domingo, janeiro 23, 2005

UM POLÍTICO COM CORAGEM

O líder da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, voltou a sacudir o panorama político gaulês com a ousadia da palavra. Em entrevista ao semanário “Rivarol”, o presidente da Frente Nacional qualificou a Gestapo (polícia política do regime nazi) como protectora da população francesa durante a ocupação alemã.
O “Rivarol” é um jornal conotado com tendências de extrema-direita e já por diversas vezes tem divulgado notícias em abono de um maior papel da Frente Nacional na sociedade francesa. Em entrevista publicada no passado dia 7, o “Rivarol” deu a palavra a Le Pen e este não se fez rogado.
O líder a extrema-direita francesa, para quem as câmaras de gás nazis não passam de um “pormenor” da História, declarou que a ocupação alemã da França, durante a II Guerra Mundial, incluiu apenas alguns “erros” e chegou mesmo a elogiar a Gestapo como uma polícia protectora da população francesa. Le Pen ilustrou o seu argumento com a estória de um jovem tenente alemão que queria matar todos os habitantes de uma pequena aldeia em retaliação por um atentado da resistência que havia provocado a morte de soldados alemães. “A Gestapo de Lille chegou rapidamente ao local e impediu o massace”, sublinhou Le Pen.
Estas declarações levaram o ministro francês da Justiça, Dominique Perben, a abrir um inquérito junto da Procuradoria Pública. O ministro anunciou ontem a abertura desse inquérito considerando que as palavras de Le Pen sobre a ocupação nazi são “inadmissíveis”. O advogado do presidente da Frente Nacional, Wallerand de Saint-Just, comentou ontem que Le Pen mais não fez que “utilizar a sua liberdade de expressão sem cometer qualquer crime”.
Pode escandalizar o facto de Le Pen minimizar os métodos nazis, deixando de fora do seu discurso massacres devidamente documentados e que deixaram cicatrizes no tecido social francês. Mas, facto é que Le Pen é o líder da angústia eleitoral em França, uma angústia própria dos nossos tempos e que reflecte o desânimo e afastamento dos eleitores em relação aos políticos tradicionais. Prova disso é o sustentável aumento da representação eleitoral da extrema-direita um pouco por toda a Europa.
Le Pen, fundador da Frente Nacional em 1972, é irredutível na sua linha política. Já teve problemas no Parlamento Europeu e mesmo com a Justiça francesa. Ma não se cala. Não desiste. E os números provam que tem crescido. A Frente Nacional detém quatro câmaras municipais e tem já uma fatia eleitoral fiel que oscila entre os 15 e os 20 por cento. Nas presidenciais de 2002, Le Pen recebeu quase cinco milhões de votos e obrigou Jacques Chirac a uma segunda volta, na qual foi esmagado (18% contra 82%) mas porque todos os outros partidos políticos se uniram contra ele.


Fonte


A propósito da fonte da notícia, faço lembrar uma coisa gira... o Correio da Manhã online tem um espaço para os comentários dos leitores, coisa que a «democratíssima» TSF online deixou de ter... talvez porque a TSF não gostasse que o seu público percebesse que existem muitos nacionalistas neste país, que colocavam mensagens «racistas» perante os olhos de toda a gente... e logo havia de ser a TSF a ter tanto medinho da livre expressão popular, logo a TSF!, que tem um forum na sua rádio, de manhã, todos os cinco dias da semana de trabalho, e outro à tarde - só para mulheres - nos mesmos dias... claro que, nesses foruns, limitam a liberdade de expressão de um modo mais subtil... numa altura em que recebiam mensagens por e-mail, os jornalistas sabiam eliminar as partes menos ideológicamente convenientes. Certa vez, por exemplo, enviei um e-mail falando da OTAN, no qual expressava a necessidade de a Europa se ver livre da tutela americana, tutela essa que se manifesta especialmente nociva na medida em que leva os Europeus a aceitar a Turquia no seu seio. Ora, o «jornalista» que expôs a minha mensagem na rádio esqueceu-se da parte relativa à Turquia, e, falando só do que eu disse a respeito da influência yanke, passou aos ouvintes a impressão de que quem escrevera o e-mail era mais um esquerdista anti-americano...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas ele também criticou, ao mesmo tempo, a Ocupação Alemã: ao defender a Gestapo enquanto impedidora de massacres estava a criticar a violência excessiva da Wehrmacht propriamente dita! Qualquer idiota que saiba interpretar uma frase percebe isto!... E factos são factos - nada têm de inadmissíveis - senão, vão-se queixar aos Agentes da Gestapo que não deviam ter impedido o massacre, que era para hoje poderem dizer mal do Nazismo à vontade!...

Quanto à censura, uma coisa é censurar coisas susceptíveis de causar danps graves, e outra é chegar ao ponto de censurar por motivos de orientação política, para impôr uma dada via. Mas acontece sempre isto com os vencedores: quer se proclamem pela Liberdade quer não, o que eles querem é fazer valer tudo aquilo que defendem, desde dissolver as Famílias de sangue até obrigar a ter relações homossexuais, e farão tudo para fazerem o que querem, uns disfarçados de Democracia, e outros não. A Democracia só pode ser fruto da Boa Vontade, e esta, bem vista a História do Mundo, é relativamente rara, especialmente sem ser a nível individual...


Imperador

24 de janeiro de 2005 às 16:19:00 WET  

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