PRIMEIRO DE MAIO
Diz a mitologia do Eire, a Verde Ilha à qual os invasores Ingleses acrescentaram o seu germânico termo «land» - daí, Ireland - que, num Primeiro de Maio, veio, do norte ocidental, a raça dos Tuatha de Dannan, que constitui precisamente a estirpe dos Deuses propriamente ditos, estando para a Irlanda como os Deuses do Olimpo estão para a Grécia.
http://www.irishclans.com/articles/tuathadedannan.html
O Primeiro de Maio, que na Gália seria «Giamonios» e na tradição irlandesa se chama Beltaine - o Fogo de Bel, sendo Bel eventualmente uma Deidade luminosa e ígnea, equivalente ao gaulês Bellenos, Deus solar - é portanto a data sagrada que marca a chegada das forças da vida e da luz.
Em Roma, outra das raizes essenciais da nossa identidade, o princípio de Maio é celebrado em honra da Boa Deusa, ou Bona Dea, Deusa da Fertilidade e da Terra, bem como de Flora, Deusa, como o próprio nome indica, das Flores.
Tanto num lado como noutro, celebra-se a vinda da luz e da vida, talvez da alegria, que é talvez sentida como uma libertação - no caso irlandês, os Tuatha de Dannan combateram os Fomoros, criaturas aberrantes que dominavam a Irlanda, Ilha Esmeralda à qual os Romanos chamaram Iérne e, os Gregos, Hibernia.
Haverá alguma ligação entre esse sentimento e o da emoção ligada ao Dia do Trabalhador?
Vejamos.
Não surgiu esta data do calendário democrático num contexto de luta pelos direitos do Homem? De certo modo, sim; e houve já quem falasse, a propósito disto, na Primavera dos Povos, ou então sou eu que estou a inventar, mas acho que não é a mente a pregar-me partidas.
De um modo ou de outra, qualquer destas celebrações é genuinamente ocidental: as de carácter religioso acima referidas, são etnicamente ocidentais e isso basta; a última, é ocidental no seu espírito prometeico de libertação do homem contra poderes opressores, na insubmissão do indivíduo perante as fatalidades das hierarquias sócio-económicas, atitude tão tipicamente ocidental e que diferencia a Europa do resto do mundo - já Tácito mostrava admiração pelos Germanos, puros ocidentais, quando gabava o seu amor pela liberdade e pela independência, assumidas a título individual: em «A Germânia», Tácito faz questão de comparar este amor germânico pela liberdade, com a submissão dócil em que vivem os orientais das grandes civilizações, muito requintadas, mas nas quais os senhores oprimem os seus súbditos. Salienta o autor romano, Tácito, que não é pelo facto de serem mais organizados e disciplinados que os orientais dão mais que fazer às legiões romanas, antes pelo contrário pois que, ainda de acordo com o autor, o medo que a ferocidade dos homens livres nórdicos infunde aos civilizados romanos tornou-se assaz conhecido... Aqui, Tácito diz o mesmo que já César - em «De Bello Gallico» - tinha afirmado sobre os Germanos: na sua independência e capacidade de viver como lhes apetece reside o seu carácter indómito, que tanto pavor causou aos soldados romanos - os quais, note-se, acabaram por triunfar quase sempre, graças precisamente à sua superior organização.
Contradigo-me, nesta última frase?
Não. No que à disciplina e à liberdade diz respeito, o meio-termo é o ideal - já Platão dizia que o sentido de medida era a melhor coisa do mundo... - e os povos ocidentais conseguem-no desde há milhares de anos. Os Romanos, conquanto estritamente rigorosos e organizados - contrastando, estranhamente, com os seus actuais descendentes latinos... - sempre amaram a liberdade e o motivo do respeito e da admiração de César e de Tácito pelos Germanos diz mais a respeito deles próprios, César e Tácito, do que a respeito dos Germanos.
Não muito longe dali, noutro ponto do Ocidente, já Heródoto tinha dito que os Gregos eram superiores porque... eram racionais e livres... a leste e a sul, os bárbaros orientais, eram igualmente capazes de gerar cultura e viviam bem organizados, mas eram «fracos, não amavam a liberdade» e por isso viviam «justamente subjugados»(sic); a norte e a ocidente, os bárbaros ocidentais viviam na maior confusão, não se entendiam entre si, mas eram livres e valorosos... portanto, o que havia de comum entre Gregos e bárbaros ocidentais - Celtas, Germânicos, Ilírios, Trácios - era o que hoje constitui um dos elos de ligação espiritual entre os Europeus: a Liberdade.
