ALEMANHA - CHANCELER DIZ QUE É PRECISO LIMPAR A PAISAGEM URBANA ATRAVÉS DE «DEPORTAÇÕES EM LARGA ESCALA»
Grande parte dos média alemães está em polvorosa depois de o chanceler Friedrich Merz relacionar os problemas com a "paisagem urbana" da Alemanha e a imigração.
Em conferência de imprensa em Potsdam, Merz falou sobre a política migratória e a estratégia do seu partido contra o Alternativa para a Alemanha (AfD), afirmando que eles estão "muito avançados" no confronto com o AfD sobre o assunto.
Surgiu então o comentário de que a Esquerda o estava a atacar: “Mas é claro que ainda temos este problema no ambiente urbano e é por isso que o Ministro Federal do Interior está agora a possibilitar deportações em larga escala”, disse Merz.
A Esquerda pró-imigração aproveitou o comentário, chamando-lhe racista. O líder do Partido Verde, Felix Banaszak, considera Friedrich Merz "perigoso" e "indigno de ser chanceler". O eurodeputado do Partido Verde, Erik Marquardt, afirmou que "o chanceler deveria desculpar-se por este deslize racista". Acrescentou que "chamar a pessoas de cores de pele diferentes 'problema na paisagem urbana' é simplesmente racismo. O facto de tal declaração simplesmente escapar da sua boca deixa isso claro". A ex-vice-presidente do Bundestag, Katrin Göring-Eckardt, também do Partido Verde, escreveu apenas no X: "Paisagem urbana. Simplesmente não consigo acreditar". O político do Partido Verde, Andreas Audretsch, escreveu no X: "Friedrich Merz não entendeu nada". Em vídeo, afirmou: "Sr. Merz, o senhor ficou preso noutra época".
O partido Alternativa para a Alemanha (AfD), também rival ferrenho da CDU, aborda a questão de um ângulo totalmente oposto, culpando Merz por não resolver os problemas pelos quais o seu partido é em grande parte responsável. O político da AfD, Jörg Baumann, afirmou: "Será que Merz quis dizer 'este problema na paisagem urbana'?" Em publicação posterior, ele afirmou que não estava a escrever para apoiar Merz e que, na verdade, estava a trabalhar activamente para removê-lo do poder.
A declaração de Merz está a ser defendida por alguns membros do seu partido, bem como pelo veículo de notícias Welt, considerado próximo da CDU: “Quem considerar esta declaração do chanceler um exagero inadmissível deveria dar um passeio por Duisburg, onde a agência dos correios no conjunto habitacional White Giant suspendeu temporariamente a entrega de encomendas – por motivos de segurança. Como as autoridades fazem muito pouco para combater o crime e a violência entre diferentes grupos étnicos, alguns moradores decidiram armar-se. O líder do Partido Verde, Banaszak, que é natural de Duisburg, aparentemente tem o dom de fechar os olhos a estes acontecimentos indesejáveis”, escreveu o colunista do Welt, Jan Philipp Burgard. Prosseguiu, escrevendo que “a ordem pública não está tão deteriorada em todos os lugares como em Duisburg, mas em toda a Alemanha as pessoas estão a discutir a mudança da imagem da sua cidade à mesa de jantar, em reuniões ou em encontros com amigos. Alguns homens experientes evitam voltar a pé do bar para casa. Algumas mulheres já não correm no parque. De acordo com o instituto de pesquisa de opinião Ipsos, as preocupações com a imigração estarão no topo do 'barómetro da preocupação' pela décima segunda vez consecutiva em Setembro de 2025”. A pesquisa do Ipsos não só mostra que a imigração é a principal preocupação da Alemanha, como também que uma grande maioria dos Alemães considera o Islão uma ameaça à segurança. Noutra pesquisa, uma forte maioria afirmou que há imigrantes do Médio Oriente em excesso na Alemanha. Nessa mesma pesquisa, quase metade dos entrevistados concordou com a afirmação: “Acredito que os Europeus estão a ser gradualmente substituídos por imigrantes de África e do Médio Oriente”.
Já em 2023, 64% dos entrevistados disseram que desejam que o país receba menos imigrantes. A mesma pesquisa mostrou que o mesmo percentual, 64%, afirmou que a Alemanha enfrenta mais desvantagens do que vantagens em relação à imigração.
Uma pesquisa realizada no ano passado revelou que 72% dos entrevistados consideram correcto realizar processos de asilo fora das fronteiras externas da União Europeia, enquanto apenas 16% discordam. A pesquisa também mostrou que os Alemães não são apenas contrários à imigração ilegal, mas desejam níveis mais baixos de imigração em geral, incluindo a imigração legal. Segundo a pesquisa, 69% dos entrevistados preferem menos imigração na Alemanha, enquanto apenas 11% preferem mais.
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No último parágrafo está talvez a chave para perceber porque é que o chanceler disse aquilo que disse - com medo da ascensão partidária nacionalista, que remédio tem Merz senão tentar agradar ao eleitorado anti-imigração, ou isso ou perde o poleiro...
A esquerdaria guincha-se toda de ódio histérico, tanto lá como cá, acusando a Direita moderada de estar a copiar o discurso da Ultra-Direita. A pandilha antirra pura e simplesmente não queria que a Ultra-Direita existisse para que assim não se falasse em imigração e fosse então possível continuar a fazer crer que o único debate existente sobre a imigração era entre imigração em massa ou só imigração a velocidade mediana - em suma, a única escolha eleitoral seria entre partidos que queriam imigração com vaselina e partidos que queriam imigração sem vaselina. Foi assim que as coisas se passaram em Portugal até ao surgimento do Chega. Qualquer debate televisivo do tipo «prós & contras» a respeito da iminvasão em curso era na verdade um debate de «prós & mais-que-prós». Agora não é assim e a Esquerda pula de «indignação», que é o ódio dos «bons». Não gosta dos resultados da Democracia. O sistema democrático é automaticamente tribal, dá voz à plebe, e o impulso mais forte no seio de qualquer plebe é dar prioridade à sua própria grei, e o Nacionalismo é exactamente isto, a sistematização da mensagem tribal - é este o motivo pelo qual a Democracia se revela aliada do Nacionalismo, como ando a dizer há décadas, e cada vez está mais à vista.


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