terça-feira, outubro 21, 2025

ESPANHA - VOX DECLARA QUERER REVERTER A ISLAMIZAÇÃO DO PAÍS...

O partido nacionalista espanhol Vox prometeu reverter o que chama de "islamização" do país depois de novos dados do governo revelarem que o número de mesquitas quase dobrou em pouco mais de uma década.

De acordo com dados publicados pelo Observatório do Pluralismo Religioso, uma agência do Ministério da Presidência, a Espanha tem agora 1945 locais de culto muçulmano — um aumento de 95% no número de mesquitas desde 2011. Estão espalhadas por 1045 municípios, o que, segundo o The Objective, é uma indicação de que as mesquitas já não estão confinadas às grandes cidades, mas também se estabeleceram em pequenas cidades e áreas rurais, à medida que o Islamismo se torna mais proeminente na sociedade espanhola. Quase 60% de todas as mesquitas estão localizadas em quatro comunidades autónomas: Catalunha, Andaluzia, Comunidade Valenciana e Madrid. A Catalunha lidera a lista com 371 mesquitas, seguida pela Andaluzia com 322, Valência com 243 e Madrid com 143. Na Andaluzia, a distribuição é mais equilibrada, estando Almería a liderar com 81 locais de culto muçulmano. No extremo oposto da escala, a Cantábria tem apenas seis mesquitas, o menor número de todas as regiões.

Alguns, é claro, são marcos arquitectónicos remanescentes de califados históricos e do domínio muçulmano na Península Ibérica. A maioria, porém, não o é e atende à crescente população muçulmana residente no país.

O relatório observa que o aumento não se deve apenas à nova imigração, mas também à consolidação de comunidades muçulmanas há muito estabelecidas, muitos dos quais são agora cidadãos espanhóis. O Observatório atribui isto tanto à mudança demográfica quanto à expansão das estruturas organizacionais e culturais dentro dessas comunidades.
O secretário-geral do Vox, Ignacio Garriga, acusou tanto os partidos tradicionais quanto os separatistas regionais de promoverem políticas que, segundo ele, "levaram à islamização de Espanha". Em publicação nas redes sociais, Garriga escreveu: "A política migratória suicida do sistema bipartidário e do separatismo levou à islamização de Espanha e transformou a Catalunha na Meca do jihadismo europeu. Vamos reverter isso para garantir a nossa segurança e assegurar a continuidade histórica da nossa Nação."

A declaração de Garriga reflete uma narrativa mais ampla do Vox, que vincula o aumento da imigração à insegurança e ao declínio cultural. O partido tem repetidamente defendido controles de fronteira mais rigorosos, o fechamento de "mesquitas radicais" e a priorização da identidade cultural espanhola.

Os números surgem num momento em que a Espanha continua a ver números sem precedentes de imigrantes ilegais a chegar do outro lado do Mediterrâneo, muitos dos quais chegam ao arquipélago das Ilhas Canárias para depois serem transferidos para o continente espanhol.

Enquanto isso, igrejas continuam a ser alvos, não apenas em Espanha, mas em toda a Europa Ocidental. Em Agosto, um marroquino de 21 anos foi preso após invadir e incendiar a histórica Igreja de Santiago Apóstol, em El Pozuelo, Granada. No mesmo mês, uma igreja em Mainz, na Alemanha, foi vandalizada, e clérigos franceses relataram um aumento nos ataques e roubos nos seus locais de culto. Em Maio, um grupo de jovens invadiu a igreja de Montfavet, em Avignon, gritando "Allahu Akbar" e ameaçando incendiar a igreja — um acto de intimidação que forçou a polícia a guardar o prédio durante a missa de domingo de manhã.

"Eles não me insultaram directamente, mas gritaram coisas como: 'Jesus, estamos-te a f..er'", disse o padre Laurent Milan aos média locais. "Eles gritavam 'Allahu Akbar' e disseram-nos várias vezes: 'Vamos voltar e queimar a sua igreja'."