É por isso que o Dia do Trabalhador só podia ter surgido na Europa.
http://www.irishclans.com/articles/tuathadedannan.html
O Primeiro de Maio, que na Gália seria «Giamonios» e na tradição irlandesa se chama Beltaine - o Fogo de Bel, sendo Bel eventualmente uma Deidade luminosa e ígnea, equivalente ao gaulês Bellenos, Deus solar - é portanto a data sagrada que marca a chegada das forças da vida e da luz.
Em Roma, outra das raizes essenciais da nossa identidade, o princípio de Maio é celebrado em honra da Boa Deusa, ou Bona Dea, Deusa da Fertilidade e da Terra, bem como de Flora, Deusa, como o próprio nome indica, das Flores.
Tanto num lado como noutro, celebra-se a vinda da luz e da vida, talvez da alegria, que é talvez sentida como uma libertação - no caso irlandês, os Tuatha de Dannan combateram os Fomoros, criaturas aberrantes que dominavam a Irlanda, Ilha Esmeralda à qual os Romanos chamaram Iérne e, os Gregos, Hibernia.
Haverá alguma ligação entre esse sentimento e o da emoção ligada ao Dia do Trabalhador?
Vejamos.
Não surgiu esta data do calendário democrático num contexto de luta pelos direitos do Homem? De certo modo, sim; e houve já quem falasse, a propósito disto, na Primavera dos Povos, ou então sou eu que estou a inventar, mas acho que não é a mente a pregar-me partidas.
De um modo ou de outra, qualquer destas celebrações é genuinamente ocidental: as de carácter religioso acima referidas, são etnicamente ocidentais e isso basta; a última, é ocidental no seu espírito prometeico de libertação do homem contra poderes opressores, na insubmissão do indivíduo perante as fatalidades das hierarquias sócio-económicas, atitude tão tipicamente ocidental e que diferencia a Europa do resto do mundo - já Tácito mostrava admiração pelos Germanos, puros ocidentais, quando gabava o seu amor pela liberdade e pela independência, assumidas a título individual: em «A Germânia», Tácito faz questão de comparar este amor germânico pela liberdade, com a submissão dócil em que vivem os orientais das grandes civilizações, muito requintadas, mas nas quais os senhores oprimem os seus súbditos. Salienta o autor romano, Tácito, que não é pelo facto de serem mais organizados e disciplinados que os orientais dão mais que fazer às legiões romanas, antes pelo contrário pois que, ainda de acordo com o autor, o medo que a ferocidade dos homens livres nórdicos infunde aos civilizados romanos tornou-se assaz conhecido... Aqui, Tácito diz o mesmo que já César - em «De Bello Gallico» - tinha afirmado sobre os Germanos: na sua independência e capacidade de viver como lhes apetece reside o seu carácter indómito, que tanto pavor causou aos soldados romanos - os quais, note-se, acabaram por triunfar quase sempre, graças precisamente à sua superior organização.
Contradigo-me, nesta última frase?
Não. No que à disciplina e à liberdade diz respeito, o meio-termo é o ideal - já Platão dizia que o sentido de medida era a melhor coisa do mundo... - e os povos ocidentais conseguem-no desde há milhares de anos. Os Romanos, conquanto estritamente rigorosos e organizados - contrastando, estranhamente, com os seus actuais descendentes latinos... - sempre amaram a liberdade e o motivo do respeito e da admiração de César e de Tácito pelos Germanos diz mais a respeito deles próprios, César e Tácito, do que a respeito dos Germanos.
Não muito longe dali, noutro ponto do Ocidente, já Heródoto tinha dito que os Gregos eram superiores porque... eram racionais e livres... a leste e a sul, os bárbaros orientais, eram igualmente capazes de gerar cultura e viviam bem organizados, mas eram «fracos, não amavam a liberdade» e por isso viviam «justamente subjugados»(sic); a norte e a ocidente, os bárbaros ocidentais viviam na maior confusão, não se entendiam entre si, mas eram livres e valorosos... portanto, o que havia de comum entre Gregos e bárbaros ocidentais - Celtas, Germânicos, Ilírios, Trácios - era o que hoje constitui um dos elos de ligação espiritual entre os Europeus: a Liberdade.
É por isso que o Dia do Trabalhador só podia ter surgido na Europa.
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