeducacao.com.br/portal/directory.asp?S=123)
Vários episódios do Holocausto (http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos.asp?idtipo=10)
O museu do Holocausto em Washington (http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=218&p=0)
Documentário Triângulos Roxos- As vítimas esquecidas. (http://www.triangulosroxos.org.br/)
Em Espanhol
Enciclopédia do Holocausto, mantida pelo Memorial do Holocausto. Inclui vídeos, fotos, textos, muito sistematizado (http://www.ushmm.org/wlc/sp/)
Em inglês
United States Holocaust Memorial Museum (http://www.ushmm.org/)
Yad Vashem (Israeli Holocaust Memorial) (http://www.yad-vashem.org.il/)
Montreal Holocaust Memorial Center Museum (http://www.mhmc.ca/)
http://www.shoah.de
Millersville University Annual Holocaust Conference (http://muweb.millersville.edu/~holo-con/)
The Holocaust Chronicle (http://www.holocaustchronicle.org/Index.html)
The Holocaust Chronology (PBS) (http://www.pbs.org/wgbh/amex/holocaust/timeline/)
Holocaust History (http://www.holocaust-history.org)
Deathly Silence: Everyday People in the Holocaust (By Plater Robinson) (http://www.tulane.edu/~so-inst/dindex.htm)
The Institute for Historical Review (http://www.ihr.org/)
"Remember Our Faces"--Teaching about the Holocaust. (http://www.ericdigests.org/1992-3/holocaust.htm)
Testemunho Audio do Dr. Walter Ziffer, Gravado em 11 de Abril de 2004 (http://www.krusch.com/bethisrael/) O Dr. Walter Ziffer, o último sobrevivente do Holocausto residente em Asheville, no estado norte-americano de North Carolina em 11 de Abril de 2004, discute o seu internamento em diversos campos, bem como as implicações teológicas do Holocausto. (em inglês)
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Holocausto"
Categorias de páginas: Holocausto | Nazismo | Segunda Guerra Mundial
Enviar um comentário
<< Home