sábado, julho 31, 2004

E SE AS RAÇAS FOSSEM, NA REALIDADE, ESPÉCIES DIFERENTES...

Hoje, apresento aos leitores um texto argumentando em prol de uma teoria alternativa sobre a origem das diferentes «raças».

Uma vez que se vive na era da comunicação e da informação, todos devem ter igual direito a difundir as suas ideias, desde, claro está, que não pretendam por meio delas insultar seja quem for.

E a ideia que se segue é, no mínimo, interessante, mesmo que não sejam, pelo menos para já, apresentadas fontes científicas para avaliar a sua verosimilhança e credibilidade. É da autoria de um camarada que de boa vontade me permitiu publicá-la neste blog - e cuja autorização agradeço - visto estarmos ambos de acordo em como a ideia neste caso promovida deve ser divulgada e exposta ao juízo de cada um para que cada um avalie por si, livremente.

Ora cá vai:

Tenho razões para crer que a vida "humana" apareceu em diferentes partes do planeta "simultâneamente" (com uma margem de aproximação de algumas centenas de milhares de anos).
Acontece que, na minha opinião, note-se, tal como acontece com os pássaros, os animais humanos (nós) são constituídos por diferentes espécies e não raças.

Actualmente, e após alguns milhares de anos de reprodução cruzada entre as diferentes espécies pró-humanas, cruzamento esse que se acelerou nos últimos milhares de anos, temos que todas essas diferentes espécies se encontram próximas do desaparecimento.

Para explicar mais detalhadamente, ainda que de forma sucinta:
estas espécies proto-humanas apareceram na Australásia, apareceram em zonas próximas da Mongólia, apareceram na Eurásia em zonas próximas das montanhas do Cáucaso e apareceram também na África.

Ocorreram migrações desses proto-humanos da Australásia em direcção às américas (onde mais tarde encontraram a espécie eurasiática) e através da Polinésia para o extremo-oriente, onde mais tarde encontraram a espécie originária das regiões da Mongólia.

As migrações aconteceram também da espécie eurasiática em direcção a Oeste, para as américas, onde encontraram a espécie australasiática (note-se que o atlântico norte foi formado por gelo sólido durante milhares de anos, pelo que não era necessária a navegação para que animais proto-humanos ou outros fizessem a travessia!). Esta espécie eurasiática migrou também para Este, onde encontrou a espécie originária das regiões da Mongólia.

As migrações ocorreram também a partir de África. A espécie africana dirigiu-se para leste, encontrando, e cruzando-se, com as espécies originárias da australásia e da região mongol. Dirigiu-se também para Norte (como ainda fazem hoje em dia) encontrando a espécie eurasiática.

Aparentemente só em séculos mais recentes terá a espécie africana migrado para Oeste, em direcção às américas.
Tudo indica que a espécie africana era menos dada ao desenvolvimento tecnológico, ou era menos "curiosa", menos sedenta de conhecimento. Também é de considerar que tivesse sido menos afectada por cataclismos naturais, tantas vezes causa de migrações maciças.

Lamento que esta exposição seja feita de uma forma que possa parecer confusa, mas trata-se de uma exposição extremamente simplificada.
Aconselho uma leitura cuidadosa das descrições migratórias que faço, imaginando os percursos ou até mesmo consultando um mapa. Verificarão que todas estas migrações eram possíveis da forma descrita.

Lamento não mencionar períodos de tempo, períodos da pré-história ou da história da evolução, mas tais números são sujeitos a enormes variações e não creio que seja pertinente um tal detalhe num texto de opinião científica escrito num forum de internet.
Além disso, queria que este "post" fosse breve, o que me parece, não vai ser conseguido.

Como exemplo de algumas das investigações arqueológicas que me levam a apresentar esta teoria gostaria de referir a descoberta das ossadas do Mungo Man na Austrália. Terá aparentemente 68.000 anos. Aproximadamente a mesma idade do crâneo descoberto na Etiópia e que tem levado tantos arqueólogos a considerar que a vida se originou na África.
O caso Mungo Man deixa no ar várias questões sobre a origem dos humanos. Daí a minha teoria.

Gostaria então de deixar no ar mais estas questões:

quem sabe o que poderia ser encontrado nos gelos que há milhares de anos cercavam a groenlândia, ligando a Europa à América do Norte? Afinal, esse gelo derreteu no final da última idade do gelo levando para profundezas inatingíveis quaisquer eventuais vestígios de interesse arqueológico. E o mar encarregou-se de as desfazer.