Não está claro como procuraria o Vox reverter a tendência. Outros partidos nacionalistas, incluindo o Partido para a Liberdade (PVV) de Geert Wilders, na Holanda, já fizeram campanha pela proibição de mesquitas, mas acabaram por abandonar propostas consideradas desagradáveis ​​por possíveis parceiros de coligação.

Em 2023, o líder dos Democratas Suecos, Jimmie Åkesson, pediu que as autoridades suecas tivessem o poder de requisitar e demolir mesquitas que comprovadamente fossem usadas para promover mensagens incompatíveis com os valores ocidentais, e disse que a Suécia deveria impor uma proibição à construção de novas mesquitas: “Não é um direito vir ao nosso país e construir monumentos para uma ideologia estrangeira e imperialista”, disse Åkesson aos membros do seu partido. “A longo prazo, precisamos de começar a confiscar e demolir os edifícios das mesquitas onde se espalha propaganda anti-democrática, anti-sueca, homofóbica ou anti-semita ou desinformação geral sobre a sociedade sueca." Minaretes, cúpulas, crescentes ou outros atributos que sirvam como monumentos islâmicos na paisagem urbana devem ser completamente removidos”, acrescentou. Na Suécia, o número de mesquitas aumentou quase 4200% em apenas 25 anos.
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Fonte: 
https://rmx.news/article/vox-vows-to-reverse-islamization-of-spain-after-number-of-mosques-nearly-doubles-since-2011/


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Pois que a Esquerda é culpada, não restam grandes dúvidas... agora, os separatismos... O negro equatoriano Ignacio Garriga lá sabe o que quer dizer, de acordo com as directrizes do seu partido unionista, mas, vista daqui, a realidade é bem ao contrário - o patriotismo imperialista castelhano é que muito contribuiu para a actual situação iminvadida de Espanha, dado que a sua índole de essência anti-étnica enfraquece intrinsecamente o valor de salvaguardar fronteiras étnicas e promove a ideia de que o que mais interessa na definição de uma pátria é a «cultura» imposta pelo Estado vencedor, o que faz com que qualquer não europeu, como por exemplo este Garriga, possa declarar-se «espanhol» - ou «português», ou «russo», consoante os casos... - desde que fale a língua imposta como oficial pelo Estado e obedeça ao Estado em tudo (e, preferencialmente, que goste de tourada e missa católica). Não admira que o «generalíssimo» Franco tenha usado tropas norte-africanas para matar civis comunas em Espanha. O ideal fascista é imperialista; em consonância, sucede que, no Fascismo, é o Estado que cria a Nação, em oposição ao Nacionalismo, para o qual é a Nação que cria o Estado

A Nação é, na verdade, sangue e língua. Precede forçosamente o Estado. Esticá-la ou tentar formatá-la de acordo com caprichos e valores de uma elite imperial, só a pode deformar. Enquanto a Nação está viva, quer liberdade, por mais dormente que possa ser esta sua exigência, consoante as circunstâncias políticas do momento. Sucede, entretanto, que o Nacionalismo é como uma locomotiva - uma vez em andamento, ou se apanha o comboio ou se fica apeado, e a «Direita nacionalista» espanholista, castelhanista, tem o vício franquista e, por isso, não sabe na sua esmagadora maioria juntar-se aos verdadeiros nacionalismos de Espanha, que são forçosamente separatistas, o que significa que os franquistas e neo-franquistas entregaram e entregam de bandeja os Nacionalismos às Esquerdas. Mesmo assim, não pode olvidar-se que o maior líder separatista de Espanha, Puigdemont, não é de Esquerda mas sim de uma Direita conservadora...

Entretanto, a presença muçulmana em Espanha aumenta numericamente. Os muçulmanos, embora universalistas, são atreitos a cavalgar Nacionalismos, como se viu na Chechénia, na Inguchétia e noutras paragens. Não é nada impossível que, daqui a umas décadas, surja um projecto de «república islâmica da Catalunha» ou coisa parecida, e a culpa moral disso vai ser dos franquistas e quejandos.