O QUE FOI O SALAZARISMO
É sempre de lembrar um trecho de discurso salazarista que o camarada Harms do blogue A Cidade do Sossego oportunamente divulgou e que passo a citar:
«O multirracialismo, que hoje começa a ser citado e admitido pelos que praticamente o não aceitaram nunca, pode dizer-se uma criação portuguesa. Ele deriva, por um lado, do nosso carácter e, por outro, dos princípios morais de que éramos portadores. Se não fora a clamorosa exemplificação que dessas sociedades mistas - luso-tropicais - pode hoje ser apresentada, talvez mesmo nos negassem que para a sua existência histórica tivéssemos concorrido. O racismo negro que as novas independências africanas defendem e afirmam pretender implantar naquele continente é neste ponto a negação das nossas concepções, mas as novas independências não poderão manter-se senão aderindo a elas. Já começa a ver-se que a única probabilidade de êxito dos novos estados está em consagrar os mesmos princípios de não discriminação ou de igualdade racial que nós proclamámos e praticámos sempre. A grande dificuldade está em que uma sociedade multirracial não é uma construção jurídica ou regime convencional de minorias, mas, acima de tudo, uma forma de vida e um estado de alma que só podem equilibrada e pacificamente manter-se apoiados numa longa tradição. Deste modo, não somos nós que temos de desviar-nos do caminho; são os outros que, em seu próprio interesse, deverão tomá-lo.»
António Salazar, Declaração Sobre Política Ultramarina, 1963.
Isto é o princípio do anti-racismo oficialmente declarado - a raiz da própria bastardia a tomar foros de doutrina oficial. É o caminho mais directo e frontal para a total aniquilação das identidades étnicas - e, aplicado à Europa, significa a sua aniquilação do seu rosto racial, étnico, estético.
Esta corrente de pensamento é evidentemente tão inimiga do Nacionalismo como a extrema-esquerda, mas substancialmente mais perigosa - mais perigosa porque é demasiadas vezes tomada por nacionalista, sobretudo por quem não está ideologicamente prevenido e crê, ingenuamente, que dizem louvar a Nação têm a mesma noção de Nação e falam da mesma coisa.
Mas não. Dito com muita franqueza e simplicidade, o quadro é nítido: dum lado, as forças nacionalistas autênticas, isto é, racialistas/etnicistas - do outro, todos os outros, incluindo a «Direita» conservadora, especialmente a mais católica, ou seja, a mais doutrinalmente universalista.
De resto, também houve em Portugal quem, sem deixando de ser português, se opusesse à mistura racial, como foi disso exemplo o brilhante mas ignoto J. Andrade Saraiva, do qual já se publicaram vários textos neste blogue. Sintomaticamente, este autor era igualmente adverso à doutrina cristã, isto em 1932.
«O multirracialismo, que hoje começa a ser citado e admitido pelos que praticamente o não aceitaram nunca, pode dizer-se uma criação portuguesa. Ele deriva, por um lado, do nosso carácter e, por outro, dos princípios morais de que éramos portadores. Se não fora a clamorosa exemplificação que dessas sociedades mistas - luso-tropicais - pode hoje ser apresentada, talvez mesmo nos negassem que para a sua existência histórica tivéssemos concorrido. O racismo negro que as novas independências africanas defendem e afirmam pretender implantar naquele continente é neste ponto a negação das nossas concepções, mas as novas independências não poderão manter-se senão aderindo a elas. Já começa a ver-se que a única probabilidade de êxito dos novos estados está em consagrar os mesmos princípios de não discriminação ou de igualdade racial que nós proclamámos e praticámos sempre. A grande dificuldade está em que uma sociedade multirracial não é uma construção jurídica ou regime convencional de minorias, mas, acima de tudo, uma forma de vida e um estado de alma que só podem equilibrada e pacificamente manter-se apoiados numa longa tradição. Deste modo, não somos nós que temos de desviar-nos do caminho; são os outros que, em seu próprio interesse, deverão tomá-lo.»
António Salazar, Declaração Sobre Política Ultramarina, 1963.
Isto é o princípio do anti-racismo oficialmente declarado - a raiz da própria bastardia a tomar foros de doutrina oficial. É o caminho mais directo e frontal para a total aniquilação das identidades étnicas - e, aplicado à Europa, significa a sua aniquilação do seu rosto racial, étnico, estético.
Esta corrente de pensamento é evidentemente tão inimiga do Nacionalismo como a extrema-esquerda, mas substancialmente mais perigosa - mais perigosa porque é demasiadas vezes tomada por nacionalista, sobretudo por quem não está ideologicamente prevenido e crê, ingenuamente, que dizem louvar a Nação têm a mesma noção de Nação e falam da mesma coisa.
Mas não. Dito com muita franqueza e simplicidade, o quadro é nítido: dum lado, as forças nacionalistas autênticas, isto é, racialistas/etnicistas - do outro, todos os outros, incluindo a «Direita» conservadora, especialmente a mais católica, ou seja, a mais doutrinalmente universalista.
De resto, também houve em Portugal quem, sem deixando de ser português, se opusesse à mistura racial, como foi disso exemplo o brilhante mas ignoto J. Andrade Saraiva, do qual já se publicaram vários textos neste blogue. Sintomaticamente, este autor era igualmente adverso à doutrina cristã, isto em 1932.
Aliás, a tara do anti-racismo doutrinal é coisa das elites, isto é, da malta mais influenciada pelo polo ideologicamente director da sociedade, o da Igreja. Porque, no seio da população, do Povo mais profundo, o sentimento seria outro.
O Estado Novo diz pois respeito a um passado que quanto mais enterrado estiver melhor.
Etiquetas: Multirracialismo, Salazar