Qual é a esperança de se encontrar vestígios de alguma espécie pré-humana (ou proto-humana) na Sibéria? Imaginem vestígios com um milhão e meio de anos... o solo de muitas regiões do planeta não preserva vestígios arqueológicos com a mesma facilidade com que tal aconteceu, por acaso, na Etiópia ou no deserto australiano.
Será isso razão suficiente para se dizer que a vida humana se originou sómente na Etiópia? Só é verdadeiro o que descobrimos? A suposição não tem valor? O que diria Sherlock Holmes...

Simplesmente acredito, e creio pelas consultas que faço de diversos estudos evolucionistas actuais, que há razões científicas para acreditar que existiram em tempos diversas espécies humanas, de que hoje restam apenas vestígios devido ao cruzamento entre espécies resultante das migrações maciças de individuos ao longo de centenas de milhares de anos.

O que vemos hoje são os restos dessas espécies.

E temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preservar essa riqueza.

Preservando a nossa espécie.

Trata-se de muito mais do que uma raça!



6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O conceito de espécie implica que os descendentes de um cruzamento entre dois individuos da mesma espécie sejam férteis, se duas das suas "espécies" se cruzaram e deixaram descendência entao nao sao espécies mas sim raças ou sub espécies. Se substituir no seu texto a palavra espécie por raça encontro-o totalmente correcto apesar de nada inovador. E sendo o moderador deste blog um amante da natureza e dos animais, parece-me inconcebível que publique um texto de alguem que considera uma espécie animal mais importante que outra, segundo o autor deveriamos eliminar todos os animais que possam atacar o homem.

31 de julho de 2004 às 18:49:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Anónimo, é natural que se considere uma espécie como mais agradável do que outra. Eu, por exemplo, gosto mais de gatos do que de elefantes. Isso não implica que seja obrigatório exterminar os elefantes todos, pelo que a sua conclusão final é abusiva.

31 de julho de 2004 às 18:57:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Continuando, caro leitor, eu deixei claro, na mensagem, que se trata de difundir uma ideia, que pode ou não ser verdadeira, a bem da liberdade de expressão e de informação.

Caturo

31 de julho de 2004 às 19:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Gosto mais da teoria de H.P.B.!

Legionário

1 de agosto de 2004 às 01:31:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Estas são algumas das espécies humanas, proto-humanas ou hominídicas:
Sahelanthropus tchadensis
Orrorin tugenensis
Ardipithecus ramidus
Australopithecus anamensis
Australopithecus afarensis
Kenyanthropus platyops
Australopithecus africanus
Australopithecus garhi
Australopithecus aethiopicus
Australopithecus robustus
Australopithecus boisei
Homo habilis
Homo georgicus
Homo erectus
Homo ergaster
Homo antecessor
Homo heidelbergensis
Homo sapiens neanderthalensis
Homo sapiens sapiens

Entretanto, um estudo publicado em 2002, e divulgado na revista Nature (por entre outros meios) apresenta provas de teor genético do cruzamento entre os humanos modernos (Homo Sapiens) e os humanos arcaicos (Homo Erectus e Neandertais) que tinham migrado de África.
Trata-se da prova genética do cruzamento de duas espécies diferentes que deram origem às formas mais recentes de humanos.
Crê-se que a migração de proto-humanos com origem na África tenha ocorrido há cerca de 1.700.000 anos (um milhão e setecentos mil anos) e isto apoiado em estudos e investigações diversas baseados em dados recolhidos por arqueólogos.
Remeto-vos novamente para o meu texto onde refiro a dificuldade em se proceder a escavações arqueológicas noutras regiões do planeta, e comparativamente, a facilidade com que se recolhem traços humanos em África. Essencialmente questões de solos e clima.

A não existência de vestígios não significa necessáriamente a não ocorrência dos acontecimentos.

As discussões científicas sobre a evolução dos humanos divergem em vários pontos, essencialmente:
> Os seres humanos apareceram sómente em África e daí se propagaram para diversos pontos do planeta.
> Os seres humanos apareceram em diversos pontos do planeta (e nesse caso seriam necessáriamente várias espécies uma vez que para serem de várias raças e não de várias espécies, teriam necessáriamente de apresentar um tronco comum).
> As formas modernas de humanos substituiram completamente as formas arcaicas ou, por outro lado, deu-se uma assimilação de características devida ao cruzamento entre as espécies?

