segunda-feira, janeiro 24, 2005

VISÃO INDO-EUROPEIA OU AFÃ DE ENTENDER



Recomendo vivamente a leitura desta obra, que é um marco, em Portugal, dos estudos étnicos. Carlos Eduardo Soveral usa um variado e desusado vocabulário, o que merece louvor na medida em que relembra a riqueza da língua e, com tal mestria de escrita, expõe um vasto conhecimento da cultura indo-europeia, conhecimento esse que inclui o estudo profundo da obra de Georges Dumézil, o grande filólogo, historiador e antropólogo indo-europeísta, de cuja obra, note-se, não existe uma só tradução em Portugal, apesar de se tratar de um autor incontornável da cultura europeia, enfim, Georges Dumézil foi identificado com a extrema-direita e está tudo dito, num país onde o «lobby» de Esquerda domina a cultura.

Carlos Eduardo Soveral merece especial reconhecimento por tomar a iniciativa de aplicar a cosmovisão indo-europeia à cultura portuguesa, lançando assim uma luz de inédito fulgor sobre a verdadeira identidade nacional.

Hugin, bom nome de editora: o nome do corvo de Odin que significa «Pensamento».

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Caturo, o seu problema é sempre contar só parte da estória, indo-europeus também são os berberes que vocês tanto odeiam, ou porque não falar dos descendentes de parte da população turca que tem como origem a tribo célta dos Galátas.
Penso que deveremos ter como referência o cristianismo, mesmo esse em Portugal bastante mestiço pela influência da nossa diáspora.
Quanto à genética, vai ficar surprendido com os estudos feitos nesta area pela Universidade de Coimbra, que indica (pasme-se) que a maioria da população a sul do Mondego tem uma grande afinidade com a população do Magrebe, pelos vistos quando nós no norte vos chamamos mouros até temos uma certa razão, ehehe!

Miguel

24 de janeiro de 2005 às 13:00:00 WET  
Blogger Caturo said...

Miguel, não se engane. Os Berberes não são indo-europeus (e não os odeio). Os Berberes são no entanto de raça branca. Quanto às investigações genéticas da Universidade de Coimbra, apontaram para um carácter inteiramente europeu de toda a população portuguesa, do Minho ao Algarve. Mas mesmo que haja algo em comum entre parte do povo e o norte de África, isso não é nada do outro mundo, nem prova que sejamos menos europeus do que os outros Europeus, pois que também as populações célticas de Gales, da Escócia e da Irlanda têm muito a ver, geneticamente, e linguisticamente até (o começo das frases com o verbo é comum ao Irlandês e ao Egípcio, por exemplo) com o norte de África.

A respeito do Cristianismo, não é algo de essencial na Europa nem é, como alguns querem, o único laço entre os Europeus. Ou então também os egípcios coptas e os palestinos cristãos eram europeus...

24 de janeiro de 2005 às 14:42:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Carissimo, confesso a minha total ignorância no tema, contudo estive num jantar este fim de semana com uma pessoa que fez parte da equipa de investigação, durante o jantar trocamos algumas palávras sobre o assunto. Segundo ela me informou, ouve troca de informações entre Universidades da Europa e do norte de Africa. Com os dados disponiveis, concluiram que existe um parentesco genético entre os habitantes do sul de Portugal e os norte africanos. Outro dado surpreendente foi o obtido pela Universidade de Compostela que revelou a proximidade genética entre os habitantes do Noroeste peninsular (entre os quais os portuguêses do norte) com Irlandêses, os tais que são «muito céltas» mas que pelos vistos genéticamente nada têm a ver com as regiões de origem celta do centro da Europa.
Estes dados vão ser brevemente compilados e divulgados, sendo de uma extrema útilidade para a medicina, a antropologia e a história.

24 de janeiro de 2005 às 15:40:00 WET  

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