UE - LÍDER DA POLÍTICA EXTERNA RECORDA QUE O PAÍS DE PUTIN É AMEAÇA DIRECTA À EUROPA OCIDENTAL
A Rússia representa uma ameaça directa para a União Europeia (UE) e as despesas maciças com a defesa mostram que o Kremlin tem um "plano para uma agressão a longo prazo", alertou a chefe da política externa da UE na Mércores.
Kaja Kallas afirmou que a Rússia está a violar o espaço aéreo do bloco, a atacar os seus oleodutos, cabos submarinos e redes eléctricas, e a recrutar criminosos para levar a cabo sabotagens.
A UE e vários Estados-Membros têm acusado repetidamente a Rússia de conduzir campanhas de sabotagem no Ocidente. O Kremlin tem negado veementemente estas alegações.
Kallas referiu que a Rússia já está a gastar mais em defesa do que os 27 países da UE juntos, e disse que este ano Moscovo vai investir mais "em defesa do que os seus próprios cuidados de saúde, educação e política social juntos".
"Este é um plano para uma agressão a longo prazo. Não se gasta tanto nas forças armadas se não se planeia utilizá-las", disse Kallas aos eurodeputados em Estrasburgo. "A Europa está a ser atacada e o nosso continente encontra-se num mundo cada vez mais perigoso", acrescentou.
Nessa cimeira, a OTAN irá propor aos membros da aliança um objectivo global de despesas militares de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima do atual objectivo de 2%.
"O poder económico colectivo da Europa é inigualável", afirmou Kallas. "Não creio que haja qualquer ameaça que não possamos ultrapassar, se agirmos em conjunto e com os nossos aliados da OTAN."
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que a Rússia produz, em três meses, tantas armas e munições como os 32 membros da Aliança produzem num ano. Rutte acredita que Moscovo poderá estar em condições de lançar um ataque contra um aliado da OTAN até ao final da década.
Na Europa, cresce a preocupação de que a Rússia possa tentar testar a garantia de segurança do Artigo 5.º da OTAN - a promessa de que um ataque a qualquer um dos aliados seria respondido com uma resposta colectiva de todos os 32 membros.
Com a administração Trump a voltar-se para os desafios de segurança no Médio Oriente, a Europa está sob pressão crescente para se defender sozinha em questões de defesa e apoiar a Ucrânia sem a ajuda dos EUA. "Temos de fazer mais pela Ucrânia e também pela nossa própria segurança", disse Kallas aos deputados europeus. "Para citar o meu amigo Mark Rutte, se não ajudarmos mais a Ucrânia, devemos todos começar a aprender Russo. Quanto mais forte for a Ucrânia no campo de batalha, mais forte será à mesa das negociações, quando a Rússia estiver finalmente disposta a dialogar", acrescentou.
A Rússia intensificou a sua campanha aérea na Ucrânia e intensificou os ataques terrestres ao longo dos mais de 1000 quilómetros da linha da frente. Duas rondas de conversações de paz directas entre Moscovo e Kyiv não conseguiram fazer progressos para pôr fim à guerra, que já vai no seu quarto ano.
Na semana passada, o chefe dos serviços secretos alemães (BND), Bruno Kahl, alertou para a necessidade de não subestimar as intenções russas em relação ao Ocidente e à NATO: "Estamos muito certos, e temos provas de inteligência para isso, de que a Ucrânia é apenas um passo no caminho para o Ocidente", disse Kahl ao podcast Table Today.
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Fonte: Rússia tem plano de "agressão a longo prazo" contra Europa, diz Kaja Kallas (artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estónia, tem boas razões para estar alarmada - como pessoa de um Estado báltico, tem na carne as marcas do imperialismo russo. Acresce que, em Fevereiro de 2024, Kallas foi declarada na Rússia como criminosa procurada.
Vista daqui, do outro extremo da Europa, parece alarmista, mas lá que os seus argumentos são fundamentalmente lógicos e racionais, disso não restam dúvidas. Ou Moscovo quer exportar largamente o seu pesadíssimo armamento, ou então tudo aquilo terá de ter uma utilidade, e o facto de produzir muito mais armamento que o Ocidente burguês não dá tranquilidade a nenhum europeu consciente. Tal como o tema da publicação anterior, é mais um caso em que remediar será sempre pior que prevenir, sobretudo quando a prevenção mostra força a quem só respeita a lei do mais forte.
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