São conhecidos actualmente 11 diferentes haplotipos que podem indiciar outras tantas espécies humanas.
Estas são algumas das dúvidas em discussão actualmente.
Eu defendo o ponto de vista que resumi no "post" acima.

As duas teorias mais divulgadas (mas não as únicas) defendem ou a multi-regionalidade ou a origem-africana.
O Homo-Sapiens foi encontrado na África e no Médio-Oriente. O Homo-Erectus (Java-Man e Homem-de-Pequim) ocupava o sudeste asiático e a China. Os Neandertais viviam na Europa.
Isto há cerca de 100.000 (cem mil) anos. Há cerca de 25.000 anos, aparentemente só se encontravam na terra os Homo-Sapiens.

Isto é o que se aprende na escola, há anos, e não está necessáriamente correcto. O esqueleto do jovem encontrado em Portugal há poucos anos parece ser de um misto entre Homo-Erectus e Sapiens e será de uma época em que, segundo as teorias prevalecentes até agora, só existiria Homo-Sapiens.
Mais uma vez se levanta a possibilidade de os estudiosos terem sido induzidos em erro pelas diferentes condições de preservação dos vestígios em diferentes climas e terrenos.

Para mais dados sobre este e outros pontos de vista, consultar:
> Rebecca Cann, Geneticista, Universidade do Hawai.
> Alan Templeton, Geneticista, Washington University em St. Louis.
> Alison S. Brooks, Paleoantropólogo, Universidade George Washington.

Os nomes indicados acima não defendem necessáriamente a teoria multiregional mas são investigadores cientes da existência, não só dos referidos 11 haplotipos, mas também das provas arqueológicas da existência de diversas espécies de hominídeos em todo o planeta.

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Ainda sobre a listagem de espécies humanas indicada no texto acima gostaria de chamar a vossa tenção para uma delas:
Homo heidelbergensis

Descoberto em 1907 nas dunas de Mauer, na Alemanha, apresenta-se como um sério ponto de discórdia entre os estudiosos do assunto.

Diria mesmo que os estudiosos que pretendem ser bem vistos aos olhos de judeus e "africanistas" desvalorizam completamente o Homo heidelbergensis por motivos que pretendem ocultar de forma escabrosa.

Descoberto no norte da Europa, apresenta, segundo os testes mais recentes e mais precisos de sempre a profética idade de aproximadamente 500.000 anos o que veio validar a teoria do Paleoantropólogo Otto Schoetensack de que humanos viveriam no período Pleistoceno e que seria possível virmos a descobrir os seus vestígios na Europa, além dos já habituais vestígios de rinocerontes, elefantes, ursos, bisontes, etc.

A característica que mais incomoda os bem-falantes antropólogos que controlam os media científicos é o facto de a caixa craneana do Homo heidelbergensis ter uma capacidade para 1200 centímetros cúbicos de cérebro e não os 900 cc dos seus contemporâneos africanos.

Existem vários espécimes: verificar os vestígios Bodo e Steinheim.

Biblio:
Schoetensack, O. 1908. Der Unterkiefer des Homo heidelbergensis aus den Sanden von Mauer bei Heidelberg. Leipzig: Wilhelm Engelmann.

Adam, K.D. 1985. "The chronological and systematic position of the Steinheim skull." In Ancestors: The Hard Evidence, ed. by E. Delson, pp. 272-276. New York: Alan R. Liss

3 de agosto de 2004 às 00:01:00 WEST  
Blogger Unknown said...

Agradeço imenso a explicação parcimoniosa dos bloggers Gladius e Caturo, sobre um assunto que tanta polémica emana.
Acredito por ser o mais sensato,no cruzamento das espécies antecedentes há espécie humana,o que já foi comprovado científicamente e por variadas vezes.
Queria acrescentar,que raça é um conceito inteiramente histórico-religioso,na tentativa de obtenção de poder.Quanto ao comentário do blogger Caturo,peço-lhe permissão para acrescentar mais uma espécie,o Homo florensiesis.
É com imensa tristeza,que deparo dia após dia,com o incorfomismo,de extremistas e alguns radicais,que sem o saberem são totalmente manipulados pela chamada consciência colectiva,que nesta situação lhes é transmitida de forma interactiva e genética.
Fico com uma enorme satisfação e agradecido por constatar que há conhecedores e alguns interassados,sobre um assunto que pode modificar,todo o conceito histórico sobre a espécie humana.

1 de maio de 2009 às 20:24:00 WEST  